Aumento de brasileiros que passam a humilhar conterrâneos após se tornarem cidadãos preocupa ativistas

Os vários ativistas que vivem nos Estados Unidos dedicam boa parte de suas vidas a defender e lutar pelos imigrantes de seus países de origem. São eles que sempre estão à frente dos protestos contra os abusos e acampam em frente a cadeias para conseguir a libertação dos que estão presos apenas por estarem ilegalmente no país.

Mas uma preocupação destes ativistas que vem aumentando nos últimos anos, principalmente na comunidade brasileira, é o fato de que aumentou o número de pessoas que conseguiram se naturalizar e usam esta “papel” para diminuir o seu semelhante. “Já vi vários casos de brasileiros que têm cidadania e defendem a deportação de imigrantes indocumentados”, disse Marla Rabello.

Em entrevista ao jornal Brazilian Times, ela contou que existem muitos brasileiros que após conseguir a cidadania “deixam de frequentar ambientes brasileiros e evitam conversa rem português, mesmo que só tenha brasileiros na roda de conversa. “Isso é vergonhoso”, acrescentou.

Marla disse, ainda, que estes brasileiros precisam entender que eles não são cidadãos natos deste país. “Você é um imigrante que se naturalizou e será sempre visto como um imigrante legal”, afirmou.

Ela também destacou que assim como o Green Card, a cidadania pode ser tirada de um imigrante se ele cometer um crime grave. “Quando vejo nossos conterrâneos humilhando seus semelhantes, com aquele ar de arrogância pelo simples fato de ter um papel, isso me deixa muito triste”, acrescentou.

De acordo com Marla, estes imigrantes naturalizados esquecem o caminho que trilhou até chegar à cidadania e que, em algum momento, precisou da ajuda de pessoas que estavam ilegais no país.

IDENTIDADE BRASILEIRA

Outro ponto que a ativista citou foi o fato dos “brasileirinhos” estarem perdendo a identidade. Ela explicou que muitos pais estão deixando de falar português em seus lares e que isso pode prejudicar no crescimento da criança, principalmente na formação de sua identidade. “Nossos filhos, nascendo no Brasil ou aqui, possui descendência brasileira e não podem ser privados de saber sobre suas origens e ter orgulho disso”, afirmou.

A ativista disse que viu crianças que nasceram no Brasil e hoje não sabem mais falar o português. “Quando elas vão ao Brasil precisam de intérprete para conversar com os parentes. “Isso não deve acontecer. Nos lares de imigrantes de outros países, os pais lutam para seus filhos falarem muito mais do que dois idiomas. Isso além de garantir manter a identidade cultural pode abrir portas em, bons empregos”, acrescentou.

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