Empresa de brasileiros faz acordo para pagar US $5,5 milhões por discriminação de mulçumanos no Colorado

O segundo maior produtor de carne bovina, suína e de frango dos Estados Unidos vai pagar até US $ 5,5 milhões para resolver um processo que alega que a empresa discriminou funcionários muçulmanos em uma fábrica de processamento de carne no norte do Colorado.

A US Equal Employment Opportunity Commission (EEOC) entrou com o processo no tribunal federal de Denver em 2010. Nele, a organização afirma que a JBS Swift & Company, de propriedade de brasileiros, discriminou funcionários em sua fábrica de processamento de carne bovina em Greeley,. A empresa teria negado idas ao banheiro e “disciplinando-os” com mais rigor do que outros trabalhadores pelo fato deles serem imigrantes muçulmanos” da Somália e negros.

A JBS Swift & Company,  que foi comprada em Maio de 2007 pela empresa brasileira JBS por US$ 1,4 bilhão, deve pagar os US $ 5,5 milhões a cerca de 300 funcionários.

No acordom divulgado nesta quarta-feira, dia 09, Nikki Richardson, porta-voz da JBS, disse que a empresa não admite qualquer responsabilidade e que proíbe toda discriminação e assédio em suas instalações e “está comprometida com a diversidade e inclusão no ambiente de trabalho”.

De acordo com a ação, a JBS impediu os funcionários muçulmanos de orar e os perseguia quando tentaram orar durante os intervalos programados e intervalos para ir ao banheiro.

O JBS também foi acusado de bloquear o fornecimento de água durante o mês sagrado do Ramadã em 2008, impedindo que os trabalhadores muçulmanos recebessem uma bebida ao pôr-do-sol após um dia de jejum e de se lavar antes das orações. De acordo com o processo, os gerentes da JBS e outros funcionários jogaram carne ou ossos em funcionários negros e somalis, os xingaram e aceitaram pichações ofensivas nos banheiros da fábrica de Greeley, incluindo o uso da palavra “N.....”, “Somalis são nojentos”, “F—- Somalians” e “F—- Muslims”.

“Este caso serve como um lembrete de que a discriminação sistêmica e o assédio continuam sendo problemas significativos que nós, como sociedade, devemos enfrentar”, disse a presidente da EEOC, Charlotte Burrows, em um comunicado.

A JBS deve tomar várias medidas para evitar mais discriminação, incluindo permitir que ex-funcionários cobertos pelo acordo sejam elegíveis para recontratação. A empresa também vai revisar, atualizar e divulgar suas políticas antidiscriminação e manter uma linha direta 24 horas para denunciar este tipo de crime.

A empresa também deverá fornecer locais silenciosos, além de banheiros, para os funcionários orarem.

Muitos somalis começaram a trabalhar na fábrica de Greeley após uma operação do Deparrtamento de Imigração e Alfândega (ICE, sila em inglês), em 2006, na qual 270 funcionários hispânicos foram detidos.

Os maustratos dispensado aos trabalhadores somalis chegou ao auge dois anos depois, quando eles pediram aos funcionários da empresa que mudassem o intervalo de refeição programado da fábrica para que pudessem parar de jejuar ao pôr do sol durante o Ramadã.

A direção concordou com um intervalo para refeição mais cedo, mas mudaram o curso três dias depois e, de acordo com o processo, os trabalhadores muçulmanos que foram orientados a sair para orar não foram autorizados a voltar à fábrica.

Dias depois, vários trabalhadores foram demitidos pelo que a empresa disse ser uma paralisação não autorizada do trabalho, de acordo com o processo.

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