Publicado em 15/11/2023 as 11:00am
PRESIDENCIÁVEL: Trump planeja criar campos de detenção em massa e deportação de imigrantes indocumentados se for eleito
Miller disse que os planos de imigração de Trump estão sendo projetados para evitar a necessidade de criar nova legislação substancial.
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está planejando uma expansão abrangente das políticas imigratórias rigorosas se for eleito para um segundo mandato, em 2024. Entre as propostas apresentadas por ele está a prisão de imigrantes indocumentados que já estão nos Estados Unidos, colocando-os em campos de detenção para aguardar a deportação.
Os planos, inicialmente relatados pelo The New York Times, exigiriam a construção de grandes campos para abrigar imigrantes aguardando deportação e o envolvimento das forças policiais federais e locais para auxiliar em prisões em larga escala dos indocumentados em todo o país.
Caso o Congresso recuse financiar a operação, Trump poderia recorrer a uma tática usada em seu primeiro mandato para obter mais financiamento para um muro na fronteira — redirecionar fundos do Pentágono, de acordo com uma fonte próximo a ele.
As notícias das propostas surgem depois de Trump, em um comício na Flórida na semana passada, prometeu conduzir "a maior operação de deportação doméstica na história norte-americana" e argumentou que criminosos estão atravessando a fronteira dos EUA com o México.
No sábado, dia 11, em New Hampshire, Trump prometeu assinar uma ordem executiva, no primeiro dia de um possível segundo mandato, para interromper o financiamento do fornecimento de abrigo e transporte para imigrantes indocumentados. Ele disse que redirecionaria estes recursos para "abrigo e tratamento para veteranos sem-teto".
Ele também alegou, sem evidências, que o presidente Joe Biden gastou mais de US$ 1 milhão para colocar imigrantes indocumentados em "alguns dos hotéis mais luxuosos do país".
Trump intensificou sua retórica afiada sobre imigração nas últimas semanas. Ele afirmou publicamente que deseja reviver muitas de suas políticas imigratórias do primeiro mandato para restringir tanto a imigração legal quanto a ilegal, incluindo reinstalar e expandir uma proibição de viagem para países predominantemente muçulmanos e trazer de volta uma política da era Covid conhecida como Título 42 para restringir ainda mais a imigração para o país.
Os planos de Trump enfrentariam fortes desafios políticos e legais. Stephen Miller, ex-alto funcionário do seu governo, que liderou a política imigratória do ex-presidnete, disse ao The Times: "Qualquer ativista que duvide da determinação do presidente Trump comete um erro drástico: Trump usará o vasto arsenal de poderes federais para implementar o mais espetacular endurecimento contra a imigração".
Miller disse que os planos de imigração de Trump estão sendo projetados para evitar a necessidade de criar nova legislação substancial.
Durante o primeiro mandato de Trump, ele dependeu muito de ordens executivas para implementar a política imigratória. Muitas dessas medidas foram contestadas nos tribunais, algo que Miller reconheceu que provavelmente aconteceria novamente em um segundo mandato.
Há muito tempo, Trump planeja instalar servos políticos leais, como Miller, em posições de poder se vencer a eleição de 2024 e quer uma equipe que não o impeça de reprimir a imigração.
A campanha de Biden emitiu uma declaração contundente em resposta às opiniões de Trump, caracterizando os planos do republicano como "a horrível realidade que espera o povo americano se ele tiver permissão em qualquer lugar perto do Salão Oval novamente".
Na semana passada, na Flórida, Trump prometeu "encerrar a contratação de imigrantes indocumentados e exigir que o Congresso envie um projeto de lei proibindo todos os pagamentos de assistência social a imigrantes que estão ilegais no país”.
O ex-presidente também alertou sobre caravanas vindas do México para a fronteira dos EUA e prometeu processar grupos e organizações de caridade que, segundo ele, facilitam a imigração ilegal em grande escala.
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