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Publicado em 7/12/2020 as 6:00pm

Ciência: Brasileiros usam processo evolutivo contra Aedes aegypti

A UFPR consegue desenvolver molécula inédita no mundo que bloqueia o sistema sensorial do mosquito da dengue

Ciência: Brasileiros usam processo evolutivo contra Aedes aegypti Em testes de laboratório, o repelente mostrou atividade de dez horas, constituindo-se em um agente de alta eficiência

Cientistas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) conseguiram usar o próprio processo de evolução das espécies para bloquear o sistema sensorial do mosquito Aedes aegypti, causador de doenças como a dengue. A estratégia foi desenvolvida por pesquisadores do Laboratório de Ecologia Química e Síntese de Produtos Naturais (Lecosin), da UFPR.

No trabalho, os pesquisadores sintetizaram uma molécula derivada do ácido lático que tem a capacidade de anular o poder natural do inseto em seguir as chamadas ‘pistas químicas’ exaladas pelos humanos. Essas pistas são, sobretudo, o dióxido de carbono e o ácido lático, captados por receptores presentes nas antenas do Aedes aegypti.

Ao alterar a molécula do ácido lático, a equipe, liderada por Francisco de Assis Marques, do Departamento de Química da UFPR, conseguiu fazer com que o inseto seja incapaz, temporariamente, de reconhecer a substância exalada. “Ao perder a capacidade de rastrear e localizar o ácido lático, com outras substâncias voláteis, conseguimos alterar a capacidade do mosquito de localizar e alvejar o ser humano, transmitindo doenças como dengue, chikungunya e zika”, explica.Estratégia:

A estratégia de desenvolver um repelente a partir de uma molécula com ‘ação atraente’ é inédita e aproveita a alta eficiência de interação do fator ‘atraente’ com os receptores do mosquito para fazer com que a nova molécula funcione de forma contrária. Em testes de laboratório, o repelente mostrou atividade de dez horas, constituindo-se em um agente de alta eficiência. A síntese desse novo produto tem sido desenvolvida dentro dos preceitos da chamada Química Verde, que gera substâncias naturais e de baixa toxicidade, diminuindo danos ambientais.

“O papel da Capes [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior], do CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico] e do Ministério da Saúde em estruturarem este projeto foi verdadeiramente espetacular. Em um curto período de tempo, as universidades e institutos de pesquisa estão apresentando resultados e trazendo alternativas que podem ajudar o Brasil a se livrar de problemas sanitários graves e que assolam nosso país há muito tempo”, afirma Marques.

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Fonte: Redação Brazilian Times

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