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Publicado em 20/10/2023 as 11:00pm

Conheça alguns brasileiros que cumprem prisão perpétua nos EUA

No intricado labirinto da justiça penal nos Estados Unidos, histórias muitas vezes...


No intricado labirinto da justiça penal nos Estados Unidos, histórias muitas vezes silenciadas ecoam em um coro de esperanças, desafios e reviravoltas. Entre os muitos estrangeiros que enfrentam as complexidades do sistema de justiça norte-americano, um grupo em particular, os brasileiros, tem enfrentado uma jornada notável e angustiante.

Condenados à prisão perpétua, esses indivíduos se encontram em uma encruzilhada entre as promessas de um novo começo na Terra das Oportunidades e o peso avassalador de penas que transcendem a vida.

Neste artigo, exploraremos as vidas e destinos de brasileiros que, por uma série de razões, estão encarcerados em prisões norte-americanas por tempo indeterminado. Esta edição separou alguns casos.

Alfredo Oliveira

Alfredo Oliveira foi condenado à prisão perpétua em 2012 pelo brutal assassinato da estudante brasileira Jackeline De Melo, de 17 anos. Ela havia fugido de casa para morar com um namorado em New York, mas retornou à Flórida e foi morar com Oliveira, na época um amigo.

Ele se apaixonou por ela e começou a persegui-la obsessivamente.

Após faltar à escola para sair com outro amigo, Oliveira a atraiu para sua casa em Deerfield Beach, onde a esfaqueou 34 vezes, em um crime que chocou a comunidade e sua mãe, que nunca soube o que havia acontecido nos meses anteriores à morte de sua filha.

Antônio Marcos Ferreira

Antônio Marcos Ferreira, de 41 anos, natural de Galileia (Minas Gerais) e residente em Somerville (Massachusetts), foi condenado à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional por assassinar sua ex-namorada, Sheila dos Santos, de 26 anos, em 2009.

O veredicto foi dado pela Juíza Elizabeth Fahey do Tribunal Superior de Middlesex.

Sheila foi encontrada morta com 37 facadas em 2 de outubro de 2009. Os dois tinham um relacionamento amoroso, mas terminaram meses antes do crime.

Antônio Marcos tentou reatar o relacionamento contra a vontade de Sheila, ameaçando suicídio e a vida dela.

Uma câmera de segurança filmou seu veículo perto do local do crime, e manchas de sangue de Sheila foram encontradas em seus tênis. Ele foi preso uma semana após o assassinato, em 9 de outubro de 2009.

O promotor Gerard T. Leone elogiou o júri pelo veredicto justo e expressou condolências à família da vítima.

Danilo Cavalcante

Danilo Sousa Cavalcante, de 34 anos, se tornou um dos criminosos brasileiros mais conhecidos nos Estados Unidos, pois liderou uma caçada de duas semanas após fugir de uma cadeia na Pensilvânia. Ele foi condenado à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional pelo assassinato de sua ex-namorada, Deborah Brandão, ocorrido em frente aos filhos dela em Chester County, na Pensilvânia, em 2021.

Ele desferiu mais de 30 facadas na vítima.

O julgamento chegou ao fim, com a juíza Elizabeth Fahey impondo a sentença, apesar dos pedidos de desculpas de Cavalcante.

A juíza destacou que as ações de Cavalcante não demonstraram remorso, especialmente ao causar trauma às crianças e à família da vítima. A evidência apresentada no julgamento incluiu depoimentos de testemunhas, relatos de vizinhos e a própria declaração de responsabilidade de Cavalcante à polícia.

Os advogados de defesa alegaram que ele agiu no calor da paixão, mas o júri rejeitou essa argumentação. A irmã de Deborah, Sarah Brandão, comemorou a sentença nas redes sociais, enquanto a mãe, Carolyn Saraiva, expressou a dor que a família enfrentou com a tragédia.

Anderson Pereira

Anderson Pereira foi condenado à prisão perpétua sem chance de liberdade condicional por assassinar Zak Charabaty em Manchester, New Hampshire, e enterrar o corpo em Massachusetts.

O crime ocorreu em março de 2020, e o corpo de Charabaty foi encontrado quatro meses depois. Pereira foi considerado culpado de assassinato em primeiro grau.

O juiz descreveu o caso como um dos encobrimentos de provas mais elaborados que já viu. A família da vítima expressou alívio com a prisão perpétua de Pereira, mas ainda espera respostas para algumas perguntas não esclarecidas sobre o caso. Pereira também é suspeito de furtar uma quantia significativa de uma empresa de turismo sediada em Massachusetts.

Walter da Silva

Walter da Silva foi condenado à prisão perpétua depois de se declarar culpado pelo assassinato de sua filha, Sabrina DaSilva, em New Bedford (Massachusetts), em julho de 2016. Ele admitiu no tribunal que atirou em sua filha de 19 anos porque estava zangado com ela por estar em um relacionamento com um homem mais velho.

Walter se declarou culpado de assassinato em segundo grau e, como parte do acordo, foi elegível para liberdade condicional após cumprir 25 anos. Ele também se declarou culpado de porte ilegal de arma e porte de uma arma carregada, o que acrescentou cinco anos à sua pena.

Walter havia entrado ilegalmente no país antes de cometer o crime, e já havia sido deportado para o Brasil após cumprir pena por tentar matar sua esposa. Sabrina deixou uma filha de 4 anos.

O crime ocorreu em julho de 2016, e Walter foi preso em agosto do mesmo ano.

Marcello (Branco) Almeida

Marcelo Almeida, de 45 anos, foi condenado à prisão perpétua, sem possibilidade de liberdade condicional, pela morte da ex-namorada Patrícia Fróis, de 24 anos, em setembro de 2011.

A jovem levou 10 facadas no pescoço e no peito e o crime ocorreu na entrada do prédio em que ela morava, na cidade de Marshfield, em Massachusetts. Marcelo foi acusado de assassinato em primeiro grau e cumpre pena em uma prisão estadual. O julgamento durou sete dias.

No último dia do julgamento, a promotora Sharon Donatelle relembrou o caso: “Patrícia decidiu terminar o relacionamento com Marcelo em 2011. Porém, o homem não aceitava o término com a mãe do seu filho e, segundo a promotora, contou a amigos e familiares que faria algo estúpido. Na manhã do dia 26 de setembro daquele ano, Marcelo armou uma emboscada e atacou a ex-namorada, que saía para o trabalho.

Após duas horas de deliberação, o júri – que também analisou evidências do crime como a arma do crime, a blusa ensanguentada da vítima e a frasqueira que Patrícia carregava o lanche, e ouviu testemunhas, como a mãe de Patrícia – deu o veredicto.

Gleiston Andrade

Gleiston Andrade, 41 anos, foi condenado à prisão perpétua por estuprar cinco mulheres em Oakland (Califórnia), em 2009. Ele já foi policial e trabalhava como motorista de caminhão nos Estados Unidos.

Andrade foi condenado a múltiplas prisões perpétuas e quatro das vítimas eram prostitutas. A denúncia disse que ele pegava as mulheres na rua, dirigia para locais isolados e as ameaçava com uma arma.

Evidências de DNA confirmaram a agressão sexual em pelo menos duas das vítimas. A advogada de Andrade argumentou que as evidências estavam contaminadas e que a polícia de Oakland estava tentando atribuir a ele vários casos não resolvidos de estupro.

Claudia Sobral

Claudia Sobral, que perdeu a nacionalidade brasileira e também é conhecida como Claudia Hoerig, foi condenada à prisão perpétua, com possibilidade de liberdade condicional após 28 anos. A sentença inclui 25 anos pelo homicídio qualificado de seu marido, Karl Hoerig, em 2007, e mais três anos por uso de arma de fogo no crime.

O tempo que Claudia passou na prisão aguardando o julgamento, quase três anos, será descontado dos 28 anos. Portanto, ela poderá sair da prisão por volta dos 80 anos. A sentença foi baseada em um acordo entre os EUA e o Brasil, que estipulou um máximo de 30 anos de prisão devido às leis brasileiras que proíbem extradições para crimes com penas inexistentes no Brasil.

Antes de ser condenada ela tinha fugido para o Brasil, mas depois da justiça brasileira anular a sua cidadania, ela foi extraditada para os EUA onde foi julgada pelo assassinato.

Jeremias Bins

O capixaba Jeremias Bins, 32 anos, foi condenado à prisão perpétua pelo assassinato, à marteladas, de sua esposa Carla de Souza e do enteado Caíque de Souza, em Framingham (Massachusetts), em maio de 2006.

Depois anos após o crime, o Tribunal de Woburn, onde o caso foi julgado, decidiu pela prisão perpétua.

O crime chocou a todos, e as razões que levaram a esse ato brutal assassinato não foram totalmente esclarecidas.

Os advogados de defesa tentaram levá-lo para cumprir a pena no Brasil, mas isso não foi possível devido à ausência da pena de prisão perpétua em território brasileiro.

Antônio Lucas

Antonio Lucas, conhecido como 'Neguinho', foi condenado à prisão perpétua pelo Tribunal Superior de Worcester, Massachusetts, devido ao assassinato de sua ex-mulher, Cleucilene Alvez da Silva.

O crime ocorreu em 31 de maio de 2019, e ele a matou a facadas.

O assassinato aconteceu após uma discussão provocada pelo fato de Cleo permitir que um casal gay dormisse em sua casa, o que enfureceu 'Neguinho'.

O crime chocou a comunidade brasileira na época.

José Carlos Oliveira Coutinho

José Carlos Oliveira Coutinho, foi condenado pelo assassinato de um casal e o filho de 7 anos. Ele recebeu uma sentença de prisão perpétua no estado de Nebraska, mesmo que a pena de morte fosse uma opção.

Coutinho havia sido considerado culpado pelo triplo homicídio ocorrido em 2009.

O crime foi motivado por dinheiro, e Coutinho foi condenado com base no testemunho de um cúmplice que se declarou culpado e testemunhou contra ele.

Um terceiro homem envolvido no crime está no Brasil, e a família das vítimas espera que algum dia ele seja extraditado para enfrentar julgamento nos EUA.

 



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Fonte: Da redação

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