Pandemia: New Jersey registra primeiro caso da variante "omicron"

O primeiro caso da variante do coronavírus omicron chegou a New Jersey, identificado em uma mulher residente na Geórgia que viajou ao Estado Jardim, informaram o Governador Phil Murphy e a comissária de saúde estadual Judith Persichilli, na noite de sexta-feira (3). A mulher, totalmente vacinada, viajou recentemente para a África do Sul, detalharam as autoridades. O Estado não informou o nome da mulher.

Desde que ela testou positivo em 28 de novembro, a mulher permaneceu isolada e apresentou sintomas moderados, disseram autoridades estaduais. Ela estava se recuperando na sexta-feira após receber atendimento em um hospital não identificado na região norte do estado, disseram as autoridades.

“A variante Omicron está entre nós e precisamos tomar medidas para impedir sua disseminação. É vital que os residentes permaneçam o mais vigilante possível enquanto aguardamos mais informações sobre a variante”, disse Murphy em um comunicado. “A vacinação e o uso de máscaras provaram ser uma ferramenta eficaz para reduzir a disseminação de COVID-19, e peço a todos com 18 anos ou mais que recebam a dose de reforço”.

O laboratório do Departamento de Saúde de New Jersey realizou o sequenciamento da amostra para confirmar que se tratava da variante Omicron, que se espalhou rapidamente pelo mundo desde que foi descoberta no mês passado na África do Sul.

Desde então, a variante foi identificada em mais de 20 países na África, Ásia, Europa e América do Norte, levando os EUA e outras nações a implementarem restrições de viagens que, segundo especialistas, provavelmente chegaram tarde demais para interromper a disseminação.

“Com o aumento dos casos e a identificação da Omicron no estado, a luta contra a COVID-19 não acabou”, disse Persichilli em nota. “Ainda estamos aprendendo sobre a variante Omicron, mas temos ferramentas para impedir a disseminação do vírus, a mais importante delas é a vacinação e a dose de reforço. O público deve continuar a se mascarar, fazer o teste se tiver sintomas, distanciar-se fisicamente, evitar eventos lotados, ficar em casa quando estiver doente e lavar as mãos com frequência”.

O primeiro caso omicron nos EUA foi encontrado esta semana na Califórnia. Desde então, foi descoberto no Colorado, Havaí, Minnesota, Nova York e Pensilvânia, incluindo um caso envolvendo um homem que participou de uma grande convenção na cidade de Nova York no final de novembro e testou positivo para a variante quando voltou para casa no norte do estado.

A Organização Mundial da Saúde designou o omicron como uma “variante de preocupação”, dizendo que ele representa um risco global “muito alto”.

Em New Jersey, a variante dominante delta continua a aumentar os índices de infecção e hospitalização por COVID-19. Na noite de sexta-feira (3), 1.112 residentes em New Jersey foram hospitalizados com coronavírus, sendo 208 em terapia intensiva e 93 em respiradores artificiais. A média de 7 dias no estado para novos testes positivos subiu para 2.499 na sexta-feira, um aumento de 128% em relação ao mês passado. É a maior média desde 24 de abril.
“O que os cientistas estão tentando descobrir é se essa variante é mais transmissível, se está causando sintomas mais graves do que outras variantes?” Disse Stephanie Silveira, especialista em doenças infecciosas e professora da Montclair State University, no início desta semana. “A variante delta (por exemplo) parece mais transmissível do que outras variantes que vimos. E eles (cientistas) estão analisando se, em última análise, impede ou não a proteção da vacina. Não é algo que possamos saber ainda”.

Até o momento, a variante Omicron resultou em casos leves ou moderados de COVID-19, de acordo com profissionais de saúde. Entretanto, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) anunciaram esta semana que todo adulto deve receber uma dose de reforço da vacina contra o coronavírus se for elegível devido à ameaça que a variante apresenta.

O Dr. Suraj Saggar, chefe de doenças infecciosas do Holy Name Medical Center em Teaneck (NJ), disse que "agora não é o momento" para baixar a guarda, especialmente, porque os meses de inverno e os feriados convergem.

Fonte: Leonardo Ferreira