Filho de brasileiros, deputado dos EUA, enfrenta novas acusações de fraude

Nesta terça-feira, dia 10, uma denúncia ampliada com 23 acusações foi apresentada no Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito Leste de New York, acusando George Anthony Devolder Santos, mais conhecido como "George Santos", o Deputado que representa o Terceiro Distrito de NY no Congresso.

Entre as novas denúncias estão uma acusação de conspiração para cometer delitos contra os Estados Unidos, duas acusações de fraude eletrônica, duas acusações de fornecer informações materialmente falsas à Comissão Federal de Eleições (FEC), duas acusações de falsificação de registros apresentados para obstruir a FEC, duas acusações de roubo de identidade agravado e uma acusação de fraude com dispositivo de acesso, além das sete acusações de fraude eletrônica, três acusações de lavagem de dinheiro, uma acusação de roubo de fundos públicos e duas acusações de fornecer informações falsas à Câmara dos Deputados dos Estados Unidos.

Santos deve retornar ao tribunal federal, em Central Islip, em 27 de outubro.

Breon Peace, Procurador dos Estados Unidos para o Distrito Leste de NY, Nicole M. Argentieri, Assistente da Procuradora Geral em exercício da Divisão Criminal do Departamento de Justiça, e James Smith, Diretor Assistente a Cargo, Escritório de Campo do FBI em NY, e Anne T. Donnelly, Procuradora Distrital do Condado de Nassau, anunciaram a acusação ampliada.

"Conforme alegado, Santos é acusado de roubar a identidade de pessoas e fazer cobranças nos cartões de crédito sem autorização, mentir para a FEC. Ele inflou falsamente as receitas relatadas pela campanha com empréstimos e contribuições inexistentes que foram fabricados ou furtados", afirmou o Procurador Peace. "Este Escritório perseguirá incansavelmente acusações criminais contra qualquer pessoa que use o processo eleitoral como uma oportunidade para fraudar o público e nossas instituições governamentais".

"Santos liderou supostamente várias outras tramas criminosas fraudulentas, mentindo para o público norte-americano no processo. O FBI está comprometido em fazer cumprir as leis de nosso processo eleitoral. Qualquer um que tente violar a lei como parte de uma campanha política enfrentará punição no sistema de justiça criminal", afirmou James Smith, Diretor Assistente a Cargo do FBI.

"O réu - um deputado - alegadamente roubou as identidades de membros da família e usou as informações dos cartões de crédito de contribuintes políticos para inflar fraudulentamente os fundos de sua campanha", disse a Procuradora Distrital Donnelly. "Agradecemos aos nossos parceiros no Escritório do Procurador dos Estados Unidos e no FBI enquanto trabalhamos juntos para erradicar a corrupção pública em Long Island."

Conforme alegado na denúncia ampliada, Santos, que foi eleito para o Congresso em novembro passado e tomou posse como Deputado dos Estados Unidos pelo Terceiro Distrito de New York em 7 de janeiro de 2023, participou de vários esquemas fraudulentos.

ESQUEMA POLÍTICO

Durante o ciclo eleitoral de 2022, Santos foi candidato à Câmara dos Deputados dos Estados Unidos no Terceiro Distrito de NY. Nancy Marks, que se declarou culpada em 5 de outubro de 2023 era a tesoureira de seu comitê de campanha congressual principal, o Comitê Devolder-Santos para o Congresso.

Durante esse ciclo eleitoral, Santos e Marks conspiraram entre si para conceber e executar um esquema fraudulento para obter dinheiro para a campanha, enviando relatórios materialmente falsos à Comissão Federal de Eleições (FEC) em nome da campanha, nos quais inflaram os números de arrecadação com o objetivo de enganar a FEC.

Especificamente, o objetivo do esquema era garantir que Santos e sua campanha se qualificassem para um programa administrado pelo comitê nacional do partido, nos termos do qual ele receberia apoio financeiro e logístico à sua campanha. Para se qualificar para o programa, Santos teve que demonstrar, entre outras coisas, que sua campanha havia arrecadado pelo menos US$ 250,000 de contribuintes em um único trimestre.

Para criar a aparência pública de que sua campanha havia atingido essa referência financeira e era, de outra forma, financeiramente viável, Santos e Marks concordaram em relatar falsamente à FEC que pelo menos 10 membros da família de Santos e Marks haviam feito contribuições financeiras significativas.

Além disso, compreendendo que o comitê nacional do partido confiava nos dados de arrecadação da FEC para avaliar a qualificação dos candidatos para o programa, Santos e Marks concordaram em relatar falsamente à FEC que Santos havia emprestado quantias significativas de dinheiro para a campanha, quando, na verdade, ele não havia feito os empréstimos relatados.

Esses empréstimos relatados falsamente incluíram um de US$ 500,000, quando Santos tinha menos de US$ 8,000 em suas contas bancárias pessoais e comerciais.

FRAUDE DE CARTÕES DE CRÉDITO

Além disso, entre dezembro de 2021 e agosto de 2022, Santos concebeu e executou um esquema fraudulento para roubar a identidade pessoal e informações financeiras dos contribuintes de sua campanha. Em seguida, ele cobrou repetidamente os cartões de crédito dos contribuintes, sem a autorização deles.

Devido a essas transações não autorizadas, fundos foram transferidos para a campanha de Santos, para as campanhas de outros candidatos a cargos eletivos e para sua própria conta bancária.

Para ocultar a verdadeira origem desses fundos e contornar os limites de contribuição de campanha, Santos afirmou falsamente que algumas das contribuições de campanha foram feitas por outras pessoas, como seus parentes ou associados, em vez dos verdadeiros titulares dos cartões.

Ele não tinha autorização para usar seus nomes dessa maneira. Por exemplo, em dezembro de 2021, um “contribuinte” enviou uma mensagem de texto para Santos e outros para fazer uma contribuição para sua campanha, fornecendo informações de dois cartões de crédito. Nos dias seguintes à obtenção das informações de faturamento, Santos usou os dados do cartão de crédito para fazer inúmeras contribuições para sua campanha e comitês políticos afiliados em quantias que excediam os limites de contribuição aplicáveis, sem o conhecimento ou autorização do dono do cartão.

Para mascarar a verdadeira origem dessas contribuições e, assim, contornar os limites de doações de campanha aplicáveis, Santos identificou falsamente o contribuinte para uma das cobranças como um de seus parentes. Nos meses seguintes, Santos cobrou repetidamente o cartão de crédito do contribuinte sem o conhecimento ou autorização dele, cobrando pelo menos US$ 44,800 e ocultando a verdadeira origem dos fundos.

Em uma ocasião, Santos cobrou US$ 12,000 no cartão de crédito do Contribuinte, transferindo a grande maioria desse dinheiro para sua conta bancária pessoal.

As acusações na acusação apresentadas são alegações, e os réus são presumidos inocentes, a menos e até que se prove sua culpa além de uma dúvida razoável em um tribunal de justiça.

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