Passageiros que quase embarcaram no voo brasileiro fatal agradecem por terem perdido a reserva devido a um erro: 'Graças a Deus'

Dois passageiros que tinham bilhetes para o voo fatal que caiu no Brasil na sexta-feira, matando todas as 62 pessoas a bordo, revelaram que conseguiram evitar a morte devido a problemas na viagem.

Adriano Assis, um dos passageiros extremamente sortudos, contou ao GloboNews que a única razão pela qual ainda está vivo foi porque se confundiu sobre a companhia aérea para o seu voo das 11h56 de Cascavel para Guarulhos, conforme relatado pela Fox News.

Assis, que havia terminado um turno noturno em um hospital e chegou ao aeroporto por volta das 9h40, acreditava que estava voando com a LATAM Airlines. Ao perceber que não havia agentes no balcão, decidiu tomar um café e esperar.

Mais tarde, ao notar que o Voo 2238 não aparecia nos painéis de chegada ou partida, Assis percebeu que havia reservado com a VoePass e correu para o portão. Quando chegou ao balcão, foi informado por um agente de que era tarde demais para embarcar.

“Eu discuti com ele, e foi isso, e ele acabou salvando minha vida,” relatou emocionado.

Outro passageiro, José Felipe, revelou que ele e mais nove pessoas cometeram o mesmo erro ao confundir as companhias aéreas, achando que viajariam pela LATAM Airlines.

“Graças a Deus, não embarcamos naquele avião,” afirmou, acrescentando que, ao tentar corrigir o erro e pressionar um agente para embarcar, o funcionário se recusou a permitir.

O Voo 2283 da VoePass, que transportava 57 passageiros e quatro membros da tripulação em um turboélice ATR 72, caiu na cidade de Vinhedo na sexta-feira, sem sobreviventes.

A queda foi registrada em um vídeo chocante, mostrando o avião espiralando em direção ao solo. Imagens do local do acidente mostraram chamas e fumaça saindo dos destroços.

O voo, com destino a Guarulhos, partiu de Cascavel às 11h56 e voou por cerca de uma hora e meia sem problemas, de acordo com as autoridades.

A tripulação não solicitou ajuda nem relatou condições meteorológicas adversas. Não houve indícios de que tentaram entrar em contato com os controladores de tráfego aéreo dos aeroportos próximos, informou o Ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.

“A tripulação era toda competente,” disse o CEO da VoePass, Eduardo Busch, em uma coletiva de imprensa, segundo a CNN.

A caixa-preta do avião, que contém gravações de voz e dados de voo, foi recuperada no local do acidente, disse o Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite. O conteúdo da caixa será analisado para tentar determinar o que causou a espiral do avião a mais de 13.000 metros em apenas um minuto.

Entre as vítimas estavam o Capitão Danilo Santos Romano, de 35 anos, um piloto com dez anos de experiência, um casal de idosos e Rafael Fernando dos Santos, de 41 anos, que viajava com sua filha de três anos, Liz Ibba dos Santos.