Publicado em 30/01/2021 as 6:00pm
Pandemia: Por que os cientistas estão preocupados com a variante do Brasil
Na segunda-feira (25), as autoridades detectaram o primeiro caso confirmado de P.1 nos EUA, especificamente em Minnesota
Da redação
Novas mutações do coronavírus parecem estar surgindo em toda parte. Há uma do Reino Unido, que é mais contagiosa e já circula nos EUA. Há um da África do Sul, que está forçando os laboratórios Moderna e a Pfizer a reformular suas vacinas COVID-19 e criar injeções de "reforço", apenas para garantir que as vacinas mantenham sua eficácia.
Entretanto, para alguns cientistas, a variante mais preocupante pode ser a mais recente. Uma variante chamada P.1, que surgiu no início de dezembro em Manaus (AM), e em meados de janeiro já havia causado um ressurgimento massivo de casos na cidade de 2 milhões de pessoas.
Na segunda-feira (25), as autoridades detectaram o primeiro caso confirmado de P.1 nos EUA, especificamente em Minnesota. O Departamento de Saúde do estado identificou o caso sequenciando aleatoriamente 50 testes nasais de pacientes positivos a cada semana. A pessoa infectada com P.1. nos EUA já havia viajado ao Brasil.
"Se você me perguntasse agora, o que é mais preocupante de todas as coisas que ouvi até agora, é o fato de que eles estão relatando um aumento repentino de casos em Manaus, Brasil", o especialista em vírus Jeremy Luban da Universidade de Massachusetts disse à NPR duas semanas atrás, antes que a variante chegasse aos EUA. "Manaus já tinha 75% das pessoas infectadas (na primavera do ano passado)".
A preocupação com P.1 é dupla: os cientistas não entendem por que a variante se espalhou de forma tão explosiva no Brasil, e a variante carrega um conjunto de mutações particularmente perigoso. Enquanto a variante do Reino Unido levou cerca de 3 meses para dominar o surto na Inglaterra, P.1 levou apenas cerca de 1 mês para dominar o surto em Manaus. Além disso, Manaus já havia sido gravemente atingida pelo vírus em abril. Um estudo estimou que a população deveria ter atingido a imunidade coletiva e o vírus não deveria se espalhar facilmente na comunidade. Então, por que a cidade veria um aumento ainda maior 10 meses depois? P.1 poderia estar evitando os anticorpos feitos contra a versão anterior do vírus, facilitando as reinfecções? Poderia ser significativamente mais contagioso? Ambos poderiam ser verdadeiros?
“Embora não saibamos exatamente por que essa variante tem sido aparentemente tão bem-sucedida no Brasil, nenhuma das explicações sobre a mesa é boa”, postou o epidemiologista Bill Hanage, da Universidade Harvard, no Twitter.
As reinfecções são uma preocupação séria por vários motivos. Em primeiro lugar, como a variante da África do Sul, P.1 carrega um grupo de mutações ao longo da superfície do vírus onde os anticorpos, especialmente os anticorpos potentes, gostam de se ligar.
"Eles são os principais alvos do sistema imunológico", disse Penny Moore, especialista em vírus, do Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul e da Universidade de KwaZulu-Natal. "Então, quando vemos muitas mutações [nessas superfícies], aumenta a possibilidade de que as mutações possam estar conferindo escape imunológico." Ou seja, as mutações estão ajudando o vírus a evadir os anticorpos ou escapar do reconhecimento por eles. Em essência, as mutações estão fornecendo ao vírus uma espécie de capa de invisibilidade.
Para testar essa hipótese, Moore e seus colegas coletaram soro sanguíneo de 44 pessoas infectadas com a versão anterior do vírus e verificaram se os anticorpos naquele soro ainda funcionavam contra a nova variante da África do Sul. Ou os anticorpos perderam a sensibilidade?
"Na verdade, foi isso que vimos", disse ela. "Na verdade, foi realmente uma queda dramática na sensibilidade. Vimos que em metade do soro, os anticorpos foram significativamente menos eficazes contra a nova variante (da África do Sul)." Até agora, os cientistas não testaram P.1 em experimentos de neutralização semelhantes, mas P.1 tem duas mutações que os cientistas já demonstraram reduzir a ligação de anticorpos.
E assim, agora temos um jogo de "gato e rato", disse o especialista em vírus Ravi Gupta, entre o vírus e a vacina. O vírus encontra formas de contornar a vacina (e nosso sistema imunológico), disse Gupta, e por isso os fabricantes têm que reformular as vacinas (ou então corremos o risco de ser infectados duas vezes).
"Já estivemos aqui com a gripe. Temos que conviver com a gripe e descobrir uma maneira de nos anteciparmos ao vírus, fabricando vacinas anualmente", disse Gupta, da Universidade de Cambridge.
"Portanto, posso imaginar que faremos algo semelhante com (o) coronavírus. Eventualmente, precisaremos desenvolver vacinas diferentes que têm como alvo diferentes partes do vírus - aquelas que o vírus acha mais difícil de mudar".
Esse processo vai custar muito dinheiro ao mundo, e levará tempo, acrescentou Gupta. “Não acho que haverá uma solução única que apareça em 2021 que diga: 'É isso, terminamos'. "O coronavírus vai causar uma interrupção de longo prazo", concluiu.
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