Publicado em 8/03/2023 as 9:00am
Brasileira que vive nos Estados Unidos diz que foi importunada sexualmente por médico no Rio de Janeiro
Cris afirmou que foi convencida pelo suspeito a fazer também um exame ginecológico
Uma brasileira que mora nos Estados Unidos foi mais uma das vítimas das vítimas que denunciaram o médico radiologista Martinho Gomes de Souza Neto como responsável por importunações sexuais. De acordo com as denúncias, os crimes aconteceram durante atendimentos feitos pelo profissional de saúde em uma clínica no Rio de Janeiro. Todas as cinco mulheres prestaram depoimento na delegacia.
A brasileira que mora nos EUA, identificada como Cris Silva, gravou um vídeo e compartilhou a história nas redes sociais. Ela disse que chegou ao Rio antes do carnaval para passar o fim das férias e no dia 1º de março foi até a uma clínica para fazer uma mamografia, após ter comprado um pacote de exames.
Cris afirmou que foi convencida pelo suspeito a fazer também um exame ginecológico, que estava programado para ocorrer em outro dia. A vítima relatou que, durante o procedimento, o médico havia identificado um cisto que para conseguir visualizá-lo, ela deveria se estimular sexualmente.
“Eu toquei o meu estômago, mas ele falou que eu precisava me estimular. Eu falei que não queria mais fazer aquele exame e ele segurou no meu braço e disse que iria terminar o exame. Nisso, alguém bateu à porta. Eu aproveitei para correr para o banheiro onde vesti minha roupa”, disse ela.
A vítima contou que quando a porta abriu, chegou a digitar no celular “acho que ele abusou de mim” e mostrou para uma recepcionista que não esboçou reação. A vítima procurou uma delegacia e contou o que havia ocorrido.
O profissional, Martinho Gomes de Souza Neto, foi preso em flagrante e nega a acusação. A brasileira resolveu expor seu rosto e sua história e revelou que sofreu abuso sexual na infância e que, por isso, prometeu a si mesma que denunciaria o abusador, caso isso voltasse a ocorrer.
Martinho também é investigado em outro inquérito por importunação sexual. O caso está tramitando em sigilo na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), no Centro do Rio. Ele foi submetido a uma audiência de custódia no dia 03 e a sua prisão foi convertida em preventiva.
Na decisão, a juíza Rachel Assad da Cunha justifica a manutenção da prisão de Martinho para garantia da ordem pública. Ela ainda destacou há risco de que a vítima do crime que levou o radiologista à prisão seja intimidada pelo médico.