Publicado em 12/09/2014 as 12:00am
Brasileiro não dá sinal para manobrar e pode ser deportado
Murillo foi detido e entregue para a imigração. A história dele foi contada em New Orleans para mostrar os erros do programa "Comunidade Segura"
O prefeito participou de uma reunião com Congressistas e contou a história do brasileiro, que estava a caminho de sua casa, retornando de um restaurante, o seu segundo trabalho. Um policial viu que o carro manobrou sem dar seta e o abordou. Quando o brasileiro apresentou uma carteira de motorista do Brasil, imediatamente o oficial contatou o Departamento de Imigração.
Murillo foi mantido na prisão por 20 dias, enquanto o Governo Federal abriu um processo para deportá-lo. Depois, ele foi forçado a usar monitoramento eletrônico e acabou perdendo os dois empregos.
A história do brasileiro foi uma das várias que foram compartilhadas durante a reunião que tinha como objetivo forçar as autoridades a acabar com a parceria existente entre o ICE e a polícia local, chamada de “Comunidade Segura”. O prefeito foi pressionado do início ao fim da reunião.
Uma multidão compareceu no Ginásio Saint Mary da Angels School e o organizador iniciou o evento conclamando a multidão em um só coro: “Sem papel, sem medo”
Um organizador iniciou a reunião, levando a multidão em um canto. Ele pedia ao prefeito para defender os imigrantes da mesma forma como defendeu os direitos dos negros há alguns anos. Uma camisa foi entregue ao prefeito, mas ele a colocou de lado e neste momento a pressão aumentou.
O prefeito disse que a cidade de New Orleans não tem interesse em servir como um braço para a fiscalização da imigração federal, mas “se um imigrante cometer um crime e se representa perigo para a segurança pública, as autoridades devem ir atrás dele”.
Um dos organizadores informou ao prefeito que existem trabalhadores da cidade que vão ser deportados por uma simples lanterna quebrada em seu veículo. O prefeito disse que isso não é justo e que a polícia não pode se envolver em casos de imigração se o imigrante não tenha cometido um crime grave.
Outra questão levantada foi que muitos imigrantes querem ajudar a polícia a resolver crimes, mas têm medo de falar porque não querem ser deportados.
Na noite em que o brasileiro foi detido, o oficial ficou com ele durante três horas à espera dos agentes do ICE. "Ele não deveria estará atrás de criminosos, tentando pegar ladrões e traficantes de drogas", indagou Murillo ao prefeito.
Apesar da pressão, o prefeito não tomou nenhuma posição e disse que vai analisar a maneira como a polícia está se comportando e ver se existe racismo em suas atitudes.
Fonte: Da Redação