Publicado em 12/02/2024 as 10:00pm
Coronel do Exército brasileiro é preso nos EUA em megaoperação da Polícia Federal
Bernardo é apontado como uma figura-chave em um suposto grupo que teria conspirado para realizar um golpe de Estado e anular os resultados das eleições de 2022.
A tensão política no Brasil atinge um novo ápice com a prisão do coronel do Exército Brasileiro Bernardo Romão Corrêa Neto, em uma reviravolta dramática que envolve os desdobramentos da megaoperação Tempus Veritatis da Polícia Federal (PF). O militar, considerado um dos principais alvos da investigação, decidiu se entregar às autoridades nesta quinta-feira (08), após ser informado sobre um mandado de prisão preventiva em seu desfavor.
Bernardo é apontado como uma figura-chave em um suposto grupo que teria conspirado para realizar um golpe de Estado e anular os resultados das eleições de 2022. Sua rendição ocorre em meio a uma intensa investigação sobre atividades ilegais relacionadas a tentativas de subverter a democracia no país.
O coronel, que estava designado para uma missão nos Estados Unidos, em Washington D.C., com todas as despesas cobertas pelo Comando do Exército Brasileiro até junho de 2025, agora se torna parte central das suspeitas sobre possíveis tentativas de obstrução da justiça e de evitar as investigações em curso.
Autoridades da Polícia Federal (PF) argumentam que a permanência de Bernardo no exterior, em conjunto com as circunstâncias de sua missão, sugerem uma tentativa de dificultar o avanço das investigações e a aplicação da lei penal, levando à decretação de sua prisão preventiva.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) respalda a medida com base em evidências que apontam a participação de Bernardo em atividades relacionadas à suposta tentativa de golpe de Estado, enquanto ele servia como assistente do Comandante Militar do Sul.
Interceptações telefônicas, realizadas no aparelho de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, revelam que Bernardo desempenhou papel central na organização de uma reunião para selecionar oficiais com habilidades militares específicas em novembro de 2022. Além disso, redigiu uma carta de pressão destinada ao então comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e atuou como um homem de confiança em tarefas fora do Palácio da Alvorada.
As investigações também apontam que Bernardo desempenhava funções como homem de confiança de Mauro Cid, realizando tarefas que este último não poderia executar devido às suas atribuições no Palácio da Alvorada.
A prisão de Bernardo marca mais um capítulo em uma saga política cada vez mais complexa, repleta de reviravoltas e tensões, que envolvem figuras proeminentes do cenário político brasileiro.
