Publicado em 22/09/2022 as 3:00pm
Coluna Wendel Stein
Coluna Wendel Stein
Onde está o sonho americano?
“Quando o sonho vira pesadelo é hora de acordar!” – Elizabeth Aquino (escritora)
O dólar continua alto, assim como a desvalorização de nossa moeda, a pandemia da COVID-19 foi uma das principais causas. Todos os países do mundo também enfrentam os resultados devastadores deste vírus e pagam o preço por ela. Só que no Brasil tudo sempre é mais complicado. Somos a nação que mais teve sua moeda desvalorizada, ultrapassando até a falida Venezuela. Mas o que causa isso? Economistas apontam a total falta de interferência e interesse do Banco Central em conter estas disparadas do dólar. Para piorar, o presidente brasileiro com suas atitudes quase infantis, tenta amenizar as recomendações da Organização Mundial de Saúde, e se envolve em discussões e polêmicas que causam brigas e rachas internas no próprio governo que causa uma insegurança econômica.
Em um momento em que ainda estamos no começo da maior crise econômica global da história e que ninguém sabe como juntará os cacos pós- epidemia, caso ela consiga ser controlada, as atitudes políticas do Brasil são preocupantes. E vemos que foram construídos muitos estádios para a Copa do Mundo de 1998 e poucos hospitais.
Os Estados Unidos enfrentam problemas semelhantes, mas de uma forma diferente e com reservas econômicas mais estruturadas, dá para ter uma maior sobrevida em meio a uma crise assim. Mas o sonho americano pode estar em jogo, ou não?
A américa sempre foi considerada o país das oportunidades. Dizem as lendas, que aqueles que lutassem com determinação por seus ideais realizariam seus sonhos. Algo que teve sua maior representação no filme Rocky, um lutador. De lá para cá, décadas se passaram e os americanos tiveram vários presentes, Reagan, Bush Pai, Bush Filho, Clinton, Obama até chegar em Donald Trump. Muita coisa mudou. Independente do presidente e seu posicionamento político, a verdade, se é que podemos afirmar que existe uma verdade absoluta, é que os Estados Unidos nunca foram generosos com os estrangeiros, pois em muitos aspectos não são generosos nem com seus próprios cidadãos. Hoje os americanos enfrentam o mais alto desemprego da história em uma país que tem uma total e cruel ausência de um sistema de saúde gratuito.
Se isso é uma complicação para os americanos imagine para os brasileiros, tanto que é só ler jornais voltados para a comunidade brasileira ou grupos sociais digitais para encontrar campanhas solicitando doações para de arrecadação de dinheiro com a finalidade de para pagar tratamentos médicos para brasileiros que estão morando nos Estados Unidos. Brasileiros, que viviam de forma legalizada, trabalhando arduamente para tentar desfrutar do suposto sonho americano, pagando suas contas em dia. Só que como a vida é inevitável, surge uma doença inesperada, uma pandemia ou um acidente de carro ou mesmo doméstico e a estabilidade acaba; a reservas financeiras se esgotam, e a pessoa quase se torna um indigente, precisando da colaboração de almas caridosas para atenuar o sofrimento. São muitos e muitos casos como este. Situações que não sobra dinheiro para estas famílias nem para comprar a passagem de volta para sua terra natal. Pense isso em tempos onde nem voos para o Brasil existem.
Uma coisa é fato, não existe nenhum brasileiro que venceu nos Estados Unidos sem um trabalho duro, exaustivo e disciplinar. Não há moleza para quem quer sobreviver e crescer na américa. Pois mesmo naturalizado você será sempre um estrangeiro aos olhos de algumas pessoas. Sempre muitas cobranças e pouco reconhecimento. Como diria aquela criança revoltosa “Eu não pedi para nascer”, que hoje poderia dizer se fosse uma nação “eu não pedi que mudasse para cá”. Mais como dizia o poeta, a vida não teria graça sem lutas e desafios.
Hoje o futuro nunca foi tão incerto, a pandemia acelerou processos tecnológicos, sobretudo na comunicação e ensino. Afetou a forma de relacionamento das pessoas e costumes sociais, como ir a um jogo, a uma sessão de cinema. A COVID19 paralisou o processo de globalização, isolando países e países isolando até cidades. A própria humanização se tornou algo sem contado pessoal, sem abraços ou apertos de mãos. O maior desafio da humanidade será a de recuperar está humanidade, abrir novamente suas portas, o de ser solidário mesmo quando há falta em sua própria mesa. E ver o que no mundo do passado estava errado e injusto e tentar fazer algo melhor neste futuro tão próximo.