Mães imigrantes sem-teto encontram moradia em antigo convento no Maine

Madalena Makana, de 22 anos, segura seu bebê, Bryan Sebastian, na Casa Frances Warde neste mês. Originalmente de Angola, Makana chegou sozinha ao Maine e passou meses sem-teto durante e após a gravidez, dormindo em igrejas, casas de membros da comunidade e motéis. Em junho, tornou-se uma das primeiras mães a se mudar para a Casa Frances Warde.

Quando Madalena Makana chegou ao Maine em fevereiro do ano passado, estava grávida e sozinha, sem ter para onde ir.

"Estava realmente frio", disse ela em português. "Eu tremia de tanto frio."

Makana planejava ficar com alguém conhecido em Portland, mas, ao chegar, não havia espaço disponível. Ela passou meses pulando entre igrejas e casas de paroquianos, dormindo em igrejas e casas de membros da comunidade. Originária de Luanda, capital de Angola, Makana fugiu após ameaças relacionadas ao seu trabalho como mesária durante as eleições. Passou pelo Brasil, Nicarágua e, de ônibus, chegou à fronteira sul dos EUA.

Acomodada temporariamente em um hotel no Maine conforme a data do parto se aproximava, Makana se viu novamente sem lar quando a estadia terminou, desta vez com um recém-nascido. Em junho, por meio de um advogado de imigração, entrou em contato com a In Her Presence, uma organização sem fins lucrativos sediada em Portland.

Mary Faulkner, diretora de impacto da In Her Presence, lembra do momento em que receberam essa ligação. "Ela tinha um bebê recém-nascido em uma cadeirinha de carro e não tinha onde morar", recordou Faulkner.

Claudette Ndayininahaze, diretora executiva da In Her Presence, e Mary Faulkner, correram para criar um programa na primavera e no verão para atender a crise habitacional enfrentada por solicitantes de asilo gestantes e mães recentes.

Até então, aproximadamente 1.600 solicitantes de asilo chegaram a Portland desde o início do ano, a maioria vinda de Angola e da República Democrática do Congo. Isso sobrecarregou não apenas os abrigos, mas também as redes informais de hospedagem dentro das comunidades imigrantes.

Melissa Skahan, vice-presidente do Mercy Hospital em Portland, destacou os problemas de saúde enfrentados por algumas solicitantes de asilo grávidas, incluindo abortos tardios e partos fora do hospital.

Em resposta, o Mercy Hospital se uniu à In Her Presence para criar uma opção melhor. Converteram a Casa Frances Warde, uma antiga residência para freiras idosas, em moradia transitória. Inaugurada em junho, a casa logo atingiu a capacidade de 15 mulheres e seus filhos, incluindo 11 bebês.

Claudette Ndayininahaze explicou que as residentes podem permanecer por cerca de um ano, recebendo aulas de inglês, educação parental e apoio para navegação no sistema médico.

O programa, financiado pelo estado e por filantropias privadas, pretende servir como modelo replicável. Ndayininahaze ressalta a contínua necessidade não atendida desse tipo de moradia de transição de apoio para mães e bebês. Infelizmente, várias mães imigrantes tiveram que ser recusadas devido à capacidade total da casa.

Madalena Makana, a nova mãe de Angola, reside na casa desde junho. Ela compartilha que, embora tornar-se mãe pela primeira vez, especialmente como mãe solteira, tenha sido uma experiência difícil, encontrar apoio na casa tem sido um alívio bem-vindo após meses de falta de moradia.

(com informações da https://www.mainepublic.org)

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