Uma família de Governador Valadares, cidade do interior de Minas Gerais, foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira, acusada de supostamente organizar a imigração ilegal de 669 pessoas para os Estados Unidos. A ação, que contou com a execução de 14 mandados de busca e apreensão, também resultou na apreensão de passaportes, bloqueio de contas bancárias e confiscação de bens que, somados, podem chegar a R$ 43 milhões. Além disso, os agentes apreenderam duas armas e pacotes de munição durante as buscas.
A operação foi deflagrada em três estados: 11 mandados foram cumpridos em Governador Valadares, dois no Espírito Santo e um no Distrito Federal. A PF, no entanto, não divulgou se as 669 pessoas que teriam sido aliciadas pelo grupo já chegaram aos EUA ou se a tentativa de imigração ainda estava em andamento. Segundo as investigações, os imigrantes eram enviados aos Estados Unidos por meio do México.
De acordo com a PF, o grupo criminoso operava com núcleos especializados, cada um responsável por uma etapa do esquema. Entre as funções identificadas estão a captação de imigrantes, compra de passagens aéreas, reservas de hotéis, falsificação de documentos públicos e criação de contas bancárias em nome de terceiros para o recebimento de valores. A estrutura organizada permitia que o grupo mantivesse o esquema de forma eficiente e lucrativa.
A investigação aponta que mais de 1.500 pessoas, entre adultos e menores de idade, foram vítimas da organização. Os envolvidos podem responder por crimes como participação em organização criminosa, promoção de migração ilegal, envio irregular de crianças e adolescentes para o exterior, falsificação de documentos públicos e uso de documentos falsificados.
As imagens divulgadas pela PF mostram parte do material apreendido, incluindo passaportes, armas e munição, além de documentos que podem comprovar a atuação do grupo. A operação ainda está em andamento, e a polícia segue investigando a extensão do esquema e a possível participação de outros envolvidos.
Este caso chama a atenção para o crescente problema da imigração ilegal, que muitas vezes expõe os migrantes a situações de risco e exploração. A PF reforça que continuará atuando no combate a esse tipo de crime, que não apenas viola as leis nacionais e internacionais, mas também coloca vidas em perigo.