Publicado em 24/04/2017 as 3:00pm
Estudantes imigrantes realizam painel sobre imigração na Georgia
Estudantes imigrantes realizam painel sobre imigração na Georgia
Com o sentimento anti-imigrante crescendo nos Estados Unidos, seis estudantes da Clarke Central High School, em Athems (Georgia), assumiram a responsabilidade de organizar um painel de discussão na Universidade da Georgia. O evento, que aconteceu no dia 13, foi para que eles falassem sobre suas experiências como imigrantes.
O professor de inglês, Ian Altman, abriu o fórum, destacando e criticando os esforços da administração de Trump para redefinir o que é ser americano como algo diferente da fusão que tornou este país grande.
Os alunos falaram sobre os vários desafios que enfrentam como "imigrantes-americanos" sob o a administração Trump. Eles relataram que vieram para os Estados Unidos de várias partes do mundo, tais como Irã, Brasil e México.
Os estudantes enfrentaram barreiras linguísticas, xenofobia e sempre foram intimidados por serem diferentes. Nos últimos meses, à medida que as tensões aumentaram, eles também enfrentaram o medo de perder seus entes queridos, à medida que o departamento de Imigração reforçava a deportação e dividia as famílias.
A jovem Lisbeth Castro disse que teve que sentar-se com seus pais, em um jantar, para discutir o que fazer se eles fossem levados por agentes de imigração.
Já no caso de Shahrzad Roshan, que nasceu no Irã, ela enfrenta o preconceito e a suspeita por ser oriunda de um país muçulmano. "Muitos pensam que nós que somos violentos e este pensamento está saindo do controle. As pessoas relacionam tudo sobre os muçulmanos a uma bomba ou explosões", disse.
Roshan disse que ela vê como sua responsabilidade esclarecer as falsas percepções que alguns cidadãos norte-americanos têm sobre imigrantes. "O Islã é uma bela religião e não é definida por extremistas", disse. "Da próxima vez que você ouvir falar sobre um ataque terrorista, você provavelmente vai pensar sobre o Estado Islâmico e os muçulmanos no Oriente Médio, mas eu quero que você pare por um momento e pense sobre quem são as vítimas, porque 97% das vítimas são muçulmanas também", continuou.
Ela ainda ressaltou que este equívoco de pensamento fica exacerbado com a cobertura em massa dos ataques terroristas na Europa, enquanto os ataques terroristas na África e no Oriente Médio são ignorados pela maioria.
Fonte: Brazilian Times