Publicado em 28/12/2016 as 2:00pm
Brasileira que sofreu maus-tratos em MA conta no You Tube sua história
Brasileira que sofreu maus-tratos em MA conta no You Tube sua história
O Canal perguntas, do brasileiro Paulo Paternes, tem sido um dos mais destacados entre os brasileiros que moram nos Estados Unidos. Além de orientar sobre a vida neste país, o canal que tem quase 100 mil seguidores no You Tube dá dicas sobre imigração, entrevista membros da comunidade e serve como uma ponte de informação.
Nesta segunda-feira, dia 26, Paulo entrevistou a paranaense Jaqueline Lopes, a qual fez sérias denúncias de que sofreu maus-tratos que sofreu quando trabalha de ajudante de limpeza. Ela, que nasceu no Paraná e cresceu em Santa Catarina, mora em Malden (Massachusetts), é casada e tem uma filha de sete anos de idade. Todos os três chegaram nos EUA há apenas três meses.
Antes de optar por morar em Massachusetts, Jaqueline conta que pesquisou bastante na internet e a decisão dela e do esposo partiu da necessidade de se mudar para uma região em que oferecesse plano de saúde, devido à filha do casal.
Mas o que parecia ser a realização de um sonho se tornou um tormento na vida do casal. Jaqueline fala que uma de suas amigas passou o contato de outra brasileira que precisava contratar uma motorista para trabalhar na companhia de limpeza dela. “Eu faria o trabalho de housecleaner e também iria dirigir”, contou ela ao canal.
A contratante, identificada por Jaqueline, disse para Jaqueline que precisava dela porque estava viajando para o Brasil e que ficaria 30 dias de férias. “Depois que falei com ela, no dia seguinte fui trabalhar. No primeiro dia eu fui até a casa dela e fomos ao local do trabalho com o carro dela também. Trabalhava só ela e outra mulher”, disse.
Os primeiros contatos foram tranquilos, segundo fala Jaqueline. A contratante era “bacana” e mostrara tranquilidade, mas durante o trabalho a paranaense percebeu que em algumas situações, a patroa perdia o equilíbrio, ficava agitada desnecessariamente. “Mas como eu era nova no país, achei que poderia ser um comportamento normal”, fala ressaltando que tinha acertado o valor de US$150 por dia para trabalhar como motorista e na limpeza.
No final do dia, Jaqueline perguntou para a contratante se ela teria que voltar no dia seguinte. “Isso era para saber se ela gostou do meu trabalho e ela me respondeu que queria sim”, fala ressaltando que no segundo dia começaram os problemas. A contratante começou a tratar a paranaense com grosseria. “Como eu era nova, sempre perguntava como fazer determinados serviços e ela me respondia com rispidez”, afirma. “Se eu tomasse iniciativa para fazer algo ela gritava e me xingava”, segue.
A gota d´água foi quando Jaqueline foi ajudar na limpeza de uma cozinha. Primeiro a patroa pediu para ela pegar um rodo em um armário que não tinha o material. “Aos gritos ela disse que tinha sim, mas quando chegou viu que não havia rodo e me mandou lavar o chão com uma vassoura. Eu perguntei se era preciso tirar as cadeiras, pois no dia anterior ela tinha me dito para não tirar nada do lugar. Ela me respondeu com brutalidade: o que você entende por limpar um chão. Eu achei que era precisa tirar as cadeiras e assim o fiz”, conta.
Mas quando ela viu as cadeiras fora do lugar, chamou Jaqueline de louca e disse para a outra ajudante: “Marli, você já viu em todos estes anos de trabalho alguém fazer uma porcaria destas?”.
Jaqueline sem entender perguntou o que estava de errado, e a contratante batia no peito e apontava dedo no rosto dela dizendo: “aprende com quem sabe, eu moro aqui há 21 anos. Você chegou agora, já acha que é gente”.
Ainda sem entender os motivos das agressões verbais, Jaqueline disse que “não era questão de achar nada e sim saber por que tudo que eu estou fazendo está de desapontando. Se eu faço de um jeito você me xinga, se eu te pergunto você grita. Não está dando certo. Acho melhor eu terminar estas casas com você hoje e ligar para o meu esposo vir me buscar”.
Quando Jaqueline disse isso, a contratante mandou ela embora naquele momento. “Eu desci ao basement, peguei minha bolsa, e disse para ela que queria o dia do dia anterior, pois não tinha me pago. Ela me olhou e deu uma gargalhada dizendo que se que quero dinheiro tenho que ir trabalhar, pois só atrapalhei. Mas não entendo que no dia anterior ela elogiou e me chamou para trabalhar de novo”, fala.
Os maus-tratos não pararam por aí. Jaqueline pediu o casaco que estava no carro da contratante, pois estava muito frio devido a casa ser a beira de um lago. Mas a patroa se negou a abrir o veículo e mandou ela embora. “Ela me tocou para fora e veio para cima de mim com uma vassoura na mão, me xingando o tempo todo e dizendo que não me pagaria. Eu saí sem o meu agasalho e ela trancou a porta como se eu fosse uma bandida”, fala ressaltando que antes disso perguntou qual o endereço em que elas estavam para falar para seu esposo. “Ela se negou a fornecer e mandou eu procurar os nomes das ruas nas placas e batia palmas como se estivesse tocando um cachorro”, segue.
Jaqueline desceu uma rua tremendo de frio, sem agasalho, com inglês básico e ligou para o esposo sem conseguir passar o endereço. Uma americana viu a brasileira e a convidou para entrar e tomar uma água. Jaqueline perguntou qual cidade estava e ela disse Winchester e ai procurou uma placa de rua e conseguiu passar sua localização para seu esposo.
Ao sair do local, o marido de Jaqueline foi até o seu patrão, o qual ao saber da história fez com que o casal retornasse à residência para cobrar o dinheiro e pegar o agasalho. Quando chegaram lá, tocaram a campainha e a dona da residência atendeu. Eles contaram o que aconteceu e a proprietária pediu desculpas porque ouviu os gritos e não desceu para ajudar a brasileira. “Espera ai que eu vou resolver isso agora”, disse a dona, mas a Margarida não apareceu em momento algum.
A dona da casa retornou com a jaqueta e também entregou para a brasileira a quantia de US$140.00, em seguida disse: “agora vocês podem deixar que o resto eu resolvo”.
Fonte: Brazilian Times