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Publicado em 6/10/2016 as 11:00am

Tiffany, a filha de Trump que fica fora dos holofotes da campanha

Durante grande parte da campanha, exceto por um breve discurso na Convenção Nacional Republicana, Tiffany, a filha de Donald Trump com sua ex-mulher Marla Maples, tem estado na lista B de Trump

Como cartões de lugar em um casamento da alta sociedade ou a composição de uma parada de Primeiro de Maio soviética, os assentos em um evento de campanha são como um mapa GPS de posição e favores. No primeiro debate presidencial na Universidade Hofstra, na semana passada, Bill e Chelsea Clinton, juntamente com o marido de Chelsea, Marc Mezvinsky, estavam de um lado da sala; o clã Trump estendido estava do outro.

Ivanka Trump, 34, era, como de costume, a primeira entre iguais em um vestido cor-de-rosa que desviava a atenção do vestido preto de Melania, ao lado dos irmãos de Ivanka, Donald Jr., 38, e Eric, 32. Mas de uma posição privilegiada no corredor, Tiffany Trump, 22, elegante em um vestido tubinho azul-marinho com gola rendada, reluzia para o palco, ao mesmo tempo visível para seu pai no palco e para o mundo.

Durante grande parte da campanha, exceto por um breve discurso na Convenção Nacional Republicana, Tiffany, a filha de Donald Trump com sua ex-mulher Marla Maples, tem estado na lista B de Trump, de lado nas fotos de família e ausente nas paradas de campanha e daquela agora infame propaganda assustadora voltada aos eleitores da geração do milênio.
Ela ficou de fora do documentário biográfico de Trump exibido naquela convenção e não foi mencionada nos artigos de notícias que detalham os conselhos dados pelos outros três filhos do candidato enquanto a disputa se acirra.

Quando Greta van Susteren fez um especial de uma hora sobre a família Trump para a "Fox News" recentemente, "Meet the Trumps", com entrevistas individuais com Melania, Ivanka e os dois filhos adultos dele, a única referência à meia-irmã ausente foi, "Também há Tiffany Trump, que se mantém discreta".

As colunas de fofoca passaram a chamá-la de a Jan Brady da família Trump.

Enquanto a campanha lida com a tempestade pós-debate iniciada por Trump ao criticar a gordura de uma ex-Miss Universo, sua filha mais nova pode começar a aparecer mais: ele poderia usá-la como uma mulher jovem a mais ao seu lado. A equipe de Trump parece estar preparando Tiffany, cautelosamente, para usá-la na campanha nas próximas semanas, a voltando particularmente para a geração do milênio.

A conta dela no Instagram, que antes era repleta de fotos dela em festas e com um grupo de amigos próximos que é chamado de "Snap Pack", foi limpa, e a conta dela no Twitter agora se restringe em grande parte a fotos de campanha e um pedido por Tiffany para arrecadação de fundos, evitando quaisquer controvérsias. (Apesar de Tiffany ter sido criticada nesta semana pelo "Jing Daily", um site de comércio de artigos de luxo chinês, por estar usando no debate um vestido de uma jovem estilista chinesa, Taoray Wang, enquanto o pai dela atacava a China no palco.)

Tiffany, segundo sua mãe, se sentiu ferida pela forma como a mídia a retratou como a Trump esquecida e está ávida em ajudar a campanha de seu pai enquanto esta inicia suas seis semanas finais.

"Ela deseja conhecer seu pai melhor e passar tempo com ele, assim como fizeram seus outros filhos: indo ao escritório dele e o vendo trabalhar", disse Maples em uma recente entrevista por telefone. "Só que agora ele não está mais no escritório. Ele está em campanha." Maples criou Tiffany sozinha em Los Angeles e agora mora a cerca de 1,5 quilômetro de sua filha única em Manhattan.

Tiffany parece ter a intenção de estar à altura das expectativas de Trump. E assim como sua meia-irmã mais velha, Ivanka, Tiffany reflete bem seu pai e espelha sua imagem própria idealizada.

O empreendedor imobiliário é o primeiro a reconhecer que não foi exatamente um pai helicóptero. Em vez disso, Trump criou filhos helicópteros: filhos adultos que pairam, mimam e elogiam irrestritamente. É possível que Trump tenha conquistado a fidelidade de seus filhos ao seguir a teoria francesa de criação de filhos, apresentada nos livros de Pamela Druckerman e outros livros de autoajuda, que recomendam regras rígidas e doses restritas de atenção.

Mas também há um corpo muito maior de literatura sobre pais narcisistas.

"Tiffany sempre foi uma pessoa muito especial, muito confiante, focada, sempre a trabalhadora mais empenhada e não se acanha com isso", disse Ivanka Trump em uma entrevista por telefone. "Muita gente fica feliz em se virar sem trabalhar muito, ou trabalhando muito e fingindo que não. Ela se orgulha de seu trabalho."
Como Ivanka, Tiffany cursou a mesma universidade que seu pai, a Universidade da Pensilvânia; gosta de moda; e está namorando alguém cuja família é do setor imobiliário: Ross Mechanic, um veterano da Universidade da Pensilvânia, filho de Jonathan Mechanic, um advogado imobiliário. (Ivanka é casada com o herdeiro imobiliário Jared Kushner.)
Tiffany Trump cursou uma escola particular em Calabasas, Califórnia, juntamente com as Kardashians, mas sem contato próximo com seu pai.
"Eu tive a bênção de criá-la praticamente por conta própria", disse Maples.
Lá, o nome Trump não era tão conhecido quanto em Nova York, e Tiffany esteve protegida do tipo de atenção de tabloide que perseguiu os outros filhos mais velhos dele durante o divórcio de seus pais. Donald Jr., Ivanka e Eric são do primeiro casamento de Trump com a tcheca Ivana; Barron, 10 anos, é filho de sua mulher Melania.
Assim como seus irmãos mais velhos, Tiffany falou com confiança em nome de seu pai na convenção Republicana em Cleveland, o descrevendo como seu mentor, seu exemplo e como um pai atento e cuidadoso. Como eles, Tiffany não deu muitos exemplos concretos.
Ela disse que guardou todos seus boletins escolares por prezar as "doces anotações" que ele escrevia neles, apesar de normalmente serem os pais que guardam essas lembranças. Ela se recordou de que quando um parente querido morreu (o noivo de sua avó), ele foi o primeiro a telefonar para ela.
Aparentemente, o telefone é o cordão umbilical paterno quando se é um Trump. Em entrevistas e propagandas de campanha digitais, Ivanka, Don Jr. e Tiffany descrevem quão atencioso e participante era seu pai ocupado e poderoso ao dizerem que ele sempre atendia as ligações deles no escritório. Para pessoas de fora, entretanto, isso pode parecer um elogio fraco dada a espontaneidade ao longo de toda a vida de Trump em ficar pendurado ao telefone com repórteres.
Maples disse que quando Trump ligou para consolar Tiffany pela morte na família dela e convidou sua filha enlutada para visitá-lo em Nova York, ela insistiu para que Tiffany fosse.
"Isso deu a ele a chance de vê-la como uma pessoa real e não apenas como uma menininha feliz e sorridente", ela disse.
Trump assume o crédito pela devoção de seus filhos.
"Sempre fui um pai muito bom", ele disse para Anderson Cooper em uma recente entrevista da família Trump para a "CNN". "Eles vêm até mim, amigos meus, pessoas muito bem-sucedidas, e seus filhos têm problemas com drogas, problemas com álcool e problemas com muitas outras coisas, e dizem: 'Você poderia falar com meu filho? Poderia falar com minha filha? Eu sempre me sinto muito honrado em fazer isso."
Quando lhe foi pedido para que descrevesse sua filha mais jovem, Trump respondeu por e-mail: "Tiffany é uma mulher jovem tremenda com um belo e grande coração. Ela sempre foi uma ótima aluna e uma pessoa muito popular onde quer que fosse. Sou incrivelmente orgulhoso de Tiffany e de quão bem ela se saiu. –DJT."
(Tiffany não quis ser entrevistada para este artigo, apesar de ter posado para as fotos. Em vez disso, a campanha entregou uma lista de contatos aprovados. Outros amigos da família não presentes na lista disseram que foram instruídos a não falar sem autorização.)
Outros conhecidos repetem que ela é mais séria do que parece nas redes sociais.
"Ela não se parece com uma garota festeira", disse Griffin Carson, um escritor que acompanhou o Snap Pack pelos Hamptons em 2015 para a revista "Du Jour". (Carson também escreve ocasionalmente para o "New York Times".) "Ela permaneceu na cidade na noite de sexta-feira para concluir um trabalho e nunca a vi bebendo uma taça de vinho." Carson ficou impressionado com os bons modos de Tiffany: "Quando ia fazer perguntas sobre ela, ela dizia: 'E você? Como é seu trabalho?'"
Tiffany passava a maioria de suas férias em viagens com sua mãe, uma mistura de escapadas divertidas de mãe e filha e viagens de boa vontade ao exterior, como para entrega de cápsulas de vitamina C em um orfanato em Maláui. Um guarda-costas a acompanhou em visitas aos seus parentes na Geórgia, mas fora isso ela se integrou facilmente na pequena cidade natal de sua mãe. Mas às vezes seu status de celebridade vinha à tona.
Lembrando de uma festa para seus filhos de 3 anos, Janice Kiker, uma amiga da família em Dalton, Geórgia, disse: "Tiffany chegou em uma saia de bailarina velha e desbotada. Eu fique chocada". Ela acrescentou rindo: "Então alguém disse que tinha pertencido a Shirley Temple. Eu disse: 'Deixa para lá'".
Lara Trump, que é casada com Eric, disse que Trump é próximo de todos os seus filhos.
"Fiquei impressionada quando entrei para esta família no quanto ele é o paizão deles", ela disse por telefone enquanto fazia campanha pelo seu sogro em Columbus, Ohio. "Em público, ele é um artista. Atrás de portas fechadas, ele é educado, respeitoso e quer ouvir as outras pessoas", disse Lara Trump. Ela notou que Trump e Tiffany têm um "relacionamento divertido e amoroso" e que "ele tem muito orgulho dela".
Mas alguns observadores têm uma visão menos benigna do relacionamento de Trump com seus filhos.
"Posso dizer com confiança que ele passou virtualmente nenhum tempo com eles quando eram pequenos", disse Tony Schwartz, que acompanhou o empreender imobiliário por 18 meses como escritor fantasma do best-seller deste de 1987, "Trump: A Arte da Negociação". Schwartz disse em um recente artigo na revista "The New Yorker" que se arrepende do livro e de seu papel na promoção de Trump.
"Em uma das raras ocasiões em que Ivana trouxe uma ou duas das crianças ao seu escritório, ele não poderia ter demonstrado maior desinteresse", disse Schwartz.
Isso não é totalmente verdadeiro com Tiffany, disse Maples. Quando Tiffany era bebê em Mar-a-Lago, ele, de vez em quando, a pegava no colo e a levava consigo enquanto conversava com os eletricistas e marceneiros que construíam um spa. Tiffany era pequena demais para se lembrar.
"Eu guardei as fotos para ela para provar", disse sua mãe. (Ela também confirmou que Tiffany leva o nome de um dos negócios favoritos de Trump: o espaço aéreo que comprou sobre a propriedade onde construiria a Trump Tower.)
Enquanto crescia, Tiffany via principalmente seu pai na semana de férias da primavera em Mar-a-Lago, apesar de Trump também visitá-la ocasionalmente.
"Sempre que Tiffany recebia um prêmio, ele voava para a Califórnia para vê-la recebê-lo", disse Kiker.
Na adolescência, Tiffany parecia interessada em ter uma carreira no show business como sua mãe. Ela passou a ter aulas de teatro com o professor de sua mãe e, em 2011, gravou uma canção pop, "Like a Bird".
A faculdade aproximou Tiffany de seu pai, assim como de sua meia-irmã. Ivanka conseguiu para ela um estágio de verão na "Vogue". Após se formar em junho, Tiffany passou os meses de verão em um estágio remunerado em comunicações na Werby Parker, a empresa de óculos, e está estudando para as provas para admissão na faculdade de Direito.
Tiffany parece ter a intenção de se manter próxima de seu pai centrípeto
"O curso de Direito faz sentido", disse Lara Maggs, uma amiga da Universidade da Pensilvânia. Maggs descreveu "Tiff" como uma pessoa altamente estudiosa movida pelo desejo de provar a si mesma. "Um diploma de Direito agregaria valor a uma família realmente realizada", ela disse.
Os filhos de Trump não são os únicos filhos famosos de pais ricos e bem-sucedidos. Chelsea Clinton também está enredada nos negócios da família.
"Há casos onde demonstrar a lealdade familiar, o amor familiar, significa manter uma identidade central em torno da riqueza", disse Jamie Johnson, um cineasta e herdeiro da Johnson & Johnson.
"Quanto mais pública a família, maior é a responsabilidade emocional de manter a imagem pública", disse Johnson.
Donald Jr. e Ivanka Trump não são apenas conselheiros na empresa e campanha de seu pai, como também eram presenças regulares em "O Aprendiz" e destacaram o quão arduamente tiveram que trabalhar para conquistar a confiança do pai. Eles eram privilegiados, mas não mimados e com direito assegurado, disse Ivanka. Com certeza, em comparação a alguns de seus pares menos focados e mais perdulários entre o 0,01% mais rico, os filhos de Trump se mantêm consistentes na mensagem.
Naquela entrevista de Anderson Cooper com a família, Tiffany rebateu a sugestão de que seu pai era condescendente e até mesmo insultante com as mulheres.
"Ele tem plena fé de que podemos realizar aquilo que quisermos", ela disse, falando de Ivanka e de si mesma, "tanto quanto os homens, se não mais".
Mas até mesmo Trump nunca teve certeza de que seus filhos prosperariam sob sua imensa sombra.
"Estatisticamente, meus filhos têm uma chance muito ruim", Trump disse à revista "Playboy" em 1990. "Os filhos de pessoas bem-sucedidas geralmente têm muitos, muitos problemas e não são bem-sucedidos."
Não há muitos indícios de dissensão ou rebelião na família. Depois que Trump trocou Ivana por Maples, Don Jr. ficou algum tempo sem falar com seu pai. Agora, Don Jr. segue um pouco perto demais o exemplo de seu pai: ele posta de forma imprudente no Twitter em prol de Trump, mais recentemente comparando os refugiados do Oriente Médio a balas Skittles.
Os amigos de Tiffany dizem que ela não considera a riqueza de seu pai como algo garantido, apesar de algumas postagens um tanto "eurotrash" nas redes sociais há um ano. (Uma era um close de uma taça de caviar.)
"A menos que esteja com seu pai, ela fica satisfeita em voar em classes mais baratas", disse Maggs, sua amiga da Universidade da Pensilvânia. "Quando voávamos juntas, costumávamos sentar nos assentos do meio no fundo do avião." Ela disse que um dia antes de Tiffany voar para a convenção, ela comprou o vestido azul que usou para seu discurso na prateleira de liquidação da Bloomingdale's.
Ivanka disse que não queria expor sua irmãzinha aos holofotes da campanha presidencial antes de ela estar pronta.
"Ela não o fará se não estiver à vontade com isso", ela disse. "Ninguém a está pressionando." Ela acrescentou, indignada: "As pessoas se referem a nós como seus substitutos, mas somos seus filhos".

Fonte: Nwe York Times

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