Publicado em 27/12/2019 as 1:00pm
Brasileiros impulsionam empreendimentos nos EUA
Brasileiros que empreendem nos Estados Unidos têm aumentado os investimentos naquele país com...
Brasileiros que empreendem nos Estados Unidos têm aumentado os investimentos naquele país com ideias inovadoras, aliadas a serviços tecnológicos. De 2008 a 2017, o estoque de investimento estrangeiro de brasileiros nos EUA passou de US$ 9,3 bilhões para US$ 42,8 bilhões, com crescimento de 356%. Os dados são do Mapa Bilateral de Investimentos Brasil/USA 2019. O Brasil foi o segundo país que mais gerou empregos, atrás apenas do México.
O paulistano André Duek, de 46 anos, é um dos empresários que apostaram no mercado estadunidense com um serviço tecnológico. Há mais de sete anos na Flórida, ele abriu uma imobiliária, a Duek Realty, pela qual oferecia serviços de aluguel para amigos e familiares que viajavam a lazer para os EUA. Hoje, os negócios foram ampliados e Duek fundou uma empresa que disponibiliza aluguel de motorhomes, os famosos trailers.
“Eu tinha uma empresa da minha família do varejo de moda. Vendemos a companhia em 2008 e comecei a investir nos Estados Unidos na compra de imóveis para ter renda, nada sofisticado. Inicialmente, montei uma boutique imobiliária para auxiliar brasileiros que se hospedam nos EUA”, conta o empresário, que está há 33 anos no mercado nacional e no exterior.
Desde 2018, dez companhias brasileiras abriram capital na Bolsa de Valores americana, a maioria ligada ao ramo tecnológico, como as redes de pagamentos PagSeguro e a empresa de sistemas de educação Arco. Segundo dados do Citi Brasil, nos últimos três anos, companhias nacionais levantaram o valor histórico de US$ 5,3 bilhões no mercado americano.
Especialista em negócios internacionais, Duek recorda que, que quando chegou aos EUA, eram 240 firmas de aluguel de trailers operando e nenhuma brasileira. “Vi que tinha uma oportunidade enorme de prestar um serviço de boutique brasileiro completo (aluguel de imóveis e de motorhomes), e a pessoa ser bem tratada. Tanto que a gente foi a primeira locadora a servir um test drive ao cliente, e com serviço via WhatsApp, para o caso de a pessoa ter alguma dúvida. Foi aí que a nossa empresa começou a crescer”, relata.
Na Duek Motorhome, o empresário elaborou um serviço interativo para avaliação do serviço, antes da contratação.
“A gente fez uma parceria com um sistema em que o cliente faz tudo sozinho, entra no motorhome 3D, cria a sua rota, com custos separados de milhagem e limpeza, por exemplo”, explica.
O empresário aconselha que os empreendedores brasileiros busquem alternativas menos convencionais na hora de empreender nos Estados Unidos.
“É um país que te impulsiona a empreender. Você está sempre precisando inovar, se não fica atrasado muito fácil. A grande questão aqui é você ser forçado a automatizar as suas tecnologias, porque a operação das companhias têm que ser mais automática”, comenta.
Com mais de 30 anos de experiência em Automação Industrial, o paulista de São Caetano do Sul, Marcelo Miranda, 49 anos, montou a Tech Control Automation, em novembro de 2018, na cidade de Atlanta (EUA), após sondar o mercado estadunidense no ano anterior. Focada na prestação de serviços, a companhia produz células robotizadas (ou sistemas robóticos projetados conforme as necessidades do cliente), aplicações de manipulação (automatizadas no sistema do próprio robô), assim como máquinas de montagem.
“Aplicamos tecnologias como robôs industriais, muitos sistemas de visão e automação elétrica, hidráulica e pneumática, sistemas de rastreabilidade e banco de dados do processo produtivo. Eles permitem rastrear e fazer um controle maior, em que possamos subir informação para outros sistemas. Controlamos e coletamos os dados e os disponibilizamos para que possam utilizar essa informação. Desde o aperto de um parafuso ou sistemas que utilizam alta aquisição de força ou vibração já são pensados com os conceitos da indústria 4.0 desde o princípio”, esclarece.
A Indústria 4.0, usada na empresa de Miranda, também é chamada de Quarta Revolução Industrial, muito porque engloba algumas tecnologias para automação, troca de dados, conceitos de sistemas ciber-físicos e Internet das Coisas (conceito tecnológico em que todos os objetos da vida cotidiana estariam conectados à internet).
O empresário vem aprimorando essas técnicas desde que fundou a própria empresa no Brasil, a Accede Automação industrial, criada em 1997 na cidade de São Bernardo do Campo (SP). Com o passar do tempo, Marcelo analisa a diferença de empreender nos EUA.
“O que mudou ultimamente, mesmo utilizando as tecnologias comuns, é a abordagem e o foco de um sistema automatizado. A gente tem foco em utilizar equipamentos com muito mais informação, e poder usar e também disponibilizar essas informações”, analisa.
Fonte: Redação - Brazilian Times.