Publicado em 1/08/2011 as 12:00am
Brasileiros opinam sobre opções de aposentadoria
Não sabemos se chegaremos à velhice, mas é preciso garantir o futuro e quando o assunto é aposentadoria, parece que alguns brasileiros residentes em Massachusetts
Não sabemos se chegaremos à velhice, mas é preciso garantir o futuro e quando o assunto é aposentadoria, parece que alguns brasileiros residentes em Massachusetts não estão muito preocupados com essa questão. Existem várias maneiras de garantir um rendimento financeiro mensal suficiente para se aposentar, os recursos mais comuns no Brasil são a contribuição para o INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) ou para algum outro sistema previdenciário privado. A Previdência Social é um seguro que garante a renda do contribuinte e de sua família, em casos de doença, acidente, gravidez, prisão, morte e velhice.
Muitos brasileiros, por não confiarem ou pelo fato da renda de um aposentado não ser suficiente, acabam investindo em imóveis, negócios e até mesmo em poupanças. "Não confio no sistema previdênciário do Brasil e nem dos EUA e acho que nem chegarei aos 60 anos vivo. Não confio porque aqui na América, por exemplo, o serviço para aposentados é precário, a gente contribui a vida toda e não vê o resultado no final das contas. Pago milhares de dólares em impostos para o governo americano e para o Social Security, semelhante ao INSS, sendo que no Brasil, o encargo é de U$ 160,00 por mês", diz Maurício da Silva, 30 anos, motorista de caminhão, residente há 5 anos em Medford (MA) e natural de Mantena (MG).
Ainda segundo Maurício, os americanos e imigrantes legais no país pagam mais taxas do que deveriam, devido à informalidade. "Não entendo como alguns podem não pagar e outros pagam tanto. Muitas vezes, aqueles que não pagam, desfrutam de mais benefícios que nós, que desembolsamos milhares de dólares todos os anos ", diz Maurício.
Nos Estados Unidos, tantos indocumentados como residentes legais podem contribuir para a previdência do país. Brasileiros, mesmo que não residam no Brasil, podem pagar o INSS de forma autônoma. Aqueles que não pensam em voltar para o país de origem, podem contribuir para a previdência privada dos EUA ou se a pessoa for legal ainda poderá se aposentar pelo governo americano, basta contribuir e cumprir as exigências necessárias.
Aposentadoria por idade
No Brasil, contribuintes do INSS podem se aposentar por idade ou por tempo de contribuição. Para os homens a idade exigida é 65 anos e para mulheres 60. Para isso é necessário ter pago o INSS por 180 meses, no mínimo. Nos Estados Unidos a idade exigida é de 65 anos.
Aposentadoria por tempo de contribuição
O trabalhador poderá se aposentar integralmente ou proporcionalmente.Tem direito à aposentadoria integral, aquele que comprovar pelo menos 35 anos de contribuição para o sexo masculino e 30 para o sexo feminino. Para requerer a aposentadoria proporcional, o trabalhador tem que combinar dois requisitos: tempo de contribuição e idade mínima. Para ambos os caso também é necessário ter contribuído por 180 meses, no mínimo, ou seja, 15 anos no total.
Marco Aurélio Pimenta, 33 anos, natural de Belo Horizonte (MG), residente há sete anos em Somerville (MA), diz que quer voltar um dia para o Brasil e que se preocupa com a aposentadoria. "Tenho esposa e filho, se eu morrer, eles têm o mínimo garantido pelo governo brasileiro. De forma autônoma, contribuo com o INSS no Brasil ", diz Marco Aurélio.
Estados Unidos e Brasil já se preocupam com brasileiros residentes na América desde 2009, embora ainda não tenha sido assinado pelos países nenhum acordo que beneficiará os imigrantes brasileiros. Um acordo discutido recentemente, prevê que os beneficiados serão trabalhadores da iniciativa privada e que estão em situação regular. A preocupação do governo brasileiro é que o trabalhador contribua duplamente à Previdência enquanto está empregado nos EUA. Se aprovada, a lei permitirá que brasileiros residentes nos EUA somem suas contribuições feitas tanto naquele país quanto no Brasil. Dessa forma, terão direito aos benefícios, como aposentadoria e pensão por morte. "Não contribuo nem aqui nem no Brasil, porque ainda não pensei nisso, sou muito novo, a velhice está longe ainda. Não quero voltar para o Brasil, sou legal aqui, por isso, quando for a hora certa, eu vou contribuir para o sistema previdenciário americano", diz Rodrigo Melo, 29 anos, natural de Ipatinga (MG), residente há 10 anos em Malden (MA).
Segundo O IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), os trabalhadores residentes nos EUA e que querem se aposentar aos 62, 63 ou 64 anos, recebem 80%, 86,7% e 93,3%, respectivamente, do valor total do benefício da previdência social.
Fonte: (da redação)