Publicado em 20/10/2017 as 8:00am
Brasileira chegou com US$ 200 a NY e hoje fatura US$ 2,5 mi com picanha e mandioca
Ao desembarcar nos Estados Unidos em 1996, a brasileira Sonia Bueno, 53, diz que carregava...
Ao desembarcar nos Estados Unidos em 1996, a brasileira Sonia Bueno, 53, diz que carregava apenas US$ 200 (R$ 633) e "muita vontade de vencer". Depois de trabalhar como garçonete em bares e restaurantes, ela comprou seu próprio negócio em 2009 e hoje é dona do Brazil Brazil 46, próximo à Times Square, em Nova York. Serve itens brasileiros, como picanha, mandioca, feijoada e capirinha. Em 2016, a empresa faturou US$ 2,5 milhões (R$ 7,9 milhões). O lucro não foi revelado.
O investimento inicial foi de US$ 100 mil (R$ 316,5 mil). "Mas depois de comprá-lo, descobri que havia adquirido também uma dívida de US$ 500 mil (R$ 1,6 milhão)", relata. Formada em economia, Sonia trabalhava no Brasil na pequena fábrica de bijuterias da sua família de classe média do Tatuapé (zona leste de São Paulo). Vendia para atacadistas da 25 de Março, tradicional rua de comércio popular na capital paulista, mas, segundo ela, os negócios não iam bem.
De acordo com o site UOL, Sonia decidiu tentar a vida nos Estados Unidos. Vendeu duas linhas de telefone, deixou o dinheiro para sustentar a mãe e a avó e viajou para fora do Brasil pela primeira vez. Foi com visto de turista para fazer um curso de inglês. "Era arrimo de família e tinha que arrumar emprego para sustentar minha mãe e avó. Fui sem eira nem beira, sem falar uma palavra em inglês, mas não tinha a opção de voltar", relata Sonia, que conseguiu se legalizar dois anos depois, ao se casar com um inglês com cidadania americana.
Divorciada desde 2002, ela é hoje casada com João Zacarias, de Belo Horizonte (MG). Ela teve depressão nos cinco primeiros anos Sonia foi para a cidade de Newark, no Estado de Nova Jersey, e ficou hospedada na casa da tia de uma amiga até ter condições de se manter. Lá, trabalhou como garçonete em restaurantes e bares portugueses.
Após se mudar para Nova York, em 1997, Sonia continuou a trabalhar em restaurantes, entre eles o Brazil Grill, onde foi promovida a gerente em 2003. Virou sócia minoritária em restaurante italiano Em 2006, os donos do Brazil Grill ofereceram a Sonia sociedade minoritária em outro restaurante do grupo, o Pietra Santa.
Ela aceitou e, em 2009, recebeu outra proposta desses empresários para comprar o restaurante Brazil Brazil, que viria a se tornar Brazil Brazil 46, numa referência ao nome da rua onde está instalado.
Na época, segundo ela, os donos (três brasileiros, dois americanos e um italiano) enfrentavam problemas devido à crise mundial de 2008, além de terem uma dívida de US$ 500 mil (R$ 1,6 milhão), que ela só descobriu depois de o negócio ter sido fechado. "Assumi as rédeas da situação e o desafio de reerguer a empresa. Paguei as dívidas em dois anos", afirma. 70% dos clientes são americanos e europeus A aceitação dos americanos tem sido grande, diz.
Segundo ela, 70% da sua clientela é formada por americanos e europeus e 30% por brasileiros. O Brazil Brazil 46 oferece pratos como feijoada, sopa de feijão preto, picanha, moqueca de peixe, frango a passarinho, bobó de camarão, linguiça com mandioca frita, além de salgadinhos (coxinha, pastel e bolinho de bacalhau), pão de queijo e caipirinhas. Picanha na chapa (US$ 26 ou R$ 82,29) e camarão no coco (US$ 24 ou R$ 75,96) são os pratos mais pedidos. Com três ambientes (bar, jardim de inverno e salão), o Brazil Brazil 46 recebe entre 2.500 e 3.000 clientes por mês. Tem 35 funcionários (22 brasileiros).
Fonte: Redação - Brazilian Times