Polícia investiga denúncia de fraude eleitoral nas primárias de Bridgeport (CT)

Horas após a campanha de John Gomes ter divulgado um vídeo no sábado, no qual ele alega apresentar provas de manipulação nas eleições primárias de Bridgeport (Connecticut) por um apoiador do prefeito Joe Ganim, o departamento de polícia da cidade confirmou que está investigando as ações capturadas nas imagens.

Gomes desafiou Ganim nas primárias democráticas de 12 de setembro, perdendo por uma margem de 251 votos, conforme a contagem preliminar mais recente divulgada no site do Secretário de Estado.

O vídeo, publicado na página do Facebook da campanha de Gomes, mostra uma mulher depositando pilhas de documentos em uma urna de votos por correspondência do lado de fora do Centro Governamental em Bridgeport, onde está localizado o gabinete do registrador de eleitores da cidade.

A campanha de Gomes afirma que o vídeo mostra Wanda Geter-Pataky, uma apoiadora de Ganim, entregando pilhas de votos por correspondência antes das primárias.

A legislação de Connecticut estipula quem pode devolver votos por correspondência em nome dos eleitores. De acordo com o estatuto estadual, apenas o requerente do voto, seus familiares, policiais, funcionários eleitorais locais ou alguém que esteja cuidando diretamente de alguém que tenha doença ou incapacidade física podem fazê-lo.

Christine Bartlett-Josie, gerente de campanha de Gomes, informou ao CT Mirror que a campanha recebeu o vídeo de alguém no início desta semana, logo após as primárias, e imediatamente apresentou uma queixa à Comissão de Fiscalização das Eleições do Estado (SEEC).

O porta-voz da SEEC, Josh Foley, afirmou no sábado à noite que não podia confirmar, nem negar, a existência de uma queixa relacionada à eleição de Bridgeport ocorrida na terça-feira (12). Ele explicou que todas as queixas recebidas pela agência são mantidas em sigilo até que a comissão complete sua análise, e acrescentou que a comissão tem uma reunião agendada para esta quarta-feira.

Bartlett-Josie informou que a campanha também entrou em contato com o escritório do Procurador do Estado, que já havia recebido denúncias criminais relacionadas a três apoiadores de Ganim investigados pela SEEC após as eleições municipais de Bridgeport em 2019.

De acordo com o Connecticut Post, o Departamento de Polícia de Bridgeport iniciou uma investigação sobre as ações retratadas no vídeo e uma investigação paralela sobre como a campanha de Gomes obteve as imagens.

O departamento de polícia emitiu um comunicado ao CT Mirror reiterando esses fatos.

"O Departamento de Polícia de Bridgeport está investigando ativamente informações sobre possíveis condutas inadequadas com base em um vídeo que surgiu nas redes sociais", diz o comunicado. "O Departamento de Polícia de Bridgeport iniciou imediatamente uma investigação para determinar se ocorreu algum crime. Além disso, está sendo conduzida uma investigação interna para determinar se houve algum possível rompimento em nosso sistema de gerenciamento de vídeo de segurança."

A equipe de campanha política de Ganim emitiu um comunicado sobre o vídeo no domingo de manhã, observando que a questão "em sua totalidade" havia sido encaminhada à polícia de Bridgeport para investigação.

No entanto, a maior parte do comunicado se concentrou principalmente no fato de alguém ter vazado as imagens das câmeras de vigilância da cidade para a campanha de Gomes.

Geter-Pataky, a mulher que a campanha de Gomes alega ser a pessoa no vídeo, é uma das três pessoas que a Comissão de Fiscalização das Eleições do Estado citou em acusações criminais após uma investigação sobre reclamações do manuseio de votos por correspondência nas disputadas primárias de Ganim em 2019 contra a Senadora Marilyn Moore.

Como resultado, a campanha de Gomes alega que o vídeo é evidência de uma série de fraudes com votos por correspondência na cidade.