Relatório aponta danos físicos e mentais em crianças imigrantes detidas nos EUA

Recentes revelações de um estudo conduzido pelo Centro FXB de Saúde e Direitos Humanos da Universidade Harvard, em parceria com a Clínica de Asilo do Hospital Geral de Massachusetts e o Instituto Global de Saúde de Harvard, lançam luz sobre a situação alarmante enfrentada por crianças detidas em centros de imigração familiar nos Estados Unidos.

Datado de 11 de janeiro, o relatório expõe as condições precárias nas quais 165 crianças foram mantidas no Centro Residencial Familiar do Condado de Karnes, no Texas, entre junho de 2018 e outubro de 2020. Os resultados são angustiantes, apontando para danos mentais e físicos causados pela falta de cuidados médicos adequados.

O estudo revela que as crianças foram mantidas em detenção por uma média de 43 dias, com 88% delas ultrapassando o limite máximo permitido de 20 dias. A escassez de cuidados básicos de saúde é evidente, com falta de pessoal, supervisão inadequada e documentação insuficiente dos cuidados médicos. Triagem inadequada e acompanhamento para condições médicas crônicas, desnutrição e tuberculose, além de insuficiente avaliação da saúde mental, agravam ainda mais a situação.

Em comunicado à imprensa, Vasileia Digidiki, instrutora e diretora do Programa de Verão sobre Estudos de Migração e Refugiados da FXB, declarou enfaticamente: "Detenção nunca está no melhor interesse das crianças." Ela destacou a falta de proteções fundamentais devidas às crianças, independentemente de seu status de imigração, como evidenciado pelo estudo.

Os coautores do relatório enfatizam a necessidade urgente de pôr fim à detenção de crianças migrantes. A conclusão é clara: "A evidência deste estudo apoia a conclusão de que a detenção nunca está no melhor interesse das crianças, e a detenção infantil deve acabar." Contudo, enquanto persistir, exigem que os centros de detenção cumpram rigorosamente os padrões nacionais de cuidados.

Dennis Kunichoff, coordenador de dados e analista, Jacqueline Bhabha, professora de prática de saúde e direitos humanos, e Margaret Sullivan, instrutora e bolsista em saúde e direitos humanos, são coautores que corroboram as descobertas alarmantes, reforçando a necessidade premente de reformas humanitárias e proteção dos direitos das crianças nessas situações vulneráveis.

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