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Publicado em 20/03/2019 as 6:00pm

Marcelo Gleiser rerecebe o prêmio Templeton 2019

O brasileiro Marcelo Gleiser, físico teórico, cosmólogo e um dos principais defensores da...

Marcelo Gleiser rerecebe o prêmio Templeton 2019 O físico Marcelo Gleiser

O brasileiro Marcelo Gleiser, físico teórico, cosmólogo e um dos principais defensores da visão de que ciência, filosofia e espiritualidade são expressões complementares da necessidade humana de abraçar o mistério e o desconhecido, foi anunciado hoje como o ganhador do Prêmio Templeton de 2019.

Gleiser, 60, professor de física e astronomia que ocupa a cátedra Appleton de Filosofia Natural no Dartmouth College em Hanover, estado de New Hampshire nos Estados Unidos, ganhou reconhecimento internacional por meio de livros, ensaios, blogs, documentários de TV e conferências que apresentam a ciência como uma busca espiritual para entender as origens do universo e da vida na Terra.

Por 35 anos, sua pesquisa tem examinado uma ampla gama de tópicos, desde o comportamento de campos quânticos e partículas elementares até a cosmologia do universo inicial, dinâmica das transições de fase, astrobiologia e novas medidas fundamentais de entropia e complexidade baseadas em teoria da informação, com mais de 100 artigos revisados por pares publicados até o momento.

Gleiser é uma voz proeminente entre os cientistas, do passado e do presente, que rejeitam a noção de que apenas a ciência pode levar a verdades fundamentais sobre a natureza da realidade. Em vez disso, em sua carreira paralela como intelectual público, ele revela os vínculos históricos, filosóficos e culturais entre as ciências naturais, as humanas e a espiritualidade, e defende uma abordagem complementar ao conhecimento, especialmente em questões em que a ciência não pode fornecer uma resposta final.

Ele frequentemente descreve a ciência como um "engajamento com o misterioso", inseparável da relação da humanidade com o mundo natural. Seus escritos propõem que a ciência moderna trouxe a humanidade de volta ao centro metafórico da criação - sua doutrina do “humanocentrismo” – revelando a improvável singularidade do nosso planeta e a excepcional raridade dos seres humanos como seres inteligentes capazes de entender a importância de se estar vivo. Essa inversão do Copernicanismo, diz Gleiser, leva à necessidade de uma nova moralidade cósmica onde a sacralidade da vida é estendida ao planeta e a todos os seres vivos.

O Prêmio Templeton, no valor de 1,1 milhão de libras esterlinas, é um dos maiores prêmios anuais individuais do mundo e homenageia uma pessoa que fez uma contribuição excepcional para afirmar a dimensão espiritual da vida, seja por insights, descoberta ou trabalhos práticos. O anúncio foi feito hoje pela John Templeton Foundation, com sede em West Conshohocken, Pensilvânia, através de seu website em www.templetonprize.org. 

Fundado em 1972 pelo falecido investidor global e filantropo Sir John Templeton, o Prêmio é um pilar dos esforços internacionais da Fundação para servir como um catalisador filantrópico para descobertas relacionadas às questões mais profundas que a humanidade enfrenta. A Fundação apoia a pesquisa em assuntos que vão da complexidade, evolução e emergência à criatividade, perdão e livre arbítrio.

Marcelo Gleiser nasceu no Rio de Janeiro em uma família influente na comunidade judaica e recebeu uma educação conservadora em escola hebraica. Ele começou a faculdade de engenharia química, mas logo mudou para a física, formando-se bacharel pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro em 1981. No ano seguinte, fez mestrado em física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e, em 1986, obteve seu doutorado em física teórica pelo King's College de Londres.

Aos 32 anos, Gleiser foi nomeado professor assistente de física e astronomia em Dartmouth e tornou-se professor titular em 1998, aos 39 anos. Durante esses anos ele se distanciou das teorias de unificação e expandiu suas visões científicas em um contexto cultural maior, resultando em seu primeiro livro “A Dança do Universo”. Concebido como um livro didático para cursos não-científicos em Dartmouth, essa exploração das raízes filosóficas e religiosas do pensamento científico e sua influência dos tempos antigos aos modernos marcou o aparecimento de Gleiser como um intelectual público.

Fonte: Redação Braziliantimes

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