Publicado em 3/10/2023 as 9:00am
Neurocientista brasileiro fala sobre técnica inovadora que faz mulheres com paralisia voltarem a falar
Marc Abreu afirma que procedimento pode ajudar no tratamento de outras doenças além do ELA - Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)
Da redação
Cientistas americanos divulgaram nesta quinta-feira, 24, na revista científica Nature os impressionantes resultados de uma técnica inovadora responsável por fazer duas pacientes com paralisia decorrente de ELA - Esclerose Lateral Amiotrófica - voltarem a falar.
O que é Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)?
De acordo com o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, a ELA causa degeneração cerebral, o que pode gerar paralisia, tremores e falta de sensibilidade.
“A Esclerose Lateral Amiotrófica é uma doença neurodegenerativa progressiva que gera a degeneração dos neurônios motores causando perda gradual do controle muscular, levando a fraqueza, atrofia e eventual paralisia dos músculos voluntários”.
“A degeneração ocorre na medula espinhal e no córtex motor, afetando funções motoras vitais como fala, deglutição e respiração. A ELA não tem cura, os tratamentos para a condição buscam melhorar a qualidade de vida e controlar sintomas dos pacientes” Explica Dr. Fabiano.
Como as pacientes voltaram a falar?
Os pesquisadores implantaram eletrodos nas regiões cerebrais responsáveis pela comunicação das pacientes e através deles conseguiram decodificar os sinais relacionados à fala em palavras na tela, em um dos casos um avatar foi usado para reproduzir também expressões faciais.
A técnica foi capaz de decodificar 62 palavras por minuto, um pouco atrás do ritmo natural de fala, que pode chegar a 160, ritmo que os pesquisadores buscam atingir com a tecnologia.
O tratamento para outras doenças
“Esse tipo de tecnologia está ganhando proporções cada vez maiores, já houveram estudos que decodificaram sinais cerebrais em imagens por exemplo, há técnicas que utilizam eletrodos cerebrais para reduzir tremores, como no Parkinson, ou estimular determinadas regiões cerebrais, melhorando suas funções”.
“As possibilidades e perspectivas para o desenvolvimento desta tecnologia são bastante promissoras e podem ajudar a melhorar a qualidade de vida de pacientes com doenças neurodegenerativas”, afirma Dr. Fabiano de Abreu.
Sobre Dr. Fabiano de Abreu Agrela
Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues MRSB é Pós PhD em Neurociências eleito membro da Sigma Xi, membro da Society for Neuroscience nos Estados Unidos , membro da Royal Society of Biology no Reino Unido e da APA - American Philosophical Association também nos Estados Unidos. Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia e filosofia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. Membro das sociedades de alto QI Mensa, Intertel, ISPE High IQ Society, Triple Nine Society, ISI-Society e HELLIQ Society High IQ. Autor de mais de 200 artigos científicos e 15 livros.