Publicado em 2/11/2023 as 4:00pm
Brasileira denuncia que filho autista foi agredido em escola pública na Flórida
A escola em questão, Hammock Pointe Elementary School, tomou medidas imediatas após o ocorrido, reportando o incidente à Polícia e afastando a profissional responsável.
A empresária e maquiadora brasileira, Edlany Bezerra, de 27 anos, denunciou às autoridades da Flórida um caso chocante envolvendo seu filho, Allan Bezerra, de apenas 7 anos, que é portador do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Ela alega que seu filho foi agredido por uma professora em uma escola pública em Boca Raton, em um incidente que ocorreu no dia 10 de outubro. As investigações sobre o caso estão em andamento no condado de Palm Beach.
A escola em questão, Hammock Pointe Elementary School, tomou medidas imediatas após o ocorrido, reportando o incidente à Polícia e afastando a profissional responsável. A professora, que era especializada em cuidados para estudantes com autismo, foi afastada de suas funções. No entanto, a mãe de Allan alega que não foi notificada sobre o ocorrido de imediato, e apenas começou a suspeitar que algo estava errado quando notou mudanças no comportamento de seu filho nos dias que se seguiram.
No dia subsequente à agressão, Edlany foi convocada para uma reunião na escola, que, inicialmente, parecia ser de rotina e focada na inclusão da criança. No entanto, a presença de vários especialistas na reunião levantou suspeitas, embora o caso não tenha sido revelado à mãe naquela ocasião. Somente após receber um telefonema da escola, que se comunicou com ela em espanhol (uma língua que Edlany não domina), ela tomou conhecimento de que seu filho havia sido empurrado em sala de aula. Entretanto, a pessoa que a ligou não detalhou que a suspeita recaía sobre a professora.
Foi apenas quando uma investigadora da polícia entrou em contato, dois dias após o ocorrido, que Edlany soube que seu filho havia sido agredido pela própria professora, cujo papel era cuidar dele. Na ligação, a agente da polícia perguntou se o garoto apresentava hematomas. Ao verificar o corpo do menino, Edlany encontrou marcas roxas, que ela associou às mudanças em seu comportamento recente.
Durante uma conversa com o filho, que até então não havia relatado a agressão, Allan revelou que a professora o agrediu com socos e o empurrou na frente de seus colegas. Consternada, Edlany compartilhou a denúncia em suas redes sociais e admitiu que a situação a abalou profundamente.
Morando na Flórida há apenas quatro meses e com conhecimento limitado da língua inglesa, ela se viu confusa sobre como proceder. Edlany buscou apoio da ONG Dor com Amor, uma organização que ajuda mães em situações atípicas no Sul da Flórida.
Débora Lousa, fundadora da organização, que reúne mais de 250 mães, relatou que ao tomar conhecimento do caso, procurou a escola. No entanto, a instituição levou dez dias para agendar uma reunião com as envolvidas. A demora na resposta da escola levantou preocupações sobre a conduta da instituição.
Na reunião com os diretores da escola, Edlany foi informada de que o caso havia sido arquivado pelas autoridades locais por falta de provas. Como resultado, Edlany e Débora buscaram o Departamento de Crianças e Famílias da Flórida (DCF) para abrir uma segunda investigação.
A professora responsável pela agressão ficou afastada por apenas três dias, com a escola oferecendo a alternativa de transferir Allan para outra turma. Entretanto, Edlany não se sentiu segura em enviar seu filho de volta à mesma escola, onde o incidente havia ocorrido.
A luta para responsabilizar a agressora e todos os envolvidos no incidente ainda está longe de terminar. A ONG Dor com Amor está planejando uma manifestação em frente à Hammock Pointe Elementary School nos próximos dias, em busca de justiça. Muitas famílias enfrentam casos similares, mas, frequentemente, por medo de complicações em seus casos imigratórios, não denunciam.
Débora Lousa enfatiza que essas famílias têm direitos e não devem deixar os agressores impunes. Na dúvida sobre como proceder em casos semelhantes, a orientação é sempre buscar a polícia, uma vez que o procedimento interno das escolas pode não ser suficiente. O apoio da comunidade é fundamental para garantir que as vozes dessas vítimas, muitas vezes silenciadas pelo medo, sejam ouvidas.
(com informações do Achei USA)
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