TÊNIS DE MESA: BRASILEIRO CALDERANO CAMPEÃO DA COPA DO MUNDO  

Aos 28 anos, Hugo Calderano segue trilhando um caminho de pioneirismo no tênis de mesa mundial, levando a bandeira do Brasil a inéditos pódios. Após se tornar o primeiro não asiático ou europeu a alcançar uma semifinal olímpica, feito memorável em Paris-2024, e ostentar o posto de melhor colocado das Américas no ranking mundial da ITTF (Federação Internacional de Tênis de Mesa), o carioca escreveu mais um capítulo glorioso em sua trajetória.  Na Galaxy Arena, em Macau, na China, com atuação de gala, Calderano conquistou o título da Copa do Mundo.

A vitória na final foi ainda mais emblemática, um triunfo de virada sobre o chinês Lin Shidong, o atual número 1 do mundo, e diante de uma fanática torcida. As parciais de 6/11, 11/7, 11/9, 11/4 e 11/5 selaram a consagração de Calderano no panteão dos grandes mesatenistas globais. A cena que se seguiu ao último ponto, com o brasileiro caindo no chão em êxtase, repetindo o gesto da semifinal contra o  número 2 do mundo, Wang Chuqin, traduziu a incredulidade e a magnitude da conquista.

“É muito louco falar sobre isso, é bem surreal. Antes do torneio começar, não imaginava ser o campeão, já estava muito feliz quando garanti a medalha na semifinal. Não imaginava vencer o top-3, ainda é surreal para mim. Eu escrevi o meu nome na história do tênis de mesa e estou muito feliz”, celebrou ele.

A recente participação nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, onde bateu na trave nas semifinais e na disputa pelo bronze, também foi lembrada com emoção.

“É muito importante ganhar um título como esse, principalmente depois dos Jogos Olímpicos. Eu sempre trabalhei muito e acreditei em mim. Se você falasse comigo há um mês, eu estava muito mal. Queria agradecer todo mundo pelo apoio, sempre leio as mensagens, fico muito grato pelo apoio que tenho dos meus amigos e da minha família no Brasil”, ressaltou, em meio às lágrimas.

A ascensão de Hugo Calderano no tênis de mesa é marcada pela quebra de inúmeros tabus. Iniciou sua jornada aos oito anos, impulsionado pela família de professores de educação física. Aos 14, deixou o Rio de Janeiro para treinar com a seleção brasileira juvenil em São Paulo, onde passou a colecionar títulos como o Sub-16 no Aberto da Suécia e o bronze no Desafio Mundial Infantil.

Um marco em sua carreira foi a primeira vitória sobre Hugo Hoyama, em 2011, então o principal nome do tênis de mesa nacional. Calderano  igualou Hoyama em Paris-2024 como o atleta brasileiro com mais partidas disputadas em Olimpíadas (nove). Sua trajetória olímpica começou com o bronze nos Jogos Olímpicos da Juventude em 2014, seguido por múltiplos títulos pan-americanos individuais e por equipes. Na Rio-2016, alcançou as oitavas de final, igualando a melhor marca de um atleta das Américas até então, também pertencente a Hoyama.

Em 2017, ingressou no top-20 do ranking mundial, ascendendo rapidamente nas posições. Em 2018, uma vitória histórica sobre o então número 1 do mundo, Fan Zhidong, o catapultou para o reconhecimento global. No mesmo ano, conquistou a Copa Pan-Americana da ITTF, saltando para a sexta colocação no ranking. Em Tóquio-2020, chegou às quartas de final, estabelecendo a melhor colocação de um atleta das Américas em Olimpíadas. Outros feitos notáveis incluem o bronze na Copa WTT e o quarto lugar no ranking mundial.

A vitória na Copa do Mundo coroa uma trajetória de dedicação e talento, quebrando o domínio dos chineses no torneio masculino e sinalizando uma nova era de competitividade global. Sua genialidade tática, a capacidade de antecipar os lances e variar o ritmo, foram cruciais para superar adversários de elite. Calderano não apenas conquistou um título inédito para o Brasil e para as Américas, mas também se consolidou como um dos maiores nomes do tênis de mesa mundial, inspirando uma nova geração de atletas a sonhar com o topo.

REBECA ANDRADE LEVA O PRÊMIO LAUREUS DO ESPORTE

A estrela continua a brilhar no mundo do esporte. Recordista de medalhas olímpicas pelo Brasil, com seis, nas edições de Tóquio-2020 e Paris-2024, a ginasta brasileira Rebeca Andrade se tornou a primeira atleta feminina do país a conquistar o Prêmio Laureus, considerada o Oscar do Esporte, na categoria Retorno do Ano. A entrega do troféu se deu nesta segunda-feira, dia 21, em Madrid.

A brasileira foi escolhida em tal quesito por ter superado três cirurgias, antes de dar a volta por cima e conquistar quatro de seus pódios olímpicos em Paris-2024: ouro no solo, prata no salto e no individual geral, e bronze por equipes. Antes, nos Jogos de Tóquio, ela ganhara o ouro no salto e a prata no individual geral.

“Houve momentos na minha carreira em que temi nunca mais voltar ao nível que já estive – e para todos nós, nada é maior do que os Jogos Olímpicos. Quando olho para as quatro medalhas que trouxe de Paris, vejo o apoio que recebi da minha família, dos meus colegas de equipe e dos meus treinadores ao longo dessa jornada”, enfatizou Rebeca, antes de prosseguir: “Na história de 25 anos desses prêmios, histórias de resiliência como essa inspiraram gerações de jovens, e vencedores anteriores incluem alguns dos maiores atletas de todos os tempos, como meu compatriota Ronaldo e Simone (Biles), que venceu este prêmio no ano passado.”

Neste sentido, a jovem paulista de 25 anos, atleta do Flamengo, se consolida cada vez mais como uma referência no Planeta Esporte.

A última vez que a estatueta tinha ido para um brasileiro neste quesito de recuperação foi em 2003, com Ronaldo, que também superou cirurgias no joelho para ser pentacampeão do mundo em 2002. Na mesma edição, foi também eleito o atleta do ano. Outros brasileiros vencedores foram o nadador Daniel Dias, que venceu na categoria Paratleta do Ano em 2009, 2013 e 2016; Pelé (2000, pela carreira); Bob Burnquist (2002, Atleta de Ação do Ano) e a seleção brasileira de futebol (2003, Equipe do Ano) tinham levado o troféu para o país.

BRASILEIRÃO SEGUE SENDO CEMITÉRIO DE TÉCNICOS

É impressionante como o Brasileirão Série A de 2025 já se configura como um verdadeiro cemitério de técnicos. Em apenas quatro rodadas, a guilhotina do futebol nacional ceifou quatro treinadores, um número alarmante que escancara a instabilidade e a pressão implacável sobre os profissionais da área no Brasil.

O Corinthians se desfez do argentino Ramón Díaz mesmo após a conquista do Campeonato Paulista, título que, aparentemente, não foi suficiente para blindá-lo das oscilações e da insatisfação, inclusive pública, de jogadores importantes. Foi demitido após a derrota para o Fluminense, em casa, por 2 a 0, na quinta, dia 17 de abril. No Grêmio, a goleada sofrida diante do Mirassol (4 a 1) foi a gota d’água para a saída do também argentino Gustavo Quinteros, que chegara como campeão de seu país, mas não resistiu à pressão dos resultados negativos.

Antes deles, Mano Menezes já havia caído no Fluminense logo na primeira rodada. Ironicamente ele vê agora seu substituto, Renato Gaúcho, impulsionar o tricolor a vitórias que levaram às demissões de colegas. O português Pedro Caixinha também não resistiu no Santos, deixando o cargo após uma derrota (1 a 0) para o mesmo Fluminense. Dos quatro técnicos demitidos, três eram estrangeiros, e apenas Mano brasileiro.  Mano, por sinal, foi anunciado nesta segunda, dia 21, como comandante técnico do Grêmio.

Essa frenética dança das cadeiras, com uma média de um técnico demitido por rodada, expõe a cultura de resultados imediatos que assola o futebol brasileiro. A impaciência dos dirigentes e a pressão constante da torcida criam um ambiente de trabalho extremamente volátil para os treinadores, que muitas vezes não têm tempo para implementar suas ideias e construir um projeto a longo prazo.

Enquanto essa rotatividade assustadora acontece nos clubes, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) busca a estabilidade e o prestígio de um nome internacional para a seleção. A investida em Carlo Ancelotti, multicampeão por grandes clubes europeus como o Real Madrid, demonstra o desejo da entidade de elevar o patamar da seleção brasileira.

Apesar de Ancelotti ter contrato com o Real Madrid até 2026, a CBF parece disposta a fazer um esforço considerável para trazê-lo, tendo inclusive enviado um representante para negociar com o italiano. A fragilidade do cargo de Ancelotti no clube após a eliminação na Liga dos Campeões pode favorecer a investida brasileira.

A possível chegada de um técnico do calibre de Ancelotti para a seleção brasileira contrasta fortemente com a instabilidade nos clubes. Seria, porém, uma tentativa de construir um projeto sólido e duradouro para o Brasil, na busca pelo resgate do protagonismo mundial.

Resultados da quinta rodada, de 19 a 21 de abril: Corinthians 2 x 1 Sport; Vasco 0 x 0 Flamengo; Grêmio 1 x 1 Inter; Juventude 2 x 2 Mirassol; São Paulo 2 x 1 Santos; Atlético-MG 1 x 0 Botafogo; Fluminense 1 x 1 Vitória; Fortaleza 1 x 2 Palmeiras; Red Bull Bragantino 1 x 0 Cruzeiro; Bahia 1 x 0 Ceará.

Classificação: 1. Palmeiras, 13; 2. Flamengo, 11; 3. Fluminense e Bragantino, 10.

LÁ EM MINAS

AMÉRICA – Pela quarta rodada da Série B do Brasileiro, no domingo, dia 20,   bateu o Goiás por 1 a 0, gol de Terceros. Agora, está em segundo, com 9 pontos.

ATLÉTICO – Neste domingo, em Belo Horizonte, obteve a primeira vitória no Brasileirão: 1 a 0 sobre o Botafogo, gol do argentino Cuello. O clube mineiro chegou aos 5 pontos na 15ª posição na tabela.

CRUZEIRO – Neste domingo, dia 20, pela quinta rodada do Brasileirão, perdeu por  1 a 0 para o RB Bragantino, em Bragança Paulista. Jhon Jhon fez o único gol da partida. O Cruzeiro tem 7 pontos na sétima colocação.

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