Artista aborda “Migração e Morte” em trabalho no “Dia dos Mortos”

Angel Quesada nasceu em uma família latina católica romana que não celebrava o Dia dos Mortos, ou Día de Muertos. Ele, que cresceu ao longo da fronteira entre os Estados Unidos e o México, tem 51 anos de idade, se tornou um artista e instrutor de Tai Chi que agora e vive em Houston, no Texas.

Agora, ele abraçou a mistura de tradição católica e espiritualismo mexicano ao servir como o artista oficial do desfile do Dia dos Mortos no Parque Sam Houston, no sábado, dia 04. "Eu entendo que seja um diálogo com a cultura mexicana e a cultura dos EUA", disse Quesada.

Ao criar obras de arte para o terceiro desfile anual da cidade, ele, que se identifica como latino e latinx, procurou ajudar as milhares de pessoas esperadas para o desfile em suas tentativas de convidar os espíritos dos entes queridos falecidos de volta ao mundo dos vivos.

Em sua arte, Quesada refletiu sobre sua infância nas cidades fronteiriças de Laredo e depois em Eagle Pass, a pequena cidade agora conhecida como o principal foco dos esforços do Texas para desencorajar milhares de imigrantes cruzando do México.

Quesada criou uma representação digital de uma calavera, ou crânio usando um chapéu de aba larga adornado com velas acesas. Ele se inspirou na caveira tradicional popularizada pelo falecido gravurista mexicano José Guadalupe Posada, assim como pelo líder da banda The Doors, Jim Morrison, a quem admirava quando era um músico adolescente.

Ele nomeou a peça "Migração e Morte" ou "Muerto Migratorio" para reconhecer Houston como uma cidade onde mais de um quarto da população é nascida no exterior.

A Día de Los Muertos LLC, uma organização com sede no Texas que ajuda a administrar o desfile local, usou a imagem em seu site e folhetos para promover o evento. Também nomeou o premiado chef de Houston, Hugo Ortega, como seu grande marechal e homenageou Laura Murillo, presidente e CEO da Câmara de Comércio Hispânica de Houston, Jorge Franz, vice-presidente de turismo e relações industriais da Houston First Corporation, e o Conselheiro do Distrito I, Robert Gallegos, por seus esforços.

“A luz que brilha na cabeça é a luz que o imigrante lança sobre todos nós e todos que estão ao redor dele”, observou Quesada ao descrever a imagem. “O imigrante sustenta o horizonte porque eles construíram esta cidade”, continuou.

Quesada acredita que suas experiências na fronteira - ou, como ele disse, "naquele espaço intermediário" - o tornaram o "encaixe perfeito para ser a pessoa que tem a oportunidade de falar sobre a vida e a morte”.

Além de criar obras de arte para o desfile, Quesada também apresentou sua quinta versão de uma ofrenda comunitária, ou altar, no Discovery Green, um parque público no centro de Houston. Lá, o artista ficou entre os moradores e visitantes de todas as etnias e religiões, enquanto colocavam fotografias de membros da família e amigos falecidos cercadas por papel picado e coroas de cempasúchil, caveiras de açúcar e velas.

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