Capixabas são condenados a 37 anos de prisão pelo assassinato de brasileira nos EUA

Thiago Philipe recebeu uma pena total de 37 anos e três meses de reclusão. Já Wenderson Júnior Dalbem Silva foi condenado a 37 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão. Corpo de Ana Paula Feitosa dos Santos Braga nunca foi encontrado

Depois de 17 horas de julgamento, os acusados pelo assassinato da brasileira Ana Paula feitosa dos Santos Braga, foram condenados e sentenciados. Este foi um processo inédito, pois o crime aconteceu nos Estados Unidos e eles foram julgados no Brasil. De acordo com os documentos judiciais, Thiago Philipe pegou 37 anos e três meses de prisão e Wenderson Júnior Dalbem Silva pegou 37 anos, 7 meses e 15 dias.

O julgamento de sentença começou às 14h26 do dia 10 e terminou na madrugada do dia 11, quando foi divulgado o tempo de prisão de casa um. No plenário estavam a mãe da vítima e as dos réus.

Eles foram condenados por homicídio com três qualificações (motivo fútil, asfixia e recurso que impossibilitou a defesa da vítima), ocultação de cadáver e furto do carro, celular e dinheiro da vítima.

Os documentos judiciais afirmam que os jurados concluíram que os acusados foram os responsáveis pelo assassinato de Ana Paula Feitosa dos Santos Braga, de 24 anos, no dia 30 de janeiro de 2020. Ela foi morta na casa que havia acabado de alugar em Los Angeles, Califórnia. A vítima foi morta por asfixia, com o uso de um cinto e de um fio elétrico.

Wenderson permaneceu de cabeça baixa durante toda a leitura do documento. Antes de deixar o plenário, acompanhado pelos policiais penais, ele ouviu da mãe: “Eu te amo, meu filho”. E fez questão de responder o mesmo para ela.

No final do julgamento, a mãe de Ana Paula disse que estava “aliviada e queria que a pena fosse maior”.

ENTENDA O CASO

Ana Paula morou em Massachusetts e há alguns meses antes de sua morte havia se mudado para Los Angeles. Segundo a investigação, Thiago Philipe Souza Bragança e Walderson Junior da Silva enrolaram o corpo da vítima em um cobertor e o colocaram no porta-malas do carro dela. O carro foi encontrado no início da segunda quinzena de fevereiro de fevereiro de 2020, no estacionamento de um cassino no estado de Oklahoma.

A Polícia Federal analisou imagens das câmeras de segurança do prédio de Ana Paula e viu que, no dia 30 de janeiro de 2020, ela chegou com os dois homens. Depois de algumas horas, os dois desceram com um cobertor. Uma semana depois, os acusados já estavam no Brasil e ficaram no interior do Espírito Santo.

As investigações revelaram que após o crime, ainda com o carro da vítima, os dois seguiram até a Cidade de Oklahoma, Estado de Oklahoma, onde, no dia 01 de fevereiro, abandonaram o veículo no estacionamento de um cassino. De lá seguiram de ônibus até Houston, Texas e, novamente de ônibus, cruzaram a fronteira e foram até a Cidade do México.

No dia seguinte, foram até a embaixada do Brasil, no México, para emitir uma Autorização de Retorno ao Brasil, pois Thiago não tinha o passaporte. Os dois permaneceram na Cidade do México guardando dinheiro para comprar passagens aéreas e, no dia 7 de fevereiro, chegaram ao Rio de Janeiro.

No dia 11 de fevereiro, a dupla foi até a casa dos avós paternos de Thiago, exigiu dinheiro e, para impressionar, ele disse os dois cometeram um homicídio nos Estados Unidos.

A notícia então chegou ao conhecimento de um agente de Polícia Federal lotado na Delegacia de São Mateus que contatou outro agente que atua no exterior.

Rapidamente foi possível reunir provas do fato e da autoria do crime e, em paralelo, foram também acionados para atuar no caso o Serviço de Segurança. As autoridades dos Estados Unidos encontraram o local do crime, vestígios de sangue, imagens da dupla entrando no apartamento da vítima e mais tarde saindo com um grande volume. Depois localizaram o veículo de Ana e iniciaram uma série de exames forenses buscando comprovar o homicídio.

De acordo com as autoridades brasileiras, ao serem presos, Thiago e Júnior confessaram o crime.

CORPO NÃO FOI ENCONTRADO

Até agora o corpo da vítima não foi encontrado. Os condenados relataram que jogaram o corpo da vítima, enrolado em um edredom, em uma caçamba de lixo. Segundo as investigações, o material foi direcionado a um aterro e após dias de acúmulo de lixo, compactado por máquinas, foi impossível localizá-lo.

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