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Publicado em 27/04/2017 as 6:00pm

Visto mais rápido para os EUA leva brasileiros ao Uruguai

Visto mais rápido para os EUA leva brasileiros ao Uruguai

Brasileiros que moram em cidades da Região Sul estão preferindo tirar o visto americano em Montevidéu, no Uruguai, do que vir a São Paulo. Além de o consulado ser mais perto, outros fatores que contribuem para a prática são o prazo e o custo – é possível agendar entrevista no país vizinho para o dia seguinte e, na mesma data, entregar foto e tirar digitais.

Para tirar o primeiro visto para os Estados Unidos em São Paulo, são necessários ao menos dois dias e ida a dois endereços: ao Centro de Atendimento ao Solicitante de Visto (CASV), onde são coletados os dados biométricos, e ao consulado americano para entrevista com o cônsul. Apenas em Brasília e Recife é possível fazer as duas coisas no mesmo dia.

A procura pelo serviço no Uruguai tem aumentado nos últimos meses. Estima-se que mais de 2 mil brasileiros viajaram a Montevidéu nos últimos anos para tirar o visto, segundo despachantes, como Fredy Costa, que trabalha há 15 anos auxiliando quem quer tirar o documento – ele, que atende ao menos 40 pedidos por mês, diz que a procura aumentou em cerca de 50%. “Atendemos pessoas de toda a Região Sul, mas principalmente de Porto Alegre, Santa Maria e Pelotas [cidades gaúchas]. Para essas pessoas é muito mais prático viajar para o Uruguai”, afirmou.

Maira Larrondo, que trabalha há quatro anos como despachante em Santana do Livramento (RS), na fronteira entre Brasil e Uruguai, confirma a tendência. De acordo com ela, até moradores de Santa Catarina têm optado por tirar o visto em Montevidéu por causa das facilidades e da rapidez.

O passaporte em Montevidéu fica pronto em dois a três dias úteis para retirada pessoalmente (ou com procuração) ou envio via transportadora. Por isso, há quem prefira ficar hospedado na cidade e fazer turismo. Em São Paulo, o documento demora cerca de dez dias para ser entregue ou enviado pelos Correios.

Depois de muito pesquisar a respeito do assunto – e de quase desistir por falta de informações -, a fotógrafa Luciana Nascimento Martins, 36 anos, viajou para o Uruguai com o marido, a filha de 4 anos e mais um casal de amigos, Elvis e Miriam, com os dois filhos. Os sete moram em Santa Maria (RS), cidade que fica a 750 km de Montevidéu e a 1.320 km de São Paulo. Eles agendaram a entrevista para a mesma data e viajaram juntos, de carro, na semana da Páscoa.

“Só de passagem aérea iríamos gastar uns R$ 200 com ônibus para viajar de Santa Maria até Porto Alegre. De lá, pegaríamos um avião para São Paulo, o que custaria em torno de R$ 1.800. Nessa conta precisa acrescentar diárias em algum hotel, o táxi para deslocamento nesses dias e a comida. É um gasto bem considerável”, afirma Luciana, que, para ir de carro a Montevidéu, gastou menos de R$ 600 com gasolina e cerca de R$ 320 com hotel.  Como viajavam com crianças, fizeram duas paradas no trajeto. “Para nós, além do conforto de estar com o nosso carro, ainda fizemos um passeio com amigos e conhecemos a cidade. Foi infinitamente melhor”, diz.

Turismo

O militar da Aeronáutica Elvis Fão, de 38 anos, que viajou com a esposa e os dois filhos ao Uruguai, concorda com Luciana. “A preferência por tirar o visto em Montevidéu foi pela praticidade. Mas transformamos isso em um passeio, pois viajamos com a família toda e aproveitamos para conhecer a cidade.”

A farmacêutica Gabriela Sant’Ana, de 32 anos, mora em Lajeado (RS), a 1.100 km de São Paulo, e também viajou para o Uruguai para tirar o visto. Ela, o marido, a mãe e a sogra foram de carro até Rivera, na fronteira, passaram pela imigração e fizeram o resto da viagem de ônibus, durante a madrugada. Pela manhã foram para o consulado, fizeram a entrevista e tiveram o resto do dia livre para conhecer a cidade. Voltaram para Rivera no ônibus das 22h30.

“A economia foi enorme. Eu e meu marido não gastamos nem R$ 500 para fazer dessa forma. Viajar até São Paulo sairia muito mais caro”, afirmou. Gabriela pagou cerca de R$ 130 (por pessoa) para que uma despachante pegue os passaportes na cidade e envie para ela. Ainda assim, diz que valeu a pena.

Segundo a assessoria de imprensa da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, a solicitação do visto de não imigrante pode ser feita em qualquer embaixada ou consulado, em qualquer país, mas somente no Brasil as entrevistas serão em português – em Montevidéu, por exemplo, elas são feitas em espanhol. Ainda de acordo com a assessoria, independentemente do lugar em que o requerente solicitar o visto, os oficiais consulares aplicam os mesmos critérios de avaliação, em conformidade com a Lei de Imigração dos EUA.

A embaixada informou também que, pelo 13º ano consecutivo, o Brasil está entre os dez países que mais enviam viajantes para os EUA. O governo americano tem plano de abrir um consulado em Porto Alegre (RS) até o final deste ano e um em Belo Horizonte (MG) nos próximos anos. Hoje, há consulados em São Paulo, Rio e Recife.

Fonte: www.msn.com

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