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Publicado em 11/09/2023 as 9:00am

Diva Pop brasileira e ícone da contracultura Baby do Brasil fará aparição rara em NY

O show de 23 de setembro na City Winery contará com sucessos dos NOVOS BAIANOS e seus sucesso na carreira solo, incluindo “Menino do Rio” escrito para ela por Caetano Veloso

No dia 23 de setembro de 2023, a City Winery NYC receberá a primeira apresentação americana em nove anos de um ícone da contracultura brasileira. Baby do Brasil - anteriormente conhecida como Baby Consuelo - é a eterna criança das flores, de cabelos roxos, voz mel e que foi a única voz feminina da banda histórica dos anos 1970, os Novos Baianos.

Com o Brasil no meio de uma ditadura militar, com a censura, os Novos Baianos – que notoriamente viveram em comuna no Rio – simbolizaram a liberdade hippie. Eles ofereceram uma celebração suavemente psicodélica de paz, amor, dança e natureza, ao som de um buquê de ritmos brasileiros, do samba ao forró. A variedade de sons da guitarra era surpreendente. João Gilberto, um dos pais da bossa nova, os treinou na técnica da bossa; Pepeu Gomes adicionou vertentes inspiradas em Jimi Hendrix. Os vocais alegres e suaves de Baby influenciaram muitas cantoras proeminentes, incluindo Marisa Monte, Vanessa da Mata e Céu.

O segundo lançamento do grupo, Acabou Chorare, ficou em primeiro lugar na lista dos cem álbuns brasileiros mais importantes de todos os tempos da Rolling Stone Brasil. Naquela era sombria de opressão política, o disco, diz Baby, era um apelo à felicidade e à fraternidade – prova “de que era possível compreender que todos podemos viver juntos”.

Agora com 71 anos, Baby – nascida Bernadete Dinorah de Carvalho Cidade – continua sendo uma onda de entusiasmo e positividade. Seu show dela, “Baby do Brasil in Concert”, é um passeio alegre por seus anos de sucessos, desde seus dias de dela Novos Baianos até suas décadas como estrela solo. A maioria foi composta por Baby e Pepeu Gomes, com quem foi casada por 17 anos.

Como sempre, ela cantará “Menino do Rio”, uma resposta masculina à “Garota de Ipanema”, escrita para ela por Caetano Veloso. Baby fará uma homenagem a Rita Lee, a recém-falecida rainha do rock brasileiro; ela também vai saciar seu lado estrondoso, rosnado e cantora soul com covers de músicas que ficaram famosas por Ben E. King, Bob Marley e Tina Turner. Seis músicos, pesos pesados da cena brasileira, a acompanharão: Junior Camilo e Rapha Dantop (teclados), David Rangel (baixo), Nenel Lucena e Jean Pedroso (guitarras) e Miguel Assis (bateria).

Os arranjos, ela promete, terão “a força de uma orquestra sinfônica”, mesclando samba, soul, rock, blues, gospel, jazz, bolero e clássico – “tudo que esteve na minha formação musical, tudo que meus pais me deram. O novo show é encantador. Eu amo isso!"

Nascido em uma família de classe média em Niterói, Baby era um adolescente rebelde; sua busca pela carreira de cantora gerou tanta resistência por parte de seus pais que ela fugiu aos 17 anos e se mudou para Salvador, na Bahia. Durante algum tempo, ela dormiu nas ruas e cantou em bares em troca de comida. Logo conheceu Luis Galvão, Paulinho Boca de Cantor e Moraes Moreira, três jovens músicos que buscavam formar uma banda. Ela se tornou a cantora; vários outros músicos embarcaram, incluindo o violonista Pepeu Gomes, com quem ela se casou em 1970.

Bernadete – única integrante do grupo que não era baiana – adotou o nome artístico de Baby Consuelo. Veio de uma música escrita por Galvão e Moreira para o filme Meteorango Kid: Herói Intergalatico, de 1969, sobre um estudante universitário alienado que, como Baby, escolheu o hippie em vez das convenções. Vocalmente, a heroína de Baby era uma estrela emergente do movimento Tropicália, Gal Costa, cujo canto, na época, variava de uma cadência doce a um uivo estridente.

Em 1970, os Novos Baianos lançaram seu primeiro disco, um sucesso modesto. Depois se mudaram para o Rio, onde dividiram um apartamento em Botafogo. Aquele recanto “tornou-se o nosso país”, diz Baby, que aos 18 anos era a única mulher num bando de rapazes. “Conseguimos levar uma vida muito saudável em meio a toda a opressão. Vivíamos em um mundo organizado. Todos juntos, tocando música de noite até de dia, aproveitando o sol, sentindo-se abertos. Comemos frutas das árvores. Ninguém estava preocupado com política. Éramos todos cristãos, por isso tínhamos um princípio cristão fundamental de amizade, família, respeito, de preparar o jantar e comer juntos à mesa”.

Os felizes e chapados hippies começaram a preparar o Acabou Chorare. Lançado em 1972, fez dos Novos Baianos uma sensação nacional. Depois de mais seis álbuns, Baby deixou o grupo em 1978 para lançar seu primeiro disco solo. Produzido com a sonoridade familiar dos Novos Baianos, vendeu respeitáveis 400 mil cópias. Em seu sucessor, Pra Enlouquecer, ela desviou para um som pop-rock mais pesado e alcançou a marca do milhão; dois de seus álbuns subsequentes o superaram. Sucessos amontoados: “Côsmica”, “Sem Pecado e Sem Juízo”, “Telúrica”, “Paz e Amor”, “Barrados na Disneylândia”.

Em 1990, ela fez sua estreia nos EUA em uma noite de carnaval brasileiro no Hollywood Palladium. Don Heckman, do Los Angeles Times, chamou-a de “eletrizante”, acrescentando: “Consuelo tem tudo o que é preciso para se tornar uma grande estrela cantora internacional… Ela era um caldeirão virtual de energia, movendo-se incansavelmente pelo palco com o fogo e a fúria de uma cantora latina. Janis Joplin.” Naquele ano ela foi convidada do Dance Brazil de Nova York. Jennifer Dunning, do The New York Times, escreveu que a excêntrica cantora “parecia ter saído de um filme de Pedro Almodóvar”.

Mas agora ela e Pepeu Gomes já tinham seis filhos, dos cinco aos dezessete anos; ela sabia que precisava ficar perto de casa. Lá ela tomou várias decisões que mudaram sua vida. Depois de se rebatizar de Baby do Brasil – filha do povo – a cantora foi batizada na fé evangélica. Em 2000 ela se tornou pastora. Durante anos ela mudou seu foco musical para o gospel. “Sou muito espiritual”, explica ela. “Isso me alimenta; isso me enche de coragem, de felicidade. Não aceitarei ser uma pessoa com problemas, ou tristezas, ou sentimentos ruins em relação ao mundo. Estou cheio de esperança o tempo todo. Tudo vai dar certo."

Em 2014, ela revisitou seu sonho americano cantando no South Street Seaport de Nova York e no Blue Note. Hoje, ela diz, “meus filhos são todos grandes. Agora estou livre de novo!” (Um de seus filhos, Pedro Baby, é um guitarrista requisitado; outra, cantora Zabelê, gravou para a Warner Music Brasil.) Sob a orientação do empresário Nilson Raman - que ajudou a idealizar a carreira de várias estrelas brasileiras, incluindo Simone, Paulinho da Viola, e a primeira-dama do teatro brasileiro, Bibi Ferreira – Baby do Brasil explora novas possibilidades, principalmente nos EUA. “Na cabeça de Raman, Nova York é uma das fases principais. Estamos começando esta maravilhosa aventura juntos. Estou muito feliz. Uau!"

 

VIDEO Baby do Brasil “Planeta Vênus”  https://youtu.be/YqDHZWxtbuc?si=WwM0KEv-Oz4C36sL

 

BABY DO BRASIL

Saturday September 23 at 8pm

City Winery NYC

25 – 11th Avenue @ 15th Street

New York, NY 10011

646-751-6033

 

EVENT LINK:

https://www.citywinery.com/newyork/Online/default.asp?BOparam::WScontent::loadArticle::permalink=NYC-Baby-Do-Brazil-9-23-23-8pm&BOparam::WScontent::loadArticle::context_id=

Fonte: Coluna Denny Silva

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