A palavra “Páscoa” deriva do termo pesach, do hebraico, e dos termos pascha, do latim, e paskha, do grego, que significam “passagem”. No Judaísmo, a Páscoa relembra a libertação do povo de Deus, que foi escravizado no Egito por quatrocentos e trinta anos. Moisés foi designado por Deus para conduzir esse povo rumo a uma nova terra.
De acordo com a Bíblia, no livro de Êxodo 12:37-39, lemos:
“Os israelitas saíram de Ramessés e foram a pé até Sucote. Eram cerca de 600.000 homens, sem contar as crianças. Foram também com eles um grande número de pessoas de outras raças e levavam também muitos bois e grandes rebanhos de ovelhas e cabras. Como não tiveram tempo de preparar comida, por terem sido obrigados a sair depressa do Egito, eles fizeram pães sem fermento com a massa que tinham trazido do Egito.”
Para os judeus, a Páscoa remete a essa lembrança e, até hoje, é celebrada em família com uma estrutura litúrgica própria. Já para os cristãos, a Páscoa celebra o sacrifício e a vitória do Salvador Jesus Cristo — uma passagem da morte para a vida, trazendo salvação para todos os que creem nele.
Este pequeno e simples resumo visa enfatizar três pontos para reflexão na comemoração da Páscoa deste ano:
1 – A comemoração da Páscoa é diferente em vários países.
A data judaica não coincide com a data cristã. Embora, para os judeus, não haja qualquer menção ao cristianismo, o ponto central em ambas as tradições é a libertação.
2 – Toda data registrada como importante no calendário, e que leva nações a uma celebração, merece reflexão sobre sua origem, seu motivo e os aprendizados que proporciona.
3 – Não é apenas um período de descanso, como no Brasil, que tem um feriado prolongado, mas um momento de reflexão sobre o rumo que estamos tomando.
A mensagem da Páscoa como “passagem” deve tocar o coração de cada ser humano e despertar a necessidade de mudança. Os judeus saíram da escravidão no Egito para uma nova terra, que Deus prometera como terra que mana leite e mel; os cristãos receberam a libertação espiritual por meio do sacrifício de Jesus Cristo. São culturas distintas, mas com um mesmo objetivo: gratidão a Deus.
Para este ano, que os brasileiros que viveram nos Estados Unidos e tiveram o sonho americano interrompido possam encontrar uma nova “passagem” para oportunidades em sua terra natal. Que aqueles que ainda estão na América e sentem medo do futuro encontrem uma saída. E que os brasileiros que já possuem dupla cidadania não se esqueçam de fazer uma oração pela paz entre as nações.
Um chocolate pode até satisfazer a vontade de comer um doce, mas não anula o amargo dos sonhos destruídos, da perseguição por escolhas religiosas, do medo de uma guerra e da insegurança quanto ao futuro.
Que, em 2025, os povos encontrem uma verdadeira passagem e troquem:
- o ter mais pelo viver mais
- o trabalhar demais por tempo de qualidade com quem se ama
- a preocupação com o futuro pela alegria do presente
Que a sua Páscoa seja uma travessia: de momentos incertos para a confiança de que ainda existem pessoas que trabalham com o coração voltado para fazer o bem à sua nação.
Feliz Páscoa!