Imigrantes que trabalham com limpeza podem entrar em greve em New Jersey, New York e Connecticut

Ederle Vaughan, aos 48 anos, desempenha suas funções como faxineira no Prudential Center, em Newark, New Jersey, há 16 anos. Vivendo de salário em salário, ela utiliza seus rendimentos para custear a mensalidade da faculdade de sua filha, além de arcar com suas próprias despesas de alimentação e aluguel. No entanto, os persistentemente altos preços tornaram seus dólares menos eficazes do que antes.

Para ela e os outros 30.000 membros do 32BJ SEIU, um sindicato que representa trabalhadores de limpeza comercial nos EUA, o salário justo é apenas uma das muitas demandas negociadas com os empregadores para inclusão nos novos contratos. Esses membros do sindicato em New Jersey, New York e Connecticut, a maioria dos quais são pessoas de cor e imigrantes, como Vaughan, que é da Guiana, votaram para autorizar uma greve caso não cheguem a acordos com proprietários e empreiteiros de limpeza até o término de seus contratos em 31 de dezembro.

Vaughan expressa sua insatisfação com a ABM, sua empregadora e uma das cinco maiores empresas de serviços de instalações em negociação com o 32BJ SEIU. Segundo ela, a empresa não ofereceu sequer um centavo e busca retirar conquistas já alcançadas. Em entrevista à Quartz, Vaughan relata que, mesmo após ela e seus colegas arriscarem suas vidas durante a pandemia, ainda não receberam o reconhecimento merecido.

"Estávamos arriscando tudo ao entrar nos trens; eu viajava para o trabalho", relata Vaughan, destacando a falta de equipamentos de proteção pessoal e o aumento da carga de trabalho sem compensação adicional. "Agora é hora de as empresas nos concederem, trabalhadores essenciais, os salários que precisamos." Até o momento, Prudential Center e ABM não responderam aos pedidos de comentário da Quartz.

O 32BJ SEIU, sendo o maior sindicato de trabalhadores de serviços de prédios nos EUA, representa mais de 175.000 faxineiros, equipes de manutenção, trabalhadores de serviços de alimentação, agentes de segurança e porteiros em todo o país. Neste ano, a organização tem liderado campanhas por contratos mais justos para 70.000 faxineiros em toda a costa leste, alcançando acordos com empregadores nos estados da Pensilvânia, Washington, D.C., Maryland, Massachusetts, Rhode Island e Delaware.

Em novembro, 20.000 trabalhadores de limpeza da cidade de NY, membros do sindicato, foram os primeiros a autorizar uma greve. Os capítulos do 32BJ SEIU nos condados de Fairfield, Connecticut, Long Island e New Jersey, representando 10.000 funcionários, seguiram o exemplo em dezembro, levando a causa às ruas. Vaughan foi uma das participantes dessas manifestações.

Ambos os contratos estão prestes a expirar no final do ano. O sindicato está reivindicando benefícios expandidos, mais proteções contra assédio sexual e um feriado remunerado no Juneteenth durante as negociações para os 10.000 trabalhadores na área dos três estados. A equipe de limpeza da cidade de New York também exige concessões semelhantes.

Se ambas as partes não chegarem a acordos, as greves dos trabalhadores de limpeza marcarão o primeiro movimento grevista no setor desde 1996.

Fonte: Da redação