Incertezas do DACA continua a ser pesadelo para famílias imigrantes

Desde que deixaram o México como adolescentes, Giovanni Castillo e sua esposa Araceli Sanchez criaram uma nova vida nos Estados Unidos com proteção sob o programa Ação Diferida para Chegadas na Infância, conhecido como DACA.

Agora que um juiz do Texas declarou o programa ilegal e o programa está na disputa judicial, a família corre o risco de ter que deixar sua vida como a conhece e ser forçada a voltar para um país que conheceu quando criança.

Castillo, assistente social e graduado em administração de empresas pela St. Mary's University, e a empresária Araceli Sanchez - ambos beneficiários do DACA - desde 2008 têm permissão de trabalho e foram protegidos contra deportação. Desde então estão a espera de que uma lei abra caminho para a cidadania.

“As pessoas às vezes dizem, por que você simplesmente não se torna 'legal'? Não é tão fácil. Não é só, deixe-me candidatar e eles me darão cidadania”, disse Castillo. “O DACA é a única coisa que temos. Não há outra maneira. Pelo menos podemos trabalhar e dirigir”, explicou.

Em outubro de 2022, um processo judicial contestando a legalidade do programa foi enviado de volta a um tribunal no Texas depois que um painel de três juízes do 5º Tribunal de Apelações do Circuito dos EUA concordou que a implementação do DACA em 2012 foi ilegal . O tribunal manteve o programa em vigor por enquanto, permitindo que os destinatários renovassem seu status, mas impedindo que novos candidatos se inscrevessem.

O programa completou 11 anos este mês sob ameaça judicial. O tempo todo, a família Castillo tentou levar uma vida normal diante de seus filhos, que sabem que seus pais podem ser deportados se a proteção do DACA for retirada. Seus filhos, que nasceram nos EUA, não enfrentariam deportação se houver uma mudança no programa. “A gente faz planos, mas sem saber o que pode acontecer. Sabendo que assim que nos disserem que devemos sair, deixaremos tudo”, disse Sánchez. “Simplesmente não podemos fazer nada”, continuou.

Se o DACA for considerado ilegal, os Castillos e mais de 95.000 destinatários do Texas não terão meios de proteção nos EUA. O estado abriga 95.430 beneficiários deste programa, de acordo com o Departamento de Serviços de Cidadania e Imigração dos EUA (USCIS, sigla em inglês).

Na área de San Antonio-New Braunfels, existem 4.640 destinatários ativos. “É como correr um risco”, disse Castillo. “Temos que continuar. Você tem que procurar trabalho, comprar uma casa, comprar seu carro, mas sabe que em algum momento pode perder tudo”, disse.

Mesmo que o DACA seja mantido, o status de Castillo e Sanchez expira em menos de dois anos. Eles podem solicitar a renovação, mas se o programa for considerado ilegal, eles e milhares de outros destinatários não terão status de proteção e correrão o risco de deportação.

Quando ele completar 21 anos, seu filho Giovanni Castillo, que hoje tem 17, poderá solicitar que seus pais se tornem residentes.

Esta não é a primeira vez que o DACA é contestado.

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Fonte: Da redação