Publicado em 10/10/2022 as 8:00am
Autoridades deflagram operação contra brasileiro que morou nos EUA e fraudou milhões em criptomoeda
As violações incluem lavagem de dinheiro internacional, operação de empreendimento criminoso, fraude e crimes contra o sistema financeiro nacional.
Uma investigação da Polícia Federal do Brasil em parceria com o Departamento de Investigações de Segurança Interna dos Estados Unidos (HSI, sigla em inglês) e vários parceiros de aplicação da lei levaram à interrupção de um esquema de fraude transnacional de criptomoeda com sede em Curitiba, no Paraná, em 6 de outubro.
Como parte da Operação Poyais, a polícia brasileira executou 20 mandados de busca e apreensão nos estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro.
As violações incluem lavagem de dinheiro internacional, operação de empreendimento criminoso, fraude e crimes contra o sistema financeiro nacional.
“Somos gratos à Polícia Federal brasileira por sua parceria contínua no combate a esquemas transnacionais de fraude financeira”, disse o adido interino da HSI Brasil Eric Cardiel. “Esta operação bem-sucedida mostra a importância da colaboração internacional quando se trata de interromper organizações criminosas que operam em vários países ao redor do mundo”, acrescentou.
Os mandados são o culminar de uma investigação policial de vários anos sobre uma rede transnacional de fraude de criptomoeda liderada por um brasileiro de 37 anos e ex-residente nos EUA.
A investigação dos EUA revelou que a organização supostamente enganou investidores em mais de uma dúzia de países alegando falsamente que eles haviam desenvolvido produtos financeiros de ponta relacionados a criptomoedas em pleno funcionamento. Na realidade, a organização é suspeita de anunciar parcerias e licenças fraudulentas que foram usadas para enganar as vítimas a investir milhões em criptomoedas cunhadas pelos suspeitos.
As criptomoedas acabaram tendo pouco ou nenhum valor.
Em janeiro de 2022, após a mudança do líder da organização criminosa transnacional dos EUA para o Brasil, agentes especiais do HSI lotados na Embaixada dos EUA em Brasília, solicitaram a assistência da Polícia Federal brasileira na coordenação dos esforços investigativos. Uma investigação subsequente feita pelas autoridades brasileiras identificou atividades criminosas semelhantes sendo conduzidas no Brasil, com cerca de US$ 800 milhões movimentados apenas pelo sistema bancário brasileiro.
Agentes especiais do HSI e oficiais da Força-Tarefa El Dorado da HSI em New York e Brasil lideraram os esforços de investigação, trabalhando em conjunto com a HSI em Orlando, o Departamento de Polícia da Cidade de New York, o Gabinete do Xerife da Cidade de NY e o Departamento de Polícia do Estado da Flórida.