Brasileiro que está detido em Boston alega inocência em acusação de chacina no Brasil

Um advogado de um homem de Merrimack, New Hampshire, acusado de uma chacina que ocorreu em seu país natal, o Brasil, quase uma década atrás, afirma que seu cliente continua mantendo sua inocência.

Antônio José de Abreu Vidal Filho foi preso em New Hampshire foi preso em agosto em Rye (New Hampshire), depois de ser condenado por 11 acusações de assassinato. Ele chegou aos Estados Unidos em 2019 legalmente e chama este pais de lar.

Após dar as boas-vindas a uma filha em sua família, Vidal e sua esposa se estabeleceram em Merrimack. Ele encontrou trabalho como subcontratado, e foi em um local de trabalho que o jovem de 29 anos foi preso por agentes federais, acusado de cometer vários assassinatos no Brasil.

Tudo começou tarde da noite em 11 de novembro de 2015, em Curió, um bairro na cidade brasileira de Fortaleza, quando quase uma dúzia de pessoas foram baleadas e mortas. "Onze pessoas na mesma noite, no mesmo bairro", disse Andre Bloc, um jornalista do O Povo, um jornal de Fortaleza. "Então, foi um grande choque para a sociedade", acrescentou.

As mortes ficaram conhecidas como o Massacre de Curió e foi manchete não apenas em várias partes do mundo.

Os responsáveis pelo ataque eram policiais militares, de acordo com autoridades locais, que afirmaram ser um ato de vingança após a morte de um dos seus colegas. "Eles apenas mataram", disse Bloc. "Foi uma vingança contra a população".

Durante a investigação, 44 suspeitos foram acusados de estar envolvidos nos assassinatos. O sistema de justiça brasileiro aceitou as acusações de 31, e o primeiro dos três julgamentos terminou em junho. Quatro policiais militares, incluindo Vidal, foram considerados culpados por 11 assassinatos, além de tentativa de assassinato e tortura.

"Infelizmente, a polícia brasileira é conhecida por sua brutalidade", disse Fabio de Sá e Silva, professor de estudos brasileiros na Universidade de Oklahoma. "Se olharmos os dados sobre assassinatos pela polícia nos últimos anos, veremos que houve um aumento", explicou.

Vidal foi preso por agentes do Departamento de Imigração e Alfândega (ICE, sigla em inglês). Ele estava vivendo nos Estados Unidos enquanto o julgamento ocorria no Brasil.

Os documentos de acusação afirmam que um veículo emprestado pela mãe de Vidal de uma concessionária foi capturado em vídeo de vigilância no local do crime. Os investigadores também afirmaram que, na mesma noite, Vidal fez uma ligação telefônica no bairro do massacre.

"Ele não tem absolutamente nada relacionado a esses crimes", disse Felipe Cruz, advogado de Vidal.

De acordo com ele, em reportagem divulgada pelo News 9, “as evidências usadas para condenar seu cliente são todas circunstanciais e Vidal não teve envolvimento no massacre”.

O advogado acrescentou: "Ele fazia parte de um grupo da polícia que foi a julgamento, e o levaram simplesmente porque ele fazia parte do grupo", disse Cruz. "Não há evidências de que ele estava lá".

O brasileiro continua custódia federal em Boston (Massachusetts), e uma audiência está marcada para o final do mês.

O advogado do brasileiro disse que seu cliente está muito preocupado em voltar para o Brasil.

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