Publicado em 21/10/2020 as 10:00am
Carlos Wanzeler não consegue recuperar cidadania brasileira e vai ser extraditado para os EUA
Depois de tentar recuperar a sua cidadania brasileira para evitar uma extradição para os...
Depois de tentar recuperar a sua cidadania brasileira para evitar uma extradição para os Estados Unidos, o empresário Carlos Wanzeler foi surpreendido com uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) divulgada nesta terça-feira, dia 20. A segunda turma de magistrados decidiu pela continuidade do processo de extradição do ex-sócio da empresa TelexFree.
De acordo com as informações, a turma já tinha permitido a extradição no fim de setembro, numa decisão por unanimidade. Mas, em paralelo, o ministro Marco Aurélio Mello a suspendeu até a análise do conteúdo de uma ação da defesa que contestava outra decisão da Segunda Turma, a de manter a perda da nacionalidade brasileira do empresário.
O relator do caso foi o Ministro Ricardo Lewandowski, que considerou que uma decisão individual do ministro Marco Aurélio, que faz parte da Primeira Turma, não poderia suspender uma decisão colegiada de outra turma. "O que me preocupa é que um colega monocraticamente possa sustar uma decisão colegiada da turma", afirmou. Os ministros Gilmar Mendes e Cármen Lúcia acompanharam o relator. O ministro Edson Fachin divergiu.
A Segunda Turma decidiu sobre a extradição a partir de um pedido feito pelos Estados Unidos. Os ministros concederam a extradição do empresário quanto ao delito de fraude eletrônica, apesar de o empresário também ser acusado nos EUA de lavagem de dinheiro e conspiração.
Também entenderam que o fato de haver processos penais contra ele não Brasil não impede a permissão para a extradição, cabendo ao governo brasileiro decidir se entrega imediatamente o extraditado ao país que pediu a medida ou se só faz isso após o fim dos processos e o cumprimento das penas no Brasil.
Segundo o governo norte-americano, a TelexFree operou como uma pirâmide ilegal e causou prejuízo de mais de US$ 3 bilhões a mais de um milhão de pessoas em todo o mundo.
Logo depois da decisão, a defesa recorreu alegando que havia contradições e omissões no julgamento. Os advogados querem que seja reconhecido que não é possível a extradição com base no crime de fraude eletrônica e que os Estados Unidos não atenderam aos requisitos para receber o empresário, previstos na Lei de Imigração, entre outros pedidos.
Mas, paralelamente, os advogados também acionaram o STF contra outra decisão da Segunda Turma, que manteve a perda da nacionalidade brasileira do empresário. Foi neste segundo processo que o ministro Marco Aurélio ordenou a suspensão do procedimento, o que acabou por atingir a deliberação sobre a extradição da turma.
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Fonte: Redação - Brazilian Times.