MAIS POLÊMICA: Filho de brasileiros eleito deputado dos EUA pode ter mentido sobre ter nascido em NY

Da redação

Na segunda-feira, dia 17, George Santos, que representa o 3º Distrito Congressional de New York, divulgou um comunicado à imprensa anunciando que concorrerá à reeleição no ano que vem. A nota não abordou as alegações de que o republicano participou de uma operação de clonagem de cartão de crédito, nem suas aparentes mentiras sobre ajudar crianças com uma rara doença de pele, as acusações de que ele roubou milhares de dólares de uma campanha em prol de um cachorro moribundo de um veterano deficiente, a alegação de um candidato a emprego de que Santos o assediou sexualmente em seu gabinete no Congresso ou qualquer um dos muitos outros escândalos envolvendo o seu nome.

No entanto, citou ele referiu-se a si mesmo como um "americano de primeira geração" - significando, de acordo com o uso comum, o Census Bureau e o centro de imigração da Universidade de Harvard, aquele que nasceu fora dos Estados Unidos.

Santos, um famoso narrador não confiável de seu próprio passado, disse que nasceu em Sunnyside, Queens (NY), filho de pais que emigraram do Brasil, e um documento judicial brasileiro de 2013 o descreve como cidadão dos EUA. Esta não é, porém, a primeira vez que uma comunicação oficial de sua campanha contradiz sua história. No final do ano passado, uma declaração atribuída a seu advogado referia-se a Santos como imigrante e de acordo com um ex-colega de trabalho, ele disse que nasceu no Brasil.

O significado disso é que a Constituição exige que os membros do Congresso sejam cidadãos ou tenham se naturalizado há pelo menos sete anos antes de assumir o cargo de Deputado. Se Santos nasceu no exterior, como sua própria campanha já disse repetidamente, isso não o desqualificaria necessariamente para o cargo, mas levantaria questões sobre quando ele se tornou cidadão, bem como por que ele afirmou ter nascido em Queens. Nenhum órgão oficial investigou se ele está qualificado para o cargo, muito menos confirmou se ele está.

Também não está exatamente claro o que aconteceria se ele fosse considerado constitucionalmente inelegível, já que ainda não foi abordada a questão sobre o requisito de cidadania.

A equipe de imprensa de Santos disse que “quando se fala da primeira geração de americanos pode se referir a uma pessoa nascida nos EUA, de pais imigrantes, ou um imigrante naturalizado cidadão dos EUA. Ambos os tipos de pessoas são considerados cidadãos dos EUA”.

Mas não ficou claro se ele nasceu nos Estados Unidos ou no Brasil. Naysa Woomer, porta-voz do escritório do Congresso de Santos, se recusou a comentar sobre a aparente confusão da campanha sobre onde o congressista nasceu e se ele é elegível para servir no Congresso. “Os escritórios do Congresso não comentam assuntos de campanha”, disse.