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Publicado em 10/04/2023 as 9:00pm

Porque a educação infantil em Massachusetts é tão cara

Famílias americanas gastam mais com educação pré-escolar do que seus companheiros em muitas partes ao redor do mundo.

Mais da metade das crianças americanas frequentam creches em algum ponto de sua vida. É um serviço essencial para pais trabalhadores. Mas não deixa de ser incrivelmente caro.

Famílias americanas gastam mais com educação pré-escolar do que seus companheiros em muitas partes ao redor do mundo. E o custo em Massachusetts é o mais alto entre todos os 50 estados, estando a uma média acima de $20,000 dólares por ano, de acordo com estatísticas do Instituto de Políticas Econômicas. O valor médio gasto com crianças de 4 anos se encontra levemente abaixo, a $15,000 dólares por ano.
“É uma situação tão complexa quanto cansativa”[1], comenta Anna Rogers, de Westwood, cuja filha está terminando a pré-escola. “Pais estão pagando literalmente uma hipoteca … ainda assim, os professores da área estão sendo pagos como se fossem cozinheiros”.

Rogers acumulou 10 anos trabalhando em centros pré-escolares. Durante esses anos, o máximo que chegou a receber foi de $18.97 dólares/hora – aproximadamente $40,000/ano.

Dados federais demonstram que, em 2021, o salário médio de educadores infantis foi ainda menor: $14.98 dólares/hora, ou $34,920/ano. Este é quase o mesmo valor que recebe um cozinheiro de viagem, e por volta de 15 centavos/hora a menos do que a média paga a atendentes de estacionamentos.

Trabalhadores do setor infantil representam alguns dos salários mais baixos dentro do ramo da educação. O gráfico abaixo mostra uma comparação entre diferentes remunerações – quanto mais nova for a faixa-etária das crianças, menor é o salário dos educadores.

Faixa salarial por área, Massachusetts, 2021

Fonte: Bureau of Labor Statistics, “Maio, 2021, State Occupational Employment and Wage Estimates — Massachusetts"

Se educadores recebem baixas remunerações e pais têm dificuldade para pagar as mensalidades, o que está causando os altos custos?

Mantendo os funcionários de pré-escolas

Educação infantil requer uma jornada de trabalho intensa. Dado que creches atendem pais que se ocupam durante o dia, é usual que professores façam turnos mais longos do que em escolas públicas – Rogers comenta que jornadas de 10 horas não são incomuns na profissão.
Regulamentações estatais também desempenham um papel central. Em Massachusetts, pré-escolas devem empregar ao menos um adulto qualificado para cada três ou quatro crianças, obedecendo a maiores proporções para crianças mais velhas.

As legislações [de Massachusetts] são mais rigorosas do que em alguns estados do Sul e do Centro-Oeste, por exemplo, mas estão de acordo com as diretrizes federais e as melhores práticas recomendadas pelos grupos da indústria. Nenhuma das pessoas entrevistadas para esta reportagem apoiou o afrouxamento dessas proporções.

“Não podemos colocar [uma dúzia de] crianças de 1 ano com apenas um professor. Não é seguro”, diz Latoya Gayle, diretora de defesa da creche sem fins lucrativos Neighborhood Villages. “Quanto mais nova é criança … mais esforço precisamos para cumprir o trabalho. Por isso é tão caro.”

Crianças brincam com sua professora na creche Boston Chinatown Neighborhood. (Jesse Costa/WBUR)

Colin Jones, analista de pesquisas do centro Budget e Policy de Massachusetts, defende que as turmas precisam ser pequenas – por volta da quantidade já estabelecidas pelo estado – para que a educação infantil possa atingir seu potencial a longo prazo, tornando-se uma intervenção positiva na vida das crianças.

“Evidências nos sugerem que uma boa qualidade [de pré-escola] requer professores bem pagos – salários altos e benefícios trabalhistas –, tempo livre, oportunidades, todos esses fatores”, comenta Jones. Em uma pesquisa realizada durante a última primavera, o pesquisador concluiu que este serviço custaria ao menos $28,000 dólares/ano por cada criança em Massachusetts, onde o custo de vida já tende a ser alto.

Falta de apoio do governo
Promover educação pré-escolar de qualidade sai caro. Entretanto, outro motivo pelo qual famílias pagam tanto para educar crianças abaixo de 5 anos é porque o governo banca pouco.

O governo americano gasta a quarta menor porcentagem de seu produto interno bruto com educação infantil entre as 38 nações que correspondem à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, frente à Grécia, Canadá e Turquia. Os EUA também se encontram quase no final da lista em termos de investimento per capita com alunos, especialmente a respeito de crianças nos dois primeiros anos de vida.

Educação pré-escolar: Gastos familiares vs gastos governamentais

Entre os países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, os EUA ocupam uma das últimas posições quanto ao suporte governamental à educação pré-escolar.

Fonte: OECD Social Expenditure Database, OECD Family Database - Coleta mais recente de dados do governo produzida em 2017. Dados incompletos para 10 nações da OECD.

De acordo com a legislação de Massachusetts, uma combinação de recursos locais, estaduais e federais financia pelo menos $13,000 dólares/ano por aluno em escolas públicas K-12 [isto é, entre 5-17/18 anos]. Mas o suporte público à educação pré-escolar é incrivelmente menor – em média, $3,000 dólares por aluno, de acordo com uma pesquisa internacional conduzida em 2021.
Os gastos federais com educação pré-escolar vão em grande parte a subsídios e ao programa Head Start – ambos direcionados a famílias de baixa renda.

Ainda assim, diz Ashley White, pesquisadora da Fundação Taxpayers de Massachusetts, “é difícil bancar até mesmo todas estas famílias”. E White enfatiza, dados de Fevereiro afirmam que mais de 16mil crianças de baixa rende estão na lista de espera para creches em Massachusetts.

Oferta e demanda

A respeito da educação infantil, Jones explica que o estado proporciona “uma falha de mercado bastante complexa”. Uma mistura de gastos mínimos do governo, demanda geral e oferta limitada faz com que todos – exceto famílias de classe alta – usufruam de um serviço precário, gastando mais do que podem abarcar.

Famílias que “têm uma renda suficiente a ponto de não se preocuparem com valores [de creches] e buscarem o melhor para suas crianças”, segundo palavras do pesquisador, pagarão também significativamente acima da média estadual.

Enquanto isso, para famílias pertencentes à classe média – mas que recebem acima do permitido para programas de subsídios do governo – Jones explica que a resposta costuma ser, “Você está sozinho, se vira.”

Kiya Savannah observa crianças resolvendo atividades na creche Ellis Early Learning, Boston. (Robin Lubbock/WBUR)

Mesmo que vagas em creches sejam essenciais a muitas famílias, a demanda supera expressivamente a oferta. O estado [de Massachusetts] dispunha em torno de 30% a menos vagas do que o necessário em 2019, de acordo com análises da Bipartisan Policy Center.

E estes dados correspondem a tempos prévios à pandemia, quando então um número significativo de trabalhadores deixou o setor; além de muitos outros centros que fecharam as portas. Embora algumas instituições tenham reaberto, as estimativas do estado sugerem que que, em Maio, ainda havia quase 8mil vagas a menos do que antes da pandemia.

Nancy Folbre, professora emérita de economia da UMass Amherst, vê a falta de investimento na educação pré-escolar como um reflexo dos valores sociais. Ela compara o financiamento em crianças menores de cinco à energia limpa: ambos trazem benefícios à sociedade, mas apenas ao longo de décadas – e, portanto, argumenta a professora, são tratados como serviços de luxo ou, neste caso, negligenciados dentro dos setores de economia a curto prazo.

“Há realmente uma literatura empírica extensa de resultados comprovando uma grande recompensa quanto ao desenvolvimento das capacidades de crianças pequenas por meio de uma educação infantil eficaz”, aponta Folbre, enfatizando demais benefícios impressionantes; como uma maior porcentagem de crianças completando a educação formal, melhor índice de saúde e mesmo menores taxas de crime.
“Mas eis o problema: Quem detém estes retornos? Bom, as próprias crianças ao crescerem… mas elas não podem bancar estes benefícios antes da vida adulta.”

Amanda McCracken, professora de artes, trabalhando num projeto de pintura com seus alunos na creche Newtowne School, Cambridge. (Robin Lubbock/WBUR)

Collin Jones e outros acreditam que o colapso da pandemia apresentou uma oportunidade de se refazer o status quo que hoje opera de forma disfuncional. O pesquisador comenta sobre um relatório recentemente apresentado pela Fundação Taxpayer de Massachusetts, estimando que as deficiências do sistema educacional infantil possam custar ao estado $2.7bi de dólares anuais.

A legislação introduzida tanto no âmbito federal quanto estadual pode aumentar o compromisso público com melhoras na qualidade da educação infantil.

Embora uma reforma completa pareça improvável, os defensores estão otimistas sobre um projeto de lei estadual elaborado nesta primavera que concederia subsídios a centros de educação para aumentar o salário de professores, adicionar ajuda financeira a alunos e ampliar a carga de treinamento de educadores. Também aumentaria os subsídios para famílias que recebem até 85% da renda média estipulada, com espaço previsto para expandi-los ainda mais caso o governo forneça maiores financiamentos.

Mesmo que esta lei seja aprovada, ainda levaria tempo até que algum impacto fosse notado. Muitas famílias com crianças pequenas atualmente continuarão a enfrentar escassez de vagas e altos custos educacionais – e com pouca esperança de alívio financeiro até que o Jardim de Infância chegue.

[1] Tradução adaptada; expressão cultural. Original: “It’s a strange catch-22”
Traduzido do inglês por Pedro Lino.



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Fonte: Por Max Larkin

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