A ascensão dos peões brasileiros nos EUA: De competidores a fenômenos da montaria

Nos Estados Unidos, José Vitor Leme, Kaíque Pacheco e Cássio Dias não são apenas nomes, são celebridades. A razão para a sua fama está no nível exímio desses atletas que cruzaram o oceano para conquistar títulos de destaque na montaria em touros. Ano após ano, o Brasil continua a ser o principal berço de competidores para essa modalidade.

Do outro lado do mundo, esses peões são equiparados a astros de outros esportes de grande audiência. Leme, por exemplo, é considerado o "Michael Jordan" das arenas. Adriano Moraes, diretor da Professional Bull Riders, afirma que tal comparação com Jordan, Bolt, Phelps ou qualquer outro fenômeno do esporte mundial não é exagerada, segundo o tricampeão mundial.

Embora, em solo nacional, ainda persista a subvalorização desses competidores, nos Estados Unidos a montaria em touros é um dos esportes mais assistidos na televisão aberta, não se limitando apenas aos fãs de rodeio.

Contudo, Adriano Moraes mantém um otimismo firme. Ele declara: "Mesmo que ainda não tenhamos o reconhecimento que os Estados Unidos concedem, estamos trilhando esse caminho."

Os números refletem o potencial inegável dos brasileiros nesse cenário. Ao longo de 30 anos da Professional Bull Riders (PBR), peões brasileiros levantaram 13 campeonatos mundiais e conquistaram mais de 200 etapas da elite do campeonato.

Mas a trajetória ascendente vai além de títulos. Os atletas brasileiros que cruzaram fronteiras já acumularam uma soma de 60 milhões de dólares em ganhos. E dos cinco atletas que mais faturaram na história da PBR, três são brasileiros.

Por trás das cercas do Parque do Peão em Barretos, onde ocorre a Festa do Peão, Victor Hugo Casciano, de Icaraíma (PR), estava a um passo de concretizar um "sonho de criança". Ele revela: "Sempre quis montar aqui." Mas existe um sonho ainda mais grandioso. "Ir para os Estados Unidos é o sonho de todos os cowboys", diz o jovem de 26 anos.

Próximo dali, Jean Viana viajou uma distância ainda maior para montar no Barretão pela segunda vez. O jovem de 25 anos, natural de Altamira, no Pará, também nutre aspirações internacionais. "Faturar rodeios bons nos EUA é uma oportunidade de vida rápida", afirma.

Não são apenas os sonhos que se assemelham, mas também as histórias. Os jovens competidores relatam que cresceram no campo e foram inspirados por familiares.

Luiz Gustavo da Silva, de 20 anos, natural de Douradina (PR), é um exemplo. Inspirado pelo irmão, ele começou ainda na infância e segue na luta rumo ao horizonte americano. "Lá, as condições para os atletas de montaria em touros são muito melhores", diz ele, que é fã de José Vitor Leme e Guilherme Marchi.

"Aqui, estamos recebendo mais reconhecimento, mas ainda não alcançamos o patamar de reconhecimento que existe lá. Nos EUA, o peão é verdadeiramente reconhecido", afirma Everton Nathan da Silva, de Viradouro (SP).

A Professional Bull Riders (PBR) não é a única via para os atletas brasileiros buscarem uma carreira internacional, mas é a rota mais direta e eficaz. No Brasil, a PBR é a principal porta de entrada para a liga norte-americana.

Para chegar aos EUA, os atletas acumulam pontos em várias etapas realizadas por todo o Brasil. Se tiverem sucesso, podem se classificar para o Top 35 norte-americano somente com os pontos obtidos no Brasil.

Outra abordagem é acumular pontos no Brasil e, em seguida, ir para os EUA para participar das etapas da divisão de acesso, como a Velocity Tour e a Challenger Series. (Com informações do G1)

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Fonte: Da redação