Patrulha de Fronteira do Arizona enfrenta acusações de encobrir atualizações sobre crise imigratória

A Patrulha de Fronteira do Arizona está sob intensa escrutínio após a surpreendente decisão de suspender as atualizações sobre a crise imigratória, apesar do aumento alarmante de travessias ilegais que têm sido classificadas como 'desmoralizantes'. O Chefe John R. Modlin, com sede em Tucson, anunciou essa medida no domingo (26/11), logo após registrar um recorde de 15.300 travessias ilegais na semana anterior.

"Em virtude da contínua onda migratória, todas as contas de mídia social da Patrulha de Fronteira do Setor de Tucson serão pausadas até novo aviso. Agradecemos sua compreensão e apoio contínuo durante este período desafiador. Honra Primeiro", declarou o Chefe Modlin.

A súbita decisão gerou apreensão e levantou suspeitas sobre possíveis problemas encobertos dentro da agência, especialmente considerando os desafios intensificados na proteção das fronteiras após o término da Lei 42.

O repórter Bill Melugin, ao reagir à notícia, expressou sua preocupação: "Esta conta compartilha informações e dados valiosos. Wow. Independente da razão por trás disso, é uma aparência muito ruim. Essencialmente, a crise na fronteira no setor é tão grave que eles estão cortando toda comunicação e transparência com o público."

Há apenas alguns meses, o Chefe Modlin testemunhou sobre as condições 'desmoralizantes' em seu setor perante um subcomitê da Câmara. Ele ressaltou níveis de atividade sem precedentes, contrariando a típica baixa atividade durante os meses de verão devido ao calor extremo.

A Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA tem observado um aumento significativo nos encontros na fronteira sudoeste a cada ano. O ano atual já registrou quase 2 milhões de travessias na região, excluindo agosto e setembro.

O condado de Cochise, no Arizona, está lidando com um influxo de imigrantes transportados de outros condados após as políticas de fronteira mais brandas adotadas pelo presidente Joe Biden. O xerife Mark Dannels expressou sua frustração, afirmando: "A evasão intelectual e o abandono com consequências pretendidas por aqueles líderes em Washington, DC, referentes à nossa fronteira sul, continuam a ser uma ladeira escorregadia para aqueles que fazem de tudo para proteger nossa qualidade de vida aqui no condado de Cochise!"

Relatos de agosto revelaram imigrantes sendo mantidos em gaiolas ao ar livre no intenso calor do deserto do Arizona, refletindo os desafios enfrentados pela Patrulha de Fronteira dos EUA ao lidar com uma onda de imigrantes do México.

Os problemas de superlotação não se limitam ao Arizona, com liberações nas ruas sendo relatadas nos setores de San Diego e no condado de Santa Cruz, Califórnia. San Diego está enfrentando 20.000 imigrantes sob custódia, 5.000 a mais do que suas instalações podem acomodar.

Para enfrentar a crise na fronteira, governadores de estados do sul, como Greg Abbott do Texas e Ron DeSantis da Flórida, têm enviado ônibus para cidades liberais no norte, como Nova York, Chicago e Washington, DC. O prefeito Eric Adams de Nova York, antes orgulhoso por declarar a cidade um santuário, agora afirma que a chegada de mais de 100.000 imigrantes nos últimos meses 'destruirá' a cidade.

Adams estima que a crise custará a Nova York $12 bilhões nos próximos três anos, pedindo desesperadamente por assistência financeira. O governador do Texas, Greg Abbott, chamou Adams de 'hipócrita' por mudar sua postura em relação aos imigrantes.

Enquanto a crise migratória se desenrola, as tensões aumentam e os estados lidam com as complexidades da política de imigração e alocação de recursos.