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Publicado em 10/05/2017 as 9:00am

Licenciado na Flórida, brasileiro cuida da beleza dos feras do MMA

Licenciado na Flórida, brasileiro cuida da beleza dos feras do MMA

É comum os lutadores ficarem machucados e quase irreconhecíveis após as disputas do Mixed Martial Arts (MMA). Sangue, cortes no rosto e lábios inchados fazem parte da profissão, mas eles também se preocupam com a beleza. Fora do octôgono, um brasileiro que vive há cerca de três anos nos Estados Unidos é um dos responsáveis por manter a boa aparência dos lutadores, cuidando do cabelo e da barba de 'feras' da modalidade. Entre os clientes estão os também brasileiros Vitor Belfort, Antônio Silva (Pezão) e Cezar "Mutante".

A tesoura e a navalha afiadas de Kaue Scatena, 34 anos, que é de Peruíbe, no litoral de São Paulo, tem feito sucesso com os cortes arrojados. A clientela cheia de músculos que coloca medo em muita gente, não é novidade para ele, que desde pequeno viveu rodeado de ‘fortões’. A família do brasileiro era proprietária de uma tradicional academia na cidade e foi graças a essa influência que, durante a juventude, Kaue aproveitou para dar aulas de natação para crianças e aprender sobre preparação física, força e um pouco de luta.

Ao longo dos anos, porém, o jovem sentiu a necessidade de investir em algo próprio. Ainda no Brasil, Scatena casou, teve uma filha e decidiu abrir um salão de cabeleireiro com a esposa, que já atuava na área de beleza. Tudo funcionava bem no mundo dos negócios, mas ele tinha o sonho de morar nos Estados Unidos.

“Com 12 anos eu vim passear na Disney, em Orlando, e depois Miami. Me apaixonei pelo lugar. Na época eu falei ‘um dia quero morar aqui’. O tempo foi passando, tive várias oportunidades e acabei não vindo, até que um dia deu certo”, recorda.

“Eu tinha um salão em ascensão no Brasil com três anos de funcionamento e começando a bombar, mas eu não estava feliz com a segurança do país. Eu quis dar uma condição de vida melhor para a minha filha e acabei vindo. Estou aqui desde março de 2014”, acrescenta o profissional, que vive com a mulher e a filha de dez anos na Flórida.

A mudança de país veio depois que a esposa de Scatena recebeu um convite de uma brasileira para um trabalho temporário na área de cosméticos nos EUA. “Ela ficou 18 dias, gostou e decidimos vender tudo e vir”, recorda.

Para se manter em solo americano, foi preciso muito empenho. Enquanto a esposa procurava um salão para trabalhar, Scatena arranjou um emprego temporário para limpar piscinas. Pouco tempo depois, Gisele, a companheira dele, já se “firmava” no trabalho. Com a casa arrumada, foi a vez do marido voltar às atividades normais.

“Quando a minha esposa firmou no salão, eu fui para a barbearia para fazer clientela. Hoje estamos conseguindo conquistar nosso espaço. Nós tivemos um anjo que nos ajudou com alguns contatos, mas para tudo isso dar certo tive que ralar. Precisei validar os meus diplomas do Brasil e isso custa muito dinheiro. Fiz a prova do estado da Flórida porque cada estado tem uma Lei específica. Hoje pago meus impostos e sou um barbeiro licenciado da Flórida, com documentação para trabalhar”, garante.

Famosos

O trabalho do casal ganhou visibilidade e acabou se tornando referência, principalmente entre a comunidade brasileira que vive na região. Gisele ficou conhecida por “fazer cabelos loiros”, incluindo o de Joana Padro, mulher do lutador Vitor Belfort. Já Scatena fez amizades mais fortes.

“Eu fiquei surpreso quando conheci o Vitor Belfort. Eu já o admirava desde pequeno da época das lutas da academia e ele é tudo aquilo que eu esperava. Um cara gente boa, humilde, família, sempre com filhos e esposa. Outro cara que é excepcional e virou meu amigo é o Pezão (Antônio Silva) que, mesmo com toda feiura dele, é um doce de pessoa e que eu gosto muito”, destaca.

Scatena conheceu os lutadores por acaso. A maioria deles mora naquela região da Flórida por conta dos treinos e academias especializadas que existem no local. A proximidade com os ídolos criou um laço de amizade, mas também ajudou na carreira profissional.

“O Pezão aparece no salão todo sábado. É religioso. Vai fazer barba e, a cada 15 dias, o cabelo. Os outros a cada 15 ou 20 dias também estão lá. Na verdade, o Belfort tem um acordo com um salão. Ele cortava do lado de onde eu comecei e contei a minha história para ele, então cortei o cabelo dele algumas vezes. Agora montei meu próprio salão bem longe de onde eu estava e a barbearia que ele também frequenta é bem perto de lá”, explica.

Morando há quase três anos nos Estados Unidos, Scatena finalmente conseguiu abrir um negócio próprio. A barbearia fica em Pampano Beach, no Sul da Flórida, perto de Miami. "Atualmente não trabalho mais para ninguém. Tenho meu próprio local, que ainda é pequeno, na verdade, um estúdio. Ainda não tenho o dinheiro suficiente para montar algo maior, mas estou batalhando. Não é o dinheiro que me move, mas um sonho”, disse o brasileiro, que espera voltar para o Brasil apenas para matar a saudade da família.

Fonte: Brazilian Times

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