Congresso na ONU: “Não se incomode sequer em vir”, alertou Blasio a Bolsonaro

Na segunda-feira (20), o Prefeito Bill de Blasio disse publicamente ao presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, para não "se incomodar em vir" à Assembleia Geral da ONU de 2021, sediada em Manhattan (NY). A decisão representa uma demonstração de força contra os líderes mundiais que não foram vacinados contra COVID-19 e não precisam da permissão de Blasio para visitar a Big Apple.

A decisão ocorreu um dia antes de Bolsonaro desafiar a ordem de vacinação determinada pela Prefeitura de New York para as pessoas que participam de reuniões públicas internas.

“Precisamos enviar uma mensagem a todos os líderes mundiais, incluindo mais notavelmente o Bolsonaro do Brasil, que se você pretende vir para cá, precisa ser vacinado”, disse de Blasio durante sua entrevista coletiva diária na Prefeitura.

“Se você não quer ser vacinado, não se preocupe em vir porque todos devem estar seguros juntos", acrescentou.

Segundo a tradição da ONU, como presidente do Brasil, Bolsonaro será o 1º orador quando a Assembleia Geral iniciar seu 76º debate anual na terça-feira (21).

De Blasio afirma que o UNGA Hall em Manhattan é coberto pelas regras de imunização da Big Apple, conhecidas como a "Chave para Nova York".

Bolsonaro, culpado pelo alto número de mortes causadas pelo coronavírus no Brasil, alega que não precisa ser vacinado porque sobreviveu à infecção de COVID-19 no ano passado.

“Por que tomar a vacina? Ter anticorpos, não é? Meus níveis de anticorpos estão muito altos ”, disse ele na quinta-feira (16). “Depois que todos no Brasil forem vacinados, eu decidirei”.
Na semana passada, o presidente da Assembleia Geral, Abdulla Shahid, das Maldivas, disse que um “sistema ético" exigiria que os participantes atestassem que foram vacinados passando seus crachás de identificação antes de entrar no salão.

“Esperamos sinceramente que esta solução seja aceitável para todos, dentro dos limites das responsabilidades e status de todos”, disse o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, na sexta-feira (17).

De Blasio não disse na segunda-feira (20) se alguma das 13 agências municipais de saúde impõem a regra citada na Assembleia Geral da ONU. Entretanto, fontes do Departamento de Polícia de Nova York (NYPD) disseram que Bolsonaro pode ter sua entrada legalmente negada em restaurantes, bares ou clubes caso tente se divertir fora da sede da ONU no Upper East Side.

Se o presidente brasileiro tiver um ataque violento, no entanto, como três turistas do Texas são acusados de fazer na semana passada, a imunidade diplomática o impediria de ser admitido num hospital local, disseram fontes.

Fonte: Leonardo Ferreira