Chegou o Classificado do Brazilian Times. Divulgue ou busque produtos e serviços agora mesmo!

Acessar os Classificados

Publicado em 5/09/2020 as 9:00pm

Viúva que teve marido morto em hipermercado já tem advogado constituído

“É como se a gente não valesse nada, não tivesse importância nenhuma para o mundo, só...

Viúva que teve marido morto em hipermercado já tem advogado constituído Odeliva e marido Moisés

“É como se a gente não valesse nada, não tivesse importância nenhuma para o mundo, só pensam no dinheiro. Dá uma sensação de vazio”. Assim desabafou a viúva Odeliva Cavalcante, que perdeu o marido, Manoel Moisés Cavalcante, de 59 anos, no dia 14 de agosto, vítima de um infarto nas instalações do hipermercado Carrefour, em Recife (PE).

O que causou comoção nacional foi o fato de, por 3h30, o corpo da vítima ter sido tapado com guarda-sóis e cercado por caixas de papelão, engradados de cerveja e tapumes improvisados entre as gôndolas, na sessão de bebidas. Durante este tempo, o hipermercado seguiu as vendas normalmente.

A esposa de Manoel foi avisada pela mãe de um de seus colegas representantes, já que a notícia circulou pelo grupo de WhatsApp dos funcionários terceirizados. Chegando ao local, Odeliva foi levada para uma sala da administração enquanto aguardava a chegada de algum representante a funerária.

“Lá fiquei sentada com apenas um copo de água e guardanapo para eu enxugar as minhas lágrimas”, desabafou a viúva, afirmando que, até então, tinha sido impedida de ver o corpo do marido, com quem foi casada por 29 anos.

“Fui até onde estava estirado o corpo do meu marido à força, pois não queriam que eu fosse até lá, provavelmente com medo que eu fizesse algum escândalo. Era um direito meu ver o meu marido, e tão triste como vê-lo morto foi olhar a cena dele cercado por guarda-sóis e caixas. As pessoas olhavam de longe, curiosas, e seguiam suas compras normalmente”, lamentou Odeliva.

Manoel era representante de vendas da Coco do Vale e, naquele momento, estava nas dependências do citado mercado quando sofreu um mal súbito que o levou à morte. Segundo a esposa, ele havia se levantado às 3h30, como normalmente fazia para trabalhar, e em nada se queixou naquela madrugada.

Até o momento, a viúva não obteve qualquer tipo de ajuda do Carrefour. O especialista em indenizações, advogado gaúcho Eduardo Lemos Barbosa, já está atuando no caso.

Aliás, ele também foi o advogado que atuou no caso da jovem Débora Dantas que, há um ano, teve o couro cabeludo arrancado em um acidente de kart, no Grupo Big, também em Recife.

Segundo ele, houve uma clara violação à dignidade da pessoa humana, que é um princípio constitucional. “Foi desprezível e inadmissível a forma de tratamento ao Manoel Moisés. O falecimento da vítima estará marcado para sempre nas instalações do Carrefour”, afirmou o advogado, destacando que o corpo do representante de vendas deveria ter sido acomodado em um lugar mais privado.

De acordo ainda com Eduardo Lemos Barbosa, o direito a indenização à viúva é cabível por todos os danos causados.

Odeliva e marido Moisés
Moisés. Caso Carrefour
Dr Eduardo Lemos Barbosa

Top News