Publicado em 1/11/2017 as 5:00pm
Imigração detém menina de 10 anos com paralisia cerebral
Uma menina de 10 anos com paralisia cerebral foi detida por autoridades federais de imigração...
Uma menina de 10 anos com paralisia cerebral foi detida por autoridades federais de imigração no Texas após ela passar por um posto de checagem da Patrulha de Fronteira no caminho para o hospital onde seria submetida a uma cirurgia de vesícula biliar de emergência.
A garota, Rosamaria Hernandez, que foi levada para os EUA ilegalmente para viver em Laredo, no Texas, quando tinha apenas 3 meses de vida, estava sendo transferida de um centro médico em Laredo para um hospital em Corpus Christi por volta das 2 da manhã da terça-feira, quando patrulheiros pararam a ambulância que a levava, segundo relatou sua família.
Os agentes permitiram que ela continuasse para o Hospital Discoll Children, mas seguiram a ambulância até lá, onde esperaram do lado de fora do quarto da menina até ela receber alta do hospital.
Na noite de quarta-feira, 25, de acordo com membros da família e advogados envolvidos no caso, agentes da imigração a levaram para uma instalação em San Antonio onde crianças imigrantes que chegam aos EUA sozinhas de países da América Central são mantidas. Ela foi mantida presa mesmo com seus pais estando em situação legal.
Sua situação destaca as circunstâncias atípicas do caso: o governo federal mantém centros de detenção para imigrantes adultos com o objetivo de deportá-los, unidades para famílias que fazem a travessia da fronteira juntos e abrigos para crianças que chegam sozinhas, conhecidas como menores desacompanhados. Mas é raro, se não desconhecido, para uma criança que já está vivendo nos EUA ser presa, particularmente uma com sérios problemas de saúde.
Agentes de imigração têm, no entanto, prendido alguns adolescentes suspeitos de pertencer a gangues como o MS-13, que nasceu em Los Angeles e em El Salvador, que o presidente Donald Trump e o secretário de Justiça, Jeff Sessions, têm repetidamente condenado. Como uma questão geral, a administração Trump endureceu a aplicação das regras de imigração pelo país, levantando diretrizes estabelecidas sob a presidência Barack Obama que tornaram improvável que um imigrante sem documentos, com exceção daqueles que chegaram recentemente ao país ou daqueles com ficha criminal, ser deportado.
O primo de Rosamaria, Aurora Cantu, um cidadão americano que estava com ela na ambulância e a acompanhou até o hospital junto com a mãe da menina e outras pessoas, explicou que os agentes de imigração, primeiro, tentaram persuadir a família a concordar com uma transferência da garota para um hospital mexicano, pressionando a todos a assinar um formulário de "partida voluntária" para a menina. Eles se recusaram a fazê-lo. Todo o tempo em que Rosamaria estava em cirurgia e na sua recuperação, vários agentes de fronteira se posicionaram no lado de fora do quarto dela no hospital, segundo sua família.
Sua mãe, Felipa de la Cruz, de 39 anos, disse em uma entrevista que sua família se mudou para Texas de Nuevo Laredo, a cidade do México do outro lado da fronteira, bem próxima da Laredo americana, quando Rosamaria era ainda um bebê, com a esperança de obter um tratamento melhor para ela contra a paralisia cerebral.
Fonte: Redação - Brazilian Times