Publicado em 6/11/2023 as 4:00pm
Ativista trans brasileira tem visto para os EUA negado e diz que sofreu transfobia em entrevista
A ativista dos direitos das pessoas LGBTQIAPN+ Rafaelly Wiest, de 40 anos, relata ter enfrentado...
A ativista dos direitos das pessoas LGBTQIAPN+ Rafaelly Wiest, de 40 anos, relata ter enfrentado um episódio de transfobia durante uma entrevista no Consulado Americano em São Paulo, onde lamentavelmente teve seu visto para os Estados Unidos negado. Seu objetivo era participar de um evento agendado para a próxima terça-feira (7) em Washington, que discutiria a proteção de crianças e adolescentes trans na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
Rafaelly compartilhou essa angustiante experiência em uma transmissão ao vivo por meio de seu perfil no Instagram na última quarta-feira (1º). Em suas palavras, "Passei o dia inteiro chorando, porque fazia tempo que não passava por isso. Senti que foi um ato de transfobia, não havia outra explicação."
Era importante notar que Rafaelly havia adquirido passagens de ida e volta, financiadas pela ONG Minha Criança Trans, fazendo parte da delegação que se preparava para o evento nos EUA. Ela solicitou um visto B1/B2, que é apropriado para fins turísticos e participação em eventos nos Estados Unidos.
A data de partida do Brasil estava programada para o próximo sábado (4), no entanto, neste momento, a ativista está incerta sobre a possibilidade de embarcar. Além disso, Rafaelly contava com uma carta de apoio assinada pelo secretário-executivo da Organização dos Estados Americanos (OEA), solicitando que a emissão do visto fosse facilitada.
A entrevista ocorreu na no dia 3 e de acordo com o relato de Rafaelly, a entrevista foi abruptamente interrompida pelo funcionário do consulado logo após ela revelar sua identidade como mulher trans. A resposta do funcionário foi taxativa: "Dessa vez, você não receberá o visto." Após questionar a decisão, Rafaelly recebeu um documento com a resposta padrão destinada a indivíduos considerados inelegíveis para a emissão do visto. Uma passagem no documento ressaltou que "a decisão de hoje não pode ser reconsiderada" e mencionou a falta de laços suficientes com o Brasil que garantissem seu retorno, apesar de Rafaelly possuir família, residência fixa e emprego no país.
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Fonte: Da redação