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Publicado em 21/03/2016 as 4:12pm

Crise da Petrobras dura 2 anos com queda de ação, prisão, dívida e processo

Dois anos após o começo da operação, muita coisa mudou na estatal

Nesta segunda-feira (21), após o fechamento dos mercados, a Petrobras divulga seu segundo balanço anual sob a sombra da Lava Jato.

Dois anos após o começo da operação, muita coisa mudou na estatal. Executivos foram presos e a empresa enfrenta processos na Justiça; as ações caíram e a petroleira passou a valer menos; e sua dívida, que já era grande, aumentou ainda mais.

Não que antes fosse as mil maravilhas: o alto endividamento já preocupava o mercado, por exemplo. Mas, certamente, a Lava Jato marcou o início de uma das piores fases já vistas nos mais de 60 anos da Petrobras.

O UOL destacou alguns pontos para ilustrar as mudanças enfrentadas pela companhia. Veja abaixo.

Executivos presos 

O escândalo de corrupção envolveu diretamente membros do alto escalão da Petrobras. Ex-executivos foram presos e condenados.

Entre eles, estão Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento, que fechou o primeiro acordo de delação premiada da Lava Jato, em agosto de 2014, e foi o principal delator do esquema de corrupção na estatal.

Depois, vieram Nestor Cerveró, ex-diretor da área Internacional da petroleira e ex-diretor financeiro da BR Distribuidora, Renato Duque, ex-diretor de Serviços, Pedro Barusco, ex-gerente-executivo de Engenharia, e Jorge Zelada, ex-diretor da área Internacional.

Primeira mulher a comandar a Petrobras, Graça Foster não resistiu à pressão e renunciou ao cargo, junto com cinco diretores. Foi substituída pelo então presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine.

Ações em queda 

Os preços das ações da Petrobras (PETR3, PETR4) dançaram ao som da Lava Jato nos últimos dois anos.

Quando a operação começou, em 17 de março de 2014, as ações preferenciais da petroleira (PETR4), com prioridade na distribuição de dividendos, valiam R$ 11,84. Dois anos depois, em 17 de março de 2016, elas fecharam a R$ 8,10 --queda de 31,6%.

No meio tempo, os papéis viveram um sobe e desce, atingindo um pico de R$ 24,56 (2/9/14), mas também meros R$ 4,20 (26/1/16).

As ações também foram influenciadas pelo noticiário político, primeiro com as eleições e, depois, com a crise no governo Dilma Rousseff, conforme o mercado esperava maior ou menor interferência nos negócios da estatal. Pesou, ainda, a oscilação dos preços do petróleo no mercado global.

Processos na Justiça 

A Petrobras sofre processos movidos por investidores no Brasil e nos Estados Unidos, que reclamam terem perdido dinheiro ao comprar ações e títulos da empresa. Eles alegam que as perdas foram causadas pelo esquema de corrupção.

Investidores também ameaçam entrar com processos na Holanda.

Endividamento 

A todo esse cenário sombrio, soma-se o fato de a Petrobras ser uma empresa altamente endividada: US$ 127,5 bilhões, segundo a consultoria Economatica.

A petroleira gastou muito dinheiro no pré-sal e em outros projetos. Também comprou gasolina cara lá fora e vendeu mais barata aqui no Brasil, porque o governo queria segurar a inflação. Além disso, como a estatal tem muitas dívidas no exterior, a alta do dólar aumentou esse rombo.

De todas as empresas da América Latina e dos EUA que têm ações em Bolsa, a Petrobras é a segunda mais endividada, ficando atrás apenas da norte-americana General Eletric, de acordo com a consultoria.

Cortes generalizados 

Diante da crise e da dívida, a Petrobras teve que fazer como muitos brasileiros: enxugar o orçamento e "adiar os sonhos".

O plano de investimentos, que um dia já foi de US$ 236,7 bilhões, ficou mais mirradinho. Em junho de 2015, a petroleira previa investir US$ 130,3 bilhões num período de cinco anos. Em janeiro de 2016, a previsão já havia encolhido para US$ 98,4 bilhões.

A empresa decidiu, ainda, colocar à venda bens e negócios: terminais, usinas, gasodutos, poços de exploração, transportadoras, participações em outras empresas e operações no exterior. O plano é vender o equivalente a US$ 15,1 bilhões entre 2015 e 2016, mas tem andado em marcha lenta.

Também houve corte de áreas e cargos de chefia, além de demissões, voluntárias ou não.

Queda do petróleo

Em paralelo ao escândalo de corrupção e ao desenrolar da Lava Jato, a Petrobras teve que lidar com outro fantasma: a queda dos preços do petróleo no mercado global. Nos últimos dois anos, o preço da matéria-prima caiu de um patamar acima de US$ 100 para algo entre US$ 30 e US$ 40.

Como é seu principal produto, a Petrobras também sofreu. Até o pré-sal ficou em xeque: se o petróleo estiver barato demais, não compensa financeiramente investir tanto dinheiro para sua exploração.

(Edição: Maria Carolina Abe)

 

Fonte: http://economia.uol.com.br

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