Dois brasileiros estão entre indiciados em esquema que promoveu casamentos falso em troca de Green Card

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos divulgou na quinta-feira, dia 07, que onze residentes no sul do estado foram indiciados por administrar uma “agência” que realizava casamentos falsos com objetivo de obter Green Card. De acordo com as informações, este esquema realizou centenas de matrimônios que visavam apenas burlar as leis de imigração.

Oito dos 11 réus foram presos e eles farão suas primeiras aparições em audiência no tribunal federal de Los Angeles (CA), mas depois aparecerão em Boston (Massachusetts).

As seguintes pessoas foram indiciadas na quinta-feira por conspiração para cometer fraude de casamento e fraude de documentos de imigração:

Marcialito Biol Benitez, vulgo “Mars,” 48 anos, um filipino que vive em Los Angeles;

Engilbert Ulan, vulgo “Angel,” 39 anos, um filipino que vive em Los Angeles;

Nino Reyes Valmeo, 45 anos, um filipino que vive em Los Angeles;

Harold Poquita, 30 anos, um filipino que vive em Los Angeles;

Juanita Pacson, 45 anos, uma Filipina que vive em Los Angeles

Felipe Capindo David, vulgo “Pilipi” ou “Peebles”, 49 anos, um filipino que vive em Los Angeles;

Peterson Souza, 34 anos, um brasileiro que vive em Anaheim;

Devon Hammer, 26 anos, de Palmdale

Tamia Duckett, 25 anos, de Lancaster, Inglewood e Palmdale

Karina Santos, 24, Brasileira que vive em Lancaster

Casey Loya, 33, de Lancaster e Palmdale

O primeiro indiciado, Benitez, supostamente operou a chamada “agência” que organizou os casamentos entre imigrantes e cidadãos dos EUA, de acordo com a acusação. O esquema preparou e enviou petições, solicitações e outros documentos falsos para comprovar o casamento fraudulento e garantir o status de imigração dos clientes por uma taxa entre US$ 20.000 e US$ 30.000.

Um dos clientes imigrantes morava em Massachusetts, de acordo com as autoridades.

Benitez supostamente operou a agência em escritórios em Los Angeles, onde empregou seus cúmplices como funcionários.

Valmeo, Ulan, Poquita e Pacson supostamente ajudaram a organizar os casamentos e enviar documentos falsos, incluindo declarações fiscais.

De acordo com a denúncia Hammer, Duckett, Loya e a brasileira Karina serviram como “corretores” que recrutaram cidadãos dos EUA dispostos a se casar com clientes em troca de uma taxa e pagamentos mensais dos cônjuges após o casamento até que o cliente obtivesse o status de residente permanente legal.

Também foi alegado que Karina e Capindo David encaminharam potenciais clientes estrangeiros para a agência por uma comissão de cerca de US$ 2.000 por indicação.

Depois de conectar clientes estrangeiros com cônjuges cidadãos, Benitez e sua equipe organizaram cerimônias de casamento em capelas, parques e outros locais, que foram realizadas por juízes de paz contratados online. Em muitos casos, a agência tirava fotos de clientes indocumentados e cônjuges cidadãos em frente a decorações de casamento para depois enviar junto às petições de imigração.

Benitez e sua equipe supostamente enviaram petições fraudulentas de imigração baseadas em casamento aos Serviços de Cidadania e Imigração dos EUA. Eles treinaram clientes e cônjuges sobre entrevistas com o Departamento de Serviços de Imigração dos Estados Unidos (USCIS, sigla em inglês) e os aconselharam sobre como manter a aparência de um casamento legítimo.

De acordo com a denúncia, este esquema realizou pelo menos 400 casamentos falsos entre outubro de 2016 e março de 2022.

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