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Publicado em 9/02/2017 as 3:00am

Com EUA fechados, Brasil e Argentina podem ganhar investimentos

Assessores econômicos dos governos dos países sul-americanos acreditam que política protecionista de Trump pode ser favorável a investimentos

Na extensa pauta de temas abordados pelos presidente Michel Temer e seu colega argentino Maurício Macri, esta semana em Brasília, um dos mais discutidos foi a busca de uma estratégia que projete os dois países no cenário do comércio e do investimento global após as mudanças sinalizadas pelo presidente Donald Trump na política comercial dos EUA.

Na visão de assessores econômicos de ambos os presidentes, a política protecionista esboçada por Trump e sua intenção de abandonar diversos acordos comerciais — como já fez com a Parceria Transpacífica (TPP, na sigla em inglês) — pode abrir uma janela de oportunidades para Brasil e Argentina com a possibilidade não só de aumento de exportações como também de atração de investimentos.

Para Vinícius Dutra, diretor da Dutra Consultores, é preciso entender a conjuntura econômica dos EUA hoje. Segundo ele, a gestão do presidente Barack Obama conseguiu aumentar o emprego, mas sem qualidade, isto porque foram geradas vagas com valores muito mais baixos do que antes da crise de 2008. Parceiros do Nafta, Canadá e México passaram a exportar produtos prontos para o mercado americano. Trump agora defende a industrialização local como forma de mudar esse cenário. A chamada "América para os americanos" é, segundo o consultor, uma cruzada contra a geração de empregos em outros países, como no caso da China, que se aproveita da enorme demanda do mercado americano.

"Temos que pensar o seguinte: México e Canadá vão querer vender para outros mercados. E qual o principal mercado dentro das Américas? O Brasil. Isso acaba sendo uma oportunidade de investimento, e essa força vai fazer com que muitos negócios venham para o Brasil", diz o executivo.

Dutra confessa que a consultoria tem sido procurada por uma quantidade expresiva de empresas mexicanas interessadas em negócios no Brasil, seja na área de de administração, máquinas bem como de produtos de vários segmentos já se preparando por retaliações que possam ocorrer. O curioso é que muitas dessas empresas que estão no México têm capital americano.

O consultor justifica seu raciocínio afirmando que a Argentina passou por uma recessão profunda, o parque fabril está às traças e poucas empresas estão bem estruturadas financeiramente.

"Então temos a Argentina que tem um potencial de consumo reprimido e temos vários países que estão precisando investir em outros lugares porque não têm previsibilidade. O investidor quer ter previsibilidade e pela primeira vez na história não estando tendo previsibilidade do que vai acontecer na economia americana. Isso vai fazer que o Brasil, por ser um mercado muito grande, e a Argentina vão ser a bola da vez", garante o consultor. Para ele, está começando uma série de pequenos movimentos que demonstram que vai ter investimento e quem correr na frente conseguirá grandes oportunidades de negócio.

"O que está acontecendo é que antes nós tinhamos um mercado grande e seguro, que eram os Estados Unidos, e nós estávamos bem abaixo. Com essas políticas do Trump, os EUA estão chegando mais perto da gente não porque estamos subindo, mas porque eles estão descendo."

Com relação à possibilidade que Brasil e Argentina busquem em conjunto novas parcerias de negócio junto à Aliança do Pacífico — bloco formado por Chile, Peru, Colômbia e México — Dutra defende que cabe ao mercado regular situações de negócio e não o governo.

"Toda e qualquer aliança é positiva abrindo os mercados. Isso faz com que o empresariado tenha que melhorar e para melhorar tem que investir e investindo melhora a economia."

Fonte: https://br.sputniknews.com

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