Da redação
Cerca de 50 pessoas de diversas comunidades religiosas reuniram-se na terça-feira (01) em frente ao escritório do Departamento de Imigração dos Estados Unidos (ICE, sigla em inglês) em Manchester (New Hampshire) para uma vigília mensal em apoio a imigrantes que comparecem às verificações obrigatórias com a agência federal.
Com cartazes e canções, os participantes formaram uma corrente de mãos dadas em frente ao prédio, demonstrando solidariedade aos imigrantes que enfrentam processos de deportação ou renovação de status migratório. O ato, que ocorre regularmente desde o primeiro mandato do ex-presidente Donald Trump, tem ganhado novo fôlego diante do aumento das restrições à imigração no país.
David Woodbury, de New Boston, participou pela primeira vez da vigília ao lado da esposa e outros membros de sua igreja. Ele comparou as atuais políticas migratórias dos EUA aos episódios mais sombrios da Europa no século XX.
“Não costumo ir a manifestações, mas essa causa me toca profundamente. Estamos fechando as portas com base em discriminação racial contra pessoas que não se parecem conosco, mas que são boas e valiosas para o país”, afirmou Woodbury.
Outros manifestantes expressaram preocupação com o uso de policiais locais para ações de imigração e a falta de garantias ao devido processo legal para detidos.
O reverendo Jason Wells, da Igreja Episcopal de Goffstown, participa das vigílias desde o início do governo Trump e observa um crescente interesse de grupos religiosos.
“Amar ao próximo significa apoiá-lo em todos os momentos, não importa de onde venha. As pessoas estão sofrendo, e nossa fé nos chama a agir”, disse Wells, acompanhado por membros de sua congregação.
Além do ato simbólico, os organizadores incentivaram os participantes a pressionar autoridades contra leis mais duras na imigração, como as que restringem a obtenção de carteiras de motorista para solicitantes de asilo. Também pediram que a comunidade se manifestasse contra programas que delegam a policiais locais a execução de políticas federais de imigração.
“Precisamos ir além das vigílias. É essencial dialogar com representantes e forçar mudanças concretas”, destacou uma das coordenadoras do evento.
Enquanto o debate migratório divide o país, grupos religiosos em New Hampshire seguem firmes no compromisso de defender os mais vulneráveis — um lembrete de que, para muitos, a compaixão não conhece fronteiras.